ETERNAMENTE

Vista Linda

Vista linda é uma agradável cidade que fica no alto da serra, no meio das matas de Araucárias no sul do país. Devido ser localizada mais na região montanhosa, geograficamente ela é prestigiada por lindas cachoeiras, de clima ameno, as serrações que ocorrem a noite de certa forma acabam beneficiando a agricultura. Contudo Vista linda tem certos atributos, que fizeram que ao longo de dois séculos o comércio fosse se propagando ao ponto de contar atualmente com uma população de 35.000 habitantes. Devido a sua beleza extraordinária, ela conta com um setor hoteleiro bem sucedido devido o constante turismo que lá são realizados. A cidade também é palco de uma política muito acirrada entre as duas famílias mais tradicionais da cidade que são a família dos Andradas e a família dos Pereiras. E essas famílias acabam se revezando na prefeitura da cidade. Ora ganha o mandato na prefeitura os Pereiras, ora os Andradas, mas apesar de toda rivalidade existente na política, são duas famílias que se respeitam mutuamente, isso faz com que a política, apesar da rivalidade, seja tranquila e saudável em Vista linda.

Os Pereiras

Os Pereiras se destacaram na cidade através do comércio, sendo possuidores de uma rede de supermercados e o principal Hotel da cidade é deles. O comércio é algo que tem passado de gerações nos Pereiras, e ao longo das gerações fora solidificando cada vez mais. É bem provável que atualmente a fortuna dos Pereiras chegue em torno de 100 milhões de reais. Atualmente o cabeça desse império é o Senhor José Dias Pereira. José Dias fora alvejado pelo cupido, desde o momento em que vira a sua esposa dona Maria do Rosário, a família da esposa não era tão tradicional, mas o amor falara mais alto, e com apenas seis meses se conheceram e casaram em 1960, e desta união nascera João Paulo, José Dias Pereira Filho e o Antônio Francisco.

Os Andradas

Diferentemente na família dos Andradas, não fora o comércio sua fonte de riqueza, mas sim os grandes latifundiários, eram possuidores de extensas faixas de terra onde predominavam a agricultura, com lavouras principalmente de soja e café e a pecuária. Comentam-se na cidade que a família dos Andrades seja dona de 100.000 cabeças de gado. O comandante dessa família era o Sr. Paulo Andrada que casara com a Sra. Marli Dias Pereira, irmã de José Dias Pereira, talvez esse seja o principal motivo, que apesar da rivalidade existente na política, as famílias Andradas e Pereiras sejam tão amistosas. O casal tiveram três filhos: Jorge, Joana e Roberto.

Doce infância

Devido o laço de parentesco existente entre as duas famílias mais tradicionais de Vista Linda, uma amizade começaria a nascer entre Joana e Antônio Francisco, o filho mais novo de José Dias Pereira, que consequentemente iria se transformar numa paixão, no grande romance a ser relatado nesse conto.

Apesar de Joana ser prima de Antônio Francisco, fora na escola primária, no Grupo Dona Risoleta Neves que ela passou o maior tempo ao lado do primo. Eles tiveram o prazer de estudarem juntos os 4 primeiros anos.

Joana era muito tímida, pacata, possuidora de um belo corpo, apesar da pouca idade, tinham os olhos castanhos, boca delicada, nariz fino e arrebitado, cabelos longos castanhos claros, sem falar que era extremamente educada. Já Antônio Francisco, aparentava que não iria crescer muito, mas era claro, corpo troncudo, olhos também castanhos e cabelos castanhos escuros e lisos. Ele já era mais extrovertido, carismático e desde pequeno muito comunicativo.

Apesar da diferença de ambos, a verdade é que existia uma afinidade muito grande entre eles, o jeito peculiar de Joana atraia o primo. Antônio Francisco, sentava sempre ao lado de Joana. Essa proximidade fizeram com que aquela amizade fosse crescendo ao ponto de tornar-se um grande amor. Quando Antônio Francisco não ia na escola, joana sentia sua falta, o mesmo acontecia com o primo quando a irmã não comparecia na escola.

Vocação

Apesar do grande amor que nasceu no coração do casal, Antônio Francisco lá dentro do seu íntimo, sabia que não poderia dar asas a esse amor e procurava sufocar esse amor, colocando em sua cabeça que esse sentimento não passava apenas de uma amizade. Mas infelizmente nem sempre o coração obedece a racionalidade e dentro dele Antônio Francisco amava Joana como nunca amou alguém, seu primeiro e único amor.

