A POETISA

Romance perfeito se Otávio não fosse tão aventureiro. Ele era aquele homem que toda mulher gostaria, alto, charmoso, carinhoso, inteligente, situação financeira bem estabelecida.

Quando Letícia o conheceu e se apaixonou.

Ela era uma mulher recatada, doce e sincera. Sabia muito da vida dos outros, devido assistir a alguns problemas existentes na escola onde era professora e como Psicopedagoga via além da pessoa, pois tinha um olhar mais profundo para cada aluno.

O namoro com Otávio parecia bem, eles saiam pouco, às vezes ele fazia horas com ela em algum shopping enquanto terminava o horário de trabalho dos seus funcionários, depois eles iam para casa e ficavam a vontade.

Ao passar do tempo o relacionamento deles ficou um tanto quanto conturbado. Não se compreendiam mais como antes, mesmo assim, Letícia continuava deslumbrada. Até que em um desses encontros, Otávio diz: _Meu filho está se separando, e vem morar comigo.

_ E como fica a gente? Indaga Letícia. Pois sabia que não iam mais ficarem tão à vontade.

_ Ah, damos um jeito. Responde ele.

A verdade o que estava acontecendo não era somente a volta do filho para casa, era outra mulher que já estava na vida dele.

Doeu muito para Letícia quando descobriu. Mas fingiu não dá importância e em vez de namorada virou “amante”. Encontravam-se quando o tempo era favorável aos dois.

Otávio não parava por ai, sempre estava em busca de novas mulheres, Letícia foi descobrindo como passar do tempo, o que lhe deixou mais confiante que apesar de buscar outras mulheres, Otávio nunca a abandonou, sempre teve elogios para com Letícia e todos os dias conversava e tentava marca encontro com ela.

Mas como tudo na vida se não for bem cultivado morre.

Letícia transformou toda essa história de amor em poesias. Começou a escrever e postar, era o seu desabafo de amor, de ilusão, de tudo o que Otávio representava para ela.

Passou-se um ano sem mais se verem, mas nunca deixarem de conversar todas as noites.

Certo dia, Letícia resolve fazer-lhe uma visita e claro, ele a via como sua, a abraçou e beijo-a como antes e mais uma vez ele a amou.

Letícia ficou sem ação, embora não tivesse mais apaixonada, cedeu. Queria deixa-lhe boas lembranças, apesar de não ter mais sentimento por ele. Foi um tanto fria a seu ver.

Mas saiu daquela casa como se nada tivesse acontecido, agora tinha a certeza que não o via mais como seu amor e queria apenas como amigo. Sem toques e sem intimidades.

Infelizmente Otávio não via assim, continuava insistindo para se encontrarem e amarem-se como das outras vezes.

Cada vez que ele a convida, Letícia invertia as palavras, mudava o assunto ou dava um sorriso amarelo.

Ele diz: _ Cada dia você está mais fria.

Realmente era isso que estava acontecendo com Letícia. Que reponde: _ Você quis assim.

Uma noite ela perguntou para ele: _Você vai ao lançamento do meu livro?

_Você pode levar sua namorada e quem você quiser.

Ele responde: _ Claro que vou, mas vou sozinho.

_ Depois posso te levar para minha casa para passarmos a noite comemorando?

Letícia indaga-o: _ É nesta condição que você vai?

_Não, uma coisa não pode ter nada a ver com a outra. Responde ele.

_Mas seria muito bom.

_ Você além de uma maravilhosa mulher, é uma poetisa.

_ Quero te arrastar para minha casa.

Letícia dá apenas um sorriso, certa de que ele não vai e ela também jamais passaria a noite com Otávio.

Ele também não negou ou afirmou se estava namorando, apenas insiste em continuar querendo Letícia.

Mulher que só se envolveu, quando sua razão cedeu um cantinho para o seu coração. Ela não é uma mulher de deixar envolve-se fácil.

Letícia jamais seria igual ao Otávio, apesar de ter se sentido igual a ele, naquele ultimo encontro, mas estava decidida que não haveria mais encontro, pois nela o fogo da paixão por ele, havia se apagado.

Marlene Rayo de Sol
Enviado por Marlene Rayo de Sol em 11/09/2017
Código do texto: T6111416
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.