Desculpa se te Amo - FINAL.

Um mês depois...

Paulo entrou dentro de casa todo suado. Fazia muito calor em São Paulo e o táxi que ele havia pego, quebrou a duas quadras de casa. Mesmo andando devagar a camiseta que usava estava toda suada. Quando começou a tirar o sapato, percebeu uma mala em frente a porta. Olhou ao redor e viu Leandro sentado no sofá. Sorriu ao vê-lo e se aproximou ainda olhando para a mala.

- Vai a algum lugar?

Leandro levantou e deu a volta no sofá, ficaram frente a frente. Ele estava com as mãos nas costas. Paulo esperou, até que alguns segundos depois ele mostrou o que segurava. O diário do Ronaldo. Paulo ficou branco como papel.

- Escuta. Eu posso explicar.

- Hoje a tarde, eu mexi na sua parte do guarda-roupa a procura de um gel, porque o meu tinha acabado. Foi quando percebi esse caderno em cima das suas coisas. Não ia ler, mas percebi que não era seu, porque eu já tinha mexido no seu guarda-roupa e nunca tinha visto ele lá. Então comecei a ler. E caramba, que choque.

Paulo não sabia o que falar, porque Leandro não parecia bravo. Muito pelo contrário. Ele sorria enquanto dizia, e não era um sorriso irônico.

- Faz um mês Paulo, que você mudou um pouco comigo. No começo eu pensei que você estava em uma fase ruim no trabalho. Que tinha estresse demais acumulado. Fiz de tudo para ver você melhor. Mas nada adiantou. Pelo contrário, você se distanciou mais. Eu não tive coragem de falar com você sobre isso. Então conversei com o Ronaldo.

- O que você falou com ele?

- Perguntei se ele sabia de algo. Mas fiquei surpreso quando ele disse que fazia três semanas que vocês não se falavam. Então fiquei com medo, porque se nem com o seu melhor amigo você falava, comigo então não ia falar.

Paulo começou a chorar. Um choro contido, de arrependimento.

- Foi então que eu li isso hoje. E percebi tudo. Você sempre amou o Ronaldo, isso sempre esteve claro para mim. Mas quando ele disse que te amava também, você não soube o que fazer, porque não queria me magoar. Por isso se afastou dos dois.

- Eu tive medo. Não quero que você sofra por isso. Porque você esteve comigo nos piores momentos. Foi você que cuidou de mim quando eu sofria pelo que sinto pelo Ronaldo. Não seria justo.

- Não é justo Paulo você não ter sido sincero comigo. Se você sabia que ama o Ronaldo mais do que me ama, você tinha que ter falado.E não se afastado como você fez. Você magoou os dois. Ele, e eu.

- Eu sei. E agora estou perdendo os dois.

Paulo abaixou a cabeça. Leandro viu quando uma lágrima caiu no carpete.

- Sabe, minha mãe sempre me disse que eu nunca devia exigir o amor de ninguém. Porque um dia, alguém me daria o seu amor sem pensar duas vezes. Demorou mas eu percebi que esse alguém não é você.

Leandro segurou a mão de Paulo e colocou o diário nela.

- O amor sobre o qual minha mãe falava, e esse que o Ronaldo sente por você. E você sente por ele. Eu sei disso. Afinal, mais de uma vez você disse o nome dele enquanto dormia. Então, faça um favor para mim. Vá atrás dele e deixe bem claro que o ama. E seja feliz. Como você merece ser, e é o que eu desejo do fundo do meu coração.

- Você vai mesmo ficar bem?

- Claro, eu vou pra casa da minha mãe no interior. Passar alguns dias respirando ar puro. Quem sabe eu encontro alguém lá.

Paulo o abraçou forte, e tentou colocar naquele abraço todo agradecimento que sentia por ele ser tão especial. Leandro entendeu e deu tapinhas em sua cabeça sorrindo.

- Nunca vou conseguir agradecer você por isso.

- Vai sim, me prometa que vai ser feliz. E tudo fica bem.

- Eu prometo.

- Agora vai, o Ronaldo deve estar em casa louco para te ver. Quando chegar eu não vou estar aqui. Mas mando notícias quando chegar.

