Apolline

Capítulo 2 – Bonjour


 
   Passei nove anos de minha infância e adolescência sendo a melhor amiga de Apolline, mas tudo mudou quando Louis apareceu, na verdade nossa amizade já começava a se abalar a alguns meses.
   O grande problema foi quando ambas nos apaixonamos por ele, claro que por ela ser mais bonita, inteligente e carismática, tinha uma enorme vantagem sobre mim.
-O que você quis dizer? – Perguntou Apolline ao ver Louis passando por nós na rua, há três anos.
-Bonjour. – Disse ele.
-Bonjour. – Respondeu Apolline.
    Tudo se transformou naquele dia, quando o garoto apareceu para nós pela primeira vez, o sorriso dela mudou para sempre.
-Você gostou dele, não é? – Perguntei.
-Claro. Olha para ele, aqueles olhos, aquele cabelo, nossa.
   Duas semanas se seguiram sem que nos falássemos como de costume, já havia começado a entender que minha melhor amiga seria perdida para aquele belo rapaz que cruzou nosso caminho.
   Era uma enorme angústia, toda aquela situação, nunca havia passado por algo assim, e em todos os problemas anteriores sempre podia contar com a ajuda dela. Louis apareceu para mim, sorrindo como de costume, sentou-se ao meu lado no corredor da biblioteca e demorou a falar.
-Apolline é sua amiga, certo? – Perguntou.
-Não exatamente, não posso lhe ajudar com recados.
-Ah, não, eu já falei com ela. Só queria lhe perguntar o motivo de vocês terem se afastado. Notei que estão distantes.
   Naquele dia, ele provou para mim que não seria apenas mais um idiota completo, e em três anos, acabamos por nos tornarmos amigos também, e Apolline retornou, mas não como antes.
    Sempre desconfiei que ambos iriam ficar juntos, por mais que ela caísse de amores por ele, Louis tinha muita dificuldade em perceber, o que acabou me fazendo temer que aquela colisão de confusão gerasse muita dor para ambos. Fiz o possível, e os enchi de bebida naquela noite de sábado. Talvez não fosse a melhor ideia, mas aconteceu.
   Apolline foi a primeira a me procurar depois daquela noite, estava um pouco perdida, não sabia se o ocorrido havia sido com seu consentimento ou não, todas as lembranças estavam vagas demais. Tentei acalmá-la, falei tudo que havia visto, ambos estavam no sofá, se beijando.
-Lembro-me disso. – Observou ela.
-Bem, quando você tirou a blusa, pensei que fosse a minha hora de ir.
   Suas bochechas avermelharam-se e logo não precisei dizer mais nenhuma palavra, Apolline ficou de pé e disse que precisava ir, que era hora de pensar.
-Obrigado, Guinever. – Disse antes de sair.
-Você sabe que sempre irei ajudar.
-É por isso que agradeço, você é a melhor pessoa que conheço.
   
 
Johan Henryque
Enviado por Johan Henryque em 30/06/2017
Reeditado em 12/10/2017
Código do texto: T6042287
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