Mas ele sabia que além desse amor que nasceu pela prima, já tinha algo que ele estava esperando apenas chegar a adolescência para tomar a decisão. Antônio Francisco descobrira que Deus tinha lhe confiado uma missão, e na sua cabeça tinha plano no futuro ir para o seminário fazer Teologia. A sua intenção era formar-se, ser ordenado padre e ter uma paróquia onde pudesse pastorear o seu rebanho.

Mas isso era algo que ele trazia consigo somente e no momento certo iria fazer essa revelação a sua família. Nunca tinha comentado isso com Joana, por que com certeza ela não iria aprovar sua ideia. Até que esse momento tão preocupante, em que Antônio Francisco teria que optar entre as duas paixões da vida dele chegou. E agora frente a frente precisando de tomar uma posição estava Joana sua prima, sua grande paixão e também sua vocação que descobristes quando tinha 8 anos de idade. Nessa época ele teve um sonho, onde ele via muitas almas padecendo, carentes e onde ele via Cristo dizendo a ele que largasse tudo e tomasse conta do seu rebanho, e naquele exato momento, foi tão forte a convicção que ele tinha dentro de si, que Cristo o queria na sua obra, que não teve dúvidas que no tempo certo iria tomar essa decisão.

E esse momento estava ali, esperando a decisão de Antônio Francisco. Ele na época que teve o sonho compartilhara com os pais do chamamento que teve, que tinha convicção do seu chamado. Seu pai relutara por um certo momento e disse ao filho. Vamos dar tempo ao tempo, se isso for algo divino permanecerá no seu coração, se não for com certeza esquecerás disso. Mas agora estava Antônio Francisco diante dos seus pais, confirmando a sua decisão que já tinha tomado outrora. Seu pai pode observar então, que aquela empolgação continuava, então viu isso como ação divina e permitiu que o Filho fosse para o seminário estudar.

Ele compartilha com Joana a decisão tomada de ir para o seminário e que já tinha a aprovação dos pais. Isso foi algo difícil, para que Joana pudesse aceitar de bom grado. Ela sabia que iria afastar do seu primeiro e único amor. Com muita relutância ela aceitou a decisão do seu primo tão amado. E uma semana depois, estava Antônio Francisco partindo para o Rio de Janeiro para realizar seu antigo sonho de estudar teologia e ser padre.

Os outros dois irmãos que eram mais velhos, já estavam no Rio de Janeiro estudando, João Paulo estava cursando medicina e João Dias estava cursando Direito.

Joana

Joana ficara muito abalada com a notícia e a ida do primo para o Seminário, durante muito tempo ela alimentara a esperança de um dia voltar e encontrar e quem sabe realizar o seu sonho, casar-se com Antônio Francisco. Mas era ficou desiludida desse amor, quando soube que o primo acabara de formar estava trabalhando no interior do Estado de São Paulo numa pequena paróquia.

Ao saber que seu primo prosseguira na sua vocação, tratou se seguir sua vida. Joana estava no último ano de Medicina, enquanto seu primo iria cuidar das almas abatidas, Joana iria formar-se e pretendia fazer residência na área de Pediatria.

Convicta que não iria dar em nada o seu romance com Antônio Francisco, Joana casara com um amigo da Faculdade de Medicina Henrique, com o qual tivera dois filhos, Renato e Márcio o mais novo. Cinco anos já tinha passado do dia que ela tinha casado, sendo que apesar de não amar Henrique como amava Antônio Francisco, eles viviam maravilhosamente bem.

Henrique era um homem tranquilo, calmo, sossegado, caseiro e que amava intensamente tanto Joana como seus dois filhos. Se depender unicamente de Henrique, jamais Joana poderá pensar em algo vindouro com seu primo. Mas mesmo sabendo, que seria praticamente impossível algo com seu primo, lá no seu íntimo, ela jamais esquecera ou deixara de amar Antônio Francisco.

Regresso

Depois que Antônio Francisco formara no seminário e fora paroquiar no interior do estado de São Paulo, sua família usou do prestígio que tinha perante as autoridades do município de Vista Linda e nas redondezas, o pai de Antônio Francisco resolvera solicitar perante as autoridades eclesiásticas a possibilidade do envio do filho para a paróquia da sua cidade. A família era muito rica, tinha muita influência e depois de 10 longos anos o bispo regional, resolveu atender à solicitação de José Dias Pereira e depois de longos 16 anos Antônio Francisco agora regressaria a Vista Linda não apenas como filho de José Pereira Dias, mas agora como sacerdote da Paróquia de Vista Linda, e grande era a alegria e satisfação dele de retornar a sua terra.

