A ÚNICA OU LÁGRIMAS DERRAMADAS POR AMOR - Capítulo 1

Era uma mulher alta, bonita e sexy. Os seus olhos eram castanhos como a paisagem do dia quando se deita. A sua formosura provocava e excitava olhares masculinos. Mas há quem tentava converter a perfeição feminina da Celina em ódio. Sempre foi assim no bairro da Chipangara a maior arte que ali predominava era inveja.

Celina Hellen era uma mulher casada e muito apaixonada pelo marido, Telys Brown que era modelo fotográfico de profissão e muito famoso por ter várias empresas de renome no mercado. Até ali, o sucesso não confundia a felicidade que ambos tinham edificado. A fidelidade mútua fortificava a relação. 

Foi numa das suas empresas que Brown conheceu a Juliana Marinelli, uma jovem também sexy. Olhar provocante, voz atraente e um andar convidativo. A elegância da felina prendeu-o e fê-lo apaixonar-se; sendo assim, Brown conquistou-a usando simpatia e seu poder de sedução.

Surgiu o primeiro encontro. Segundo. Terceiro. Depois de conhecerem o jardim proibido da intimidade, recusaram-se a desfaze-lo. Agora reinava estranheza. Os ingredientes e temperos do beijo da Juliana fizeram-no esquecer os trilhos que o levariam à casa.

Uma semana fora do convívio familiar, Telys desfilava a sua classe nos olhos da Juliana. A Celina quase morria de preocupação, porque o marido não atendia as suas ligações. Isso deixava-a cada vez mais preocupada, pois, o amor falava mais alto no seu peito.

Toda vez que Telys sonhava e regressava à casa, quando Celina pedia satisfações terminava sempre em discussão. A jovem mulher regava rios de lágrimas no canto do seu quarto e depois de boas chapadas, ela procurava entender o marido que outrora tinha sido amável.

Numa noite pequenina como as sementes da laranja, quando dormiam, o celