Proposta em Vias de Fato 19-A Viagem(continuação)

Passou alguns minutos em festa, usufruindo do preço de estar no estado do “só sei que nada sei” Socrático, a maiêutica estabelecida dentro de si fez foi iluminar a visão interior da realidade, desnudando-a como resultado de uma engrenagem perfeita da interdependência dos objetos observados. O homem e o meio onde vive, este ambiente foi trazido a Lídia no fato incontestável de que foi tecido para não haver fragmentação.

Que barato! Os fótons da Física quântica,... a retina e o fundo do olho..., a representação ditada por quem porta o cérebro...o sol...o domínio das cores pela luz...seus braços na dança não movimentavam mais como antes, os pés tocavam o chão permitido, consentido pelo ecossistema sincrônico, organizado, não restou nenhum conceito de pé.

Encontrou melodia nas verdades dos mestres da humanidade, seja na Iluminação tão mencionada pelos Orientais, Asiáticos e outros povos do mundo quando adentraram na questão da Origem, que trazem uma diversidade de facetas, incluindo a escrita inserida no antigo Livro de Gênesis, no Livro sagrado dos Cristãos, estampando no capítulo primeiro o “Que haja luz, e houve luz” determinado pelo verbo, dando início a criação dos elementos, seres...a vida. A luz acesa trazendo à tona toda essa engenhoca de potências que se interrelacionam para a realidade pronta acontecer nasceu no entendimento de Lídia. Conseguia neste patamar de visão pela primeira vez respirar o ar de todos, denunciando a democracia que é a execução da vida.

Contato caloroso entre verdades, o feixe de luz apresentado, tanto pela ciência quanto pelo caminho da espiritualidade, acendeu os cômodos da casa, que naquele sonho confraternizavam com o novo vivenciado.

As outras curiosidades ligadas ao espaço-tempo onírico ficaram preteridas, dentre elas, os absurdos tidos como naturais para as pessoas que faziam interlocução nos diálogos naquele sonho. Aquela interrogação de como podia aceitar o fato de estar em um edifício e nele ter ambientes gigantescos, prédios normalmente são ambientes de espaço restritos! Pensou, “deixa isso para minhas lucubrações mentais que gostam de desafios, uma hora encontrarão respostas, mesmo que milhões de novas perguntas.

_____Conseguimos o domínio para viagens a vários planetas! interrompeu o amigo assistindo a euforia de Lídia, que dançava sozinha entre as colunas próxima ao anfitrião, continuou:

___ Conheci Girrar, Joine, Nutos e Lione; são mundos que ganham em muito em ciência e tecnologia, mais adiantados que o nosso, estão à frente do que consideramos atualidades aqui. Mas o portal para a entrada nos respectivos mundos é de acesso raro, autorizado por instância que nem eu conheço.

Celeste sentiu necessidade de comer alguma coisa, como em casa. Parece que o amigo aguardava o momento, disse:

___Ainda não mencionei meu nome, me chamo Oziel, família dos Zanions, vivo aqui em Dinimus, convido você para pousar em casa, hoje será nossa hóspede de honra.

Lídia e Oziel levantaram, retornaram àquela sala que se conheceram, Oziel ausentou-se por alguns instantes e retornou com duas mochilas, vestido num macacão preto, ficou com uma, entregando outra a moça, disse:

___Vá até ali e coloque um macacão que encontra no local, depois iremos a minha casa.

Saiu rapidamente, Lídia confabulou: “ não acredito, será que andarei igual aquelas pessoas que vi no primeiro sonho? Com certeza. Vestiu o macacão, e colocou a mochila, era leve, parecida em tamanho e modelo do tamanho àquelas dos motoboys levarem nas costas quando andam de moto.

Oziel estava esperando na porta de saída daquela antessala, subiram algumas escadas e, NOSSA, era isso mesmo, estavam no piso superior do prédio, parecia heliporto,tinha algumas pessoa de saída, com aquela mochila, partiam voando com a mesma naturalidade de quando caminhavam, não havia medo, tensão, como rotina de pegar um ônibus ou entrar em carro e sair dirigindo aqui no nosso mundo.

Foi a vez de Oziel e Lídia. Ela, que sempre teve esta vontade na intuição, passou vivenciar o pressentimento que era o de conhecer tecnologia que permitisse o transporte de pessoas sem o uso de recursos naturais não renováveis, tornando o homem independente da natureza para andar, conhecer, viver a realidade, os espaços, explorar o universo. Espetacular!

O amigo explicou:

___É fácil voar nesta geringonça, coloque a mochila nas costas como fiz. Irei segurar em sua mão, não a solte da minha, garanto que chegaremos ao destino. Faça tão somente apertar o botão na parte inferior da peça, certo?

Lídia copiou a conduta de Oziel, colocou a mochila nas costas, segurou na mão esquerda de Oziel, apertou um botãozinho que tinha na alça esquerda e... fantástico, sentiu que foi empurrada levemente para o alto, e aí!!! saiu voando como pássaro sobre a cidade, percebeu que Oziel manobrava a direção que queria movimentando as mãos, se era para esquerda indicava, se para direita, assim procedia, imitava-o, que delícia, como é bom sentir como pássaro, a independência e o domínio do elemento ar. Oziel abaixou a cabeça, acenando para baixo, começou descer como que em redemoinho, lentamente, e Lídia, lado a lado, fazendo o mesmo, olhou somente para baixo e, como em aspiral foi descendo, descendo.

“Aterrizaram”, sem o mínimo de impacto em frente a uma bela casa, pintada de branco, pisos externos em mármore, jardim de cores definidas, amarelas, azuis, vermelhas, e lilás, todas em tons pastéis.Tiraram a mochila, Lídia não disse nada, sem manifestar qualquer expressão de surpresa, afinal, confirmou o imaginado, sobrevoou como pássaro, com recursos tecnológicos mais avançados que avião, asa delta, ou qualquer veículo existente na terra.

Márcia Maria Anaga
Enviado por Márcia Maria Anaga em 08/08/2016
Código do texto: T5722434
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