Um café, um amor

Em um dia nublado e com ar frio, de um meio de tarde, em uma sexta-feira, como de costume fui ao meu cafe favorito, e para minha não surpresa ele estava lá, e como sempre com seu casaco marrom de camurça, uma xícara de capuchino e aquele velho rascunho de desenho que nunca soube o que era. Ao entrar ele me observa, eu disfarço e sento distante, peço meu café e fico imaginando o que se passa em seus pensamentos. Ele não imagina mas, é ele o motivo de minhas vindas até aqui, o café é só uma desculpa para entender e conhecer melhor esse estranho que não está mais tão estranho assim. Eu o observo de longe e o vejo rabiscar seu esboço, pelos movimentos de sua mão, me parece que ele está desenhando curvas, não há nada que indique traços retos. E de repente meu coração dispara ao perceber que ele está me observando e percebendo que eu também o observo. Ele volta o olhar em seu desenho e sorrir com um leve ar de timidez. E eu por outro lado estou constrangida e envergonhada, não tendo muitas opções, resolvo ir embora. Ao me retirar do local alguém pega em meu braço e ao virar para trás percebo que é ele, e pela primeira vez, ouço sua voz que me diz um "oi", e me pergunta porque da pressa em sair do café. Ele então passa sua mão em minha cintura, me beija, e desse momento em diante minhas visitas ao café nunca mais foram desacompanhadas.

Samara Batista
Enviado por Samara Batista em 15/10/2016
Reeditado em 31/03/2020
Código do texto: T5792336
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