- Muito obrigado mesmo.

Paulo vestiu o sapato rapidamente e saiu em disparada para a rua. Pegou o primeiro táxi que viu e deu o endereço de Ronaldo. Desceu quase correndo e bateu na porta afobado. Ele apareceu assustado, usando só uma bermuda.

- Paulo, o que aconteceu? Algum problema?

Não disse nada, apenas se jogou nele e o beijou. Surpreso, Ronaldo correspondeu ao beijo, o pegou pelo colo e fechou a porta. Foram até o sofá e ali eles se entregaram ao amor como se nada mais importasse. Estavam ofegantes e sorridentes quando terminaram. Paulo se deitou no peito quente e suado de Ronaldo. Que fazendo carinho em seus cabelos disse sorrindo:

- Caramba. Isso foi muito bom.

- E, você e bem melhor do que quando está bêbado.

- O que isso significa?

Paulo olhou para ele sorrindo.

- Significa que eu te amo, sempre amei e sempre vou amar. Que eu quero você na minha vida para sempre. Porque nada importa se eu não tiver você. E eu preciso que você me aceite. Porque nada mais me impede de ser feliz ao seu lado.

Ronaldo sorriu e lhe deu um longo beijo.

- E claro que eu aceito. Eu também te amo. E pode deixar, vamos ser felizes sim. Porque não tem como ficar triste vendo esse seu sorriso todos os dias.

O sol estava se pondo e o reflexo invadia a sala pela janela. Os dois ficaram olhando em silêncio. Imaginando quanto tempo tinham para ver aquilo todos os dias. Não havia nenhuma preocupação. Apenas o amor em sua forma mais linda e pura.

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Bonûs:

- Amor, corre aqui. Chegou carta para nós.

Paulo correu da cozinha e encontrou Ronaldo no sofá abrindo uma carta. Se sentou ao seu lado e viram uma foto. Era Jéssica com um homem lindo sorrindo felizes. No meio deles havia um bebê gordo e loiro. Ronaldo virou a foto e viu escrito atrás:

" Espero que vocês tenham guardado muito dinheiro. Afinal, agora que são padrinhos, precisam mandar presentes caros e bonitos para seu afilhado. Assim que tivermos um tempo, passamos para uma visita. Como amor, Jéssica, Peter e Julio. "

- Meu Deus, ela nos escolheu para ser padrinho do filho dela. Pensei que ela estivesse brincando quando falou isso da última vez que ligou.

- Não é só isso. O Leandro também mandou algo.

Ele abriu o outro envelope. Nele havia outra foto, e também uma carta.

" Paulo e Ronaldo.

Espero que estejam bem e felizes. Eu estou bem, morando em Paris agora, conheci um comissário de bordo que mora aqui, estamos juntos há algum tempo. E ruim porque ele quase nunca fica em casa. Mas ele é lindo e ganha bem, e me leva para conhecer os lugares mais lindo do mundo, então não tenho do que reclamar ( gente como eu fiquei interesseiro). Vou fazer uma viagem para São Paulo na semana que vem e passo ai para dar um oi e apresentar o gringo que fisgou meu coração. Não esqueçam de me mandar o convite do casamento de vocês. Acredito que dois anos de namoro são suficientes para que você Ronaldo faça o pedido. E exijo que eu seja um dos padrinhos. Um grande abraço... Leandro. "

- Que sorte que nós temos. Em pensar que nossa relação poderia magoar outras pessoas. Mas tudo saiu bem.

- Sim, muita sorte mesmo. Me ajuda a fazer o jantar?

- Ah não, você sabe que eu odeio cozinhar.

- Mas você só vai descascar alguns legumes, para de preguiça.

Paulo puxou Ronaldo pelo braço em direção a cozinha, morrendo de preguiça ele foi se arrastando. Os dois moravam juntos agora na casa de Paulo, Ronaldo tinha vendido o apartamento, e sem Paulo saber, guardou todo dinheiro em uma poupança para o casamento dos dois. Leandro estava certo, ele precisava fazer o pedido.

Fim!

CleberLestrange
Enviado por CleberLestrange em 17/02/2017
Código do texto: T5915788
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