Luto

Acontecera que dois anos depois que o seu primo assumira a Paróquia de Vista Linda, Joana fora visitar sua amiga de infância Arlete. Ao chegar em sua casa, Joana fora surpreendida com a triste morte do seu esposo Henrique. Justamente no momento que ela estava fazendo a visita para sua amiga, Henrique teve um enfarto fulminante, expirando na poltrona da sua casa. Quando Joana chegou em sua casa, tinha vinte minutos que o corpo inerte de Henrique jazia na poltrona.

Aquele fim de tarde e o início daquela noite iria tonar-se no pesadelo da vida de Joana. Mesmo sabendo que seu marido estava morto, ela tratou de levá-lo para o hospital, na esperança que os médicos pudessem ressuscitá-lo, mas todo esforço fora em vão e no dia seguinte Henrique fora enterrado no cemitério da cidade. Lá estavam todos desconsolados, diante de tal tragédia, mas ninguém estava sofrendo mais do que aquela jovem viúva e os seus dois filhos.

Parece que a morte do seu esposo, só fizera reascender a chama que estava estabilizada no coração de Joana, e ela lembrou do seu primo e achou por bem, procurá-lo na igreja com a esperança de que ele pudesse ter palavras que confortasse o seu coração naquele momento tão angustiante. Antônio Francisco teve o maior prazer em consolar o coração daquela alma carente, uma coisa apenas ele lembrava, que agora era o pastor de um rebanho, teria que consolar, ajudar sua prima, mas jamais poderia deixar seu coração alimentar aquele amor que estava apagado do passado.

Renascimento

Joana, cada vez mais, consciente ou inconsciente, sentia necessidade de buscar amparo, consolo com as palavras de Antônio Francisco e sempre ele tinha o maior prazer em receber sua prima para aconselhá-la. Infelizmente o padre sentia que seria impossível sufocar aquele amor que durante toda a adolescência teve por sua prima, e a medida que ela ia na igreja, mais e mais o seu coração ficava subjugado diante do amor de Joana. A viúva não queria saber de ninguém, jamais pensava num segundo casamento, a única coisa que passava na cabeça dela era o seu primo, o amor que ela sentia por ele. Mesmo sabendo que era um sacrilégio, Joana se dispôs em conquistar seu amado. Não importava se era algo pecaminoso, mas a única coisa que vinha em sua mente, era tocar aqueles lábios, era poder levantar sua batina e saber o que teria debaixo dela, ela imaginava seu corpo ardente de desejo tocando no corpo do seu primo, imaginou aquela boca acariciando os seus seios, aquela mão afagando suas genitálias, por mais que ela não quisesse pensar, era isso que insistentemente vinha em sua mente, e enquanto ela não realizasse o seu desejo, ela não iria se aquietar.

Joana apesar dos seus 41 anos, era uma mulher bonita, ainda jovem, sedutora. Tinha 1,68 m de altura, um corpo esbelto, bem torneado, tinha um bumbum insinuante, nariz delicado, boca suave e os cabelos longos castanhos claros.

Um belo dia, Joana levantou cheia de paixão e ardor pelo seu primo, por mais que tentasse, seus pensamentos eram cativos dele, então ela resolveu partir para a conquista do seu amado. Naquele dia colocara uma bela lingerie vermelha que demonstrava todo fogo e paixão que ela estava tendo naquele momento. Colocara um vestido vermelho de renda decotado em V, colocou um batom que combinava com todo aquele conjunto e no seu belo pescoço aplicara um pouco de Eufhoria que suavemente ia perfumando todo o seu quarto.

Na sua cabeça, uma única coisa ela queria, seduzir o seu amado e pudesse ter sua experiência sexual com seu amado. Outrora ela ficava preocupada de ser um instrumento que pudesse desviar o seu amado da sua vocação, do seu ministério. Mas chegou um momento que as emoções, o ardor, todo fogo, todo desejo que ela sentia por seu amado, sobressaia sobre a sua racionalidade, sobre a voz da sua consciência, e ela partira em busca do seu amado, como uma leoa parte em busca da sua caça para saciar a sua fome.

O padre Antônio Francisco não era alto, muito pelo contrário, ele era quatro centímetros mais baixo que Joana, mas o que faltava no tamanho, ele ganhara no afeto e devoção que sua súdita sentia por ele, ganhava no carisma, era um exímio comunicador, sempre era possuidor de uma boa palavra para consolar o seu rebanho. Só que seu primo sabia que ela já não era mais uma ovelha que procura refúgio com o pastor, ele sabe que sua Joana o via como homem, e ela como mulher estava sonhando ardentemente em ser possuída por esse homem.

