O cupido me pegou

Quem diria depois de tantos anos já havia esquecido o cupido,

Veio nas asas do fim de tarde, antes do anoitecer. Sou da paz.

Chegou manso e sorrateiro, uma linda mulata avistei! Surpreso.

Batendo no meu portão ofereceu os seus serviços, solitário estava.

Para fazer tudo, pensei, hoje são difíceis as domesticas. Hesitei.

Aceitei e passei a gostar daquela companhia, trabalhadeira, boa de papo, sempre prestativa e cuidadora exemplar, não preciso lembrar.

No vai e vem de dias ela já não vai mais para antiga casa, ficava

longe, convidei para jantar e um vinho à luz de velas, pintou clima.

Aconchegou-se na minha alcova e os dias passaram a ser mais quentes. Nada premeditado poderá ser desprezado, felicidade!

Amor de jovem tempestade, mais o amor de um cara de idade:Eterno,

Ou quem sabe, como diz Vinicius, “enquanto duro”...Macaco velho é assim. Não mete a mão em cumbuca desnecessária, amar é viver!

Assim eu vou caminhando e com vontade de quero mais, antes assim.

Se aquela tal de Maricotinha não me quis por que não gosta de velho,

A Ivanilda está muito satisfeita e feliz, mas todo dia fica difícil. Muita calma nessas horas, com carinho e ternura faz-se o mundo revoar.

Dane-se o mundo não me chamo Raimundo e moro no fim do Mundo

Para ser feliz basta ficar de olhos atentos e pensam que não preciso!

LAURO PAIXÃO
Enviado por LAURO PAIXÃO em 31/12/2016
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