Amor bandido?

Sei que muitas pessoas já passaram por isso ou talvez (ainda) não. O que posso afirmar é que a partir do momento que o conheci sabia que minha vida não seria mais a mesma.

Um sorriso encantador, um olhar penetrante, seu jeito ‘natural’ de sedução...como não se encantar? Como fugir? Rosas de um lado, carinhos do outro, e eu mal sabia que também estava...

Tudo estava às mil maravilhas quando começaram a surgir telefonemas estranhos, saídas repentinas, nunca o encontrava em casa ou disponível.

Na primeira semana achei que ele estivesse passando por algum problema, na seguinte que deveria ir atrás dele, na outra decidi que deveria tirar satisfações e assim foi.

Cheguei na casa e ninguém atendeu. Tive uma ideia ‘vou ao trabalho dele!’

Chegando lá espero 10, 20 minutos do lado de fora porque minha intenção é contesta-lo. Por que tantas semanas de amor e de promessas? E agora quer dizer que não sou nada? Eu não mereço isso! Ou será que mereço? Maldita baixa estima!

Meu coração dispara, lá vem ele de terno com o sorriso lindo de sempre ao telefone, e eu já esqueço as mágoas e a raiva num passado distante.

Começo a caminhar em sua direção mas de repente atrás dele aparece uma mulher belíssima (tenho que admitir) que o abraça do jeito que o abracei um dia...

Não posso acreditar no que meus olhos (já em lágrimas) veem, mas a raiva me domina novamente e me impulsiona a ir atrás, pra descobrir de uma vez toda essa nojeira.

O casal segue rindo para o carro. Ele a puxa beijando suavemente e abre a porta para ela assim como fazia comigo. Não, não, não posso acreditar nisso!! ‘Canalha, filho da mãe’ penso.

Mas não posso me deixar abater e sigo atrás com uma fúria (até então) desconhecida para mim. Eles chegam ao local onde ele deixará a moça; dessa vez com um beijo apaixonado, intenso, de tirar o fôlego até de quem vê. No meu caso seria por outro motivo...

Penso que ele faz menção de entrar na casa dela mas ela relutante ‘ainda não’. Ele com um rosto ligeiramente inconformado e desapontado sabe que é questão de tempo. Sua confiança é seu forte bem lembro, e um sorriso malicioso chega a seu rosto. Um último beijo e adeus para a mulher.

Ele vai seguindo sem se deixar desapontar, e o carro vai por uma estrada que penso não conhecer. “Droga! até o endereço errado...?!”

Chegamos a uma mansão de dar inveja a qualquer um, desliga o motor e chama alguém ‘Júlia! Júlia!’. Engraçado esse nome não me é estranho.

Chama mais uma vez, e uma mulher mais linda que a anterior aparece com o sorriso mais lindo e afetuoso que já vi. Ela o abraça de um jeito tão carinhoso e fraternal que me lembra como minha irmã me abraçava. Minha irmã, minha irmã Júlia...

Um nó se fecha em minha garganta. Sim! Minha irmã Júlia está ali abraçada com o homem que amei, que também é um cretino por trair nós duas. Mas como? ela estava na Itália com seu recente marido (que eu ainda não o conhecia) não estava? Meu Deus!! Lágrimas escorrem por meu rosto. ‘Sou uma traidora, hipócrita e péssima irmã!’

Meu Deus! Saio daquela cena de falsa felicidade (da parte dele) e chego ao carro sem conseguir me conter. Me bato, me estapeio mas a dor no meu coração não sai.

A partir desse momento tomo uma decisão. Nem que seja a última coisa que faço em vida, vou tirar esse homem da minha cabeça, da minha vida, do meu coração. Não será fácil eu sei, mas vou arrancar de uma vez por todas esse protótipo de amor, (bandido).