O que ser: teoremático ou paradoxal?

Escolher.

Escolhas que nos tornam quem somos e em qual rumos seguimos, as mesmas que nos destroem e nos crucificam por optarmos por algo que nos convém, mas as mesmas que nos motivam e nos renovam por saber que dias melhores virão. Tornei-me um ser inconsequente, incapaz de sentir? Jamais! Somente sinto o que me faz feliz, mas como sei o que me faz feliz se estou preso num poço de solidão onde amargura e descrença são os únicos sentimentos que me rodeiam e me fazem sentir?

Ficar.

Entre ficar e ir, eu já não sei mais o que faço. Ando desligado e pensando demais em coisas de menos. Isso me corrói por dentro. Não quero ser um garoto irracional, que sempre toma atitudes pensando com a cabeça do p**. Também não quero ser refém do meu medo em ser feliz e abrir mão de desejos que me rodeiam como se eu fosse uma fonte dentro de um chafariz. Então, a questão é: ficar ou ir?

Amar.

Sentir ou achar que sente são diferentes. Eu não sinto ou acho que sinto? Como sabemos que sentimos? Arrepios na epiderme, borboletas no estômago, suor escorrendo pela testa... Festas perdem a graça? Sorrisos alheios ainda me atraem? Bocas erradas em momentos certos ou bocas certas em momentos errados? Aperto no peito quando há uma despedida? Brigas frequentemente significam amor de menos ou amor demais? As lágrimas fazem sentido para mim ou para ela? E se doer, será que sou capaz de superar?

Magoar.

Se chorarmos, transarmos e ficarmos agarrados, quem terá coragem em decretar o fim? Quando o calor do corpo dela me dominar, os braços dela me agarrarem, a boca dela me tocar, como vou ter coragem em me despedir? E se terminar sempre assim: decidido em qual escolha fazer, querer, mas não poder mais ficar, saber que não consegue amar e sempre ter medo de magoar quem você quer tão bem, como resolver?

Fugir.

Estagnado em um pensamento completamente estático sobre o que o futuro me reserva. Serei-eu capaz de sobreviver as controvérsias da vida? Terminar para, então, brevemente, me torturar por não tê-la mais em meu colo e ter que vê-la beijando uma boca alheia ou empurrar com a mesma barriga que deveria ter borboletas dentro, algo que não sabe para onde caminhará, mas acreditar que tudo irá se consertar com o passar do tempo e que o sentimento virá à tona?

Jarbas S
Enviado por Jarbas S em 01/10/2017
Reeditado em 10/02/2018
Código do texto: T6130456
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