Tem um ditado que diz o seguinte: “água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”. Joana por mais que amava seu primo, sempre foi comedida, mas hoje ela veio decidida, hoje ela não pensou na consciência, ela queria simplesmente dar vazão aos seus instintos, ela queria apenas soltar aquela fera que há anos a incomodava a e queria ser liberta.

Inicialmente Joana chegou na igreja falando sobre a necessidade que ela tinha de confessar seus pecados, mas o que Antônio Francisco não imaginava, que a confissão dela seria como uma cantada de um mulher que estava ardentemente no cio, louca para ser dominada pelo seu macho. E a medida que Joana confessava os seus pecados, ia falando do desejo que consumia o seu ventre, ia falando que em momento algum conseguia tirar aquele padre da cabeça, confessava que queria levantar aquelas batinas e saber como era Antônio Francisco debaixo daquelas vestimentas, se ele era carinhoso, se ele teria ao mínimo noção de como satisfazer uma mulher. Essa confissão com a intenção de sedução acabou sendo fatal e o seu primo, esquecera por uns momentos que era padre, imaginou apenas que era um homem que estava de frente de uma mulher linda, sedutora que estava faminta por seus carinhos. E ali mesmo na sacristia eles se pegaram nos beijos e abraços, grande era o fogo que consumia aqueles dois corpos, incendiados pela chama do desejo, da paixão, da excitação e aquele casal de forma frenética se amaram por aproximadamente trinta minutos. Depois que a tempestade acalmou, que a razão voltou em cena, e aí que o arrependimento entrara em cena, mas agora era tarde, tudo já tinha se consumado.

Consciência x emoção

Depois da sua primeira relação, grande culpa caiu sobre os dois. Antônio Francisco por que no seu coração tinha vontade de exercer seu chamado como todo fervor e pureza. Mas depois daquele acontecido sabia que jamais conseguiria purificar-se totalmente, caso não levasse esse caso para as autoridades eclesiásticas. Mas ao mesmo tempo vinha o medo de perder o seu sacerdócio.

Joana da mesma forma foi acometida de um peso muito grande na consciência. A partir daquele momento vinha sempre na mente que ela não iria jamais ser perdoada, por ter desviado um sacerdócio do seu chamado. A salvação era algo latente na sua mente, e agora sempre vinha indagando, se quando ela morresse iria herdar a salvação. Ao mesmo tempo que pensava em sua salvação, pensava também em Antônio Francisco, que ele também poderia penar no purgatório, por culpa unicamente, exclusivamente dela.

Mas a verdade é que tanto Joana como Antônio Francisco, carregava o peso nas suas consciências, mas nenhum e nem outro estava disposto a perder alguma coisa.

O tempo ia passando e Joana, não queria saber de nada, não queria saber de casamento, não queria saber de homem nenhum em sua vida, queria apenas saber do seu padre, do seu amado, e mesmo com toda essa luta que tinham em suas consciências, ainda não estavam totalmente preparados para largarem suas concupiscências e ainda por uma década saciaram entre si dos seus corpos cheios de desejos e luxúrias. Até que Joana depois de tanto insistir para que Antônio Francisco largasse a batina para casar-se com ela, vendo que jamais seu primo largaria o ministério, decidiram mutuamente não terem mais nenhum tipo de relação sexual.

Hoje

Atualmente já se passaram cinco anos, eles continuam sendo amigos, inclusive uma vez ou outra, Antônio almoça na casa de Joana. O padre tem também a admiração de seus filhos. Sendo que conforme o tempo e a disposição do seu primo, eles costumam ir até numa pizzaria ou num restaurante acompanhado da família de Joana. Antônio Francisco teve até o prazer de ser convidado para ser testemunha de Márcio no seu casamento, o filho mais novo de Joana, aceitando prontamente de bom grado.

Joana passara a dedicar mais ao seu serviço, as crianças que ela um dia escolhera para tratar com tanto carinho. Ela continua sem casar, e continua guardando seu primo no seu coração. Se me perguntarem se o amor dela diminuiu em relação ao seu amado, eu digo que não, apenas com o passar dos anos as nossas emoções deixam de ser tão impetuosas. A quantidade de hormônios diminui consideravelmente, o vigor vai se dissipando, entrando em cena agora a razão, que passa a tomar o controle da situação. Joana guarda agora as boas recordações que vivera ao lado de seu amado e também o amor que será eternamente.

Simplesmente Gilson
Enviado por Simplesmente Gilson em 08/07/2017
Reeditado em 08/07/2017
Código do texto: T6048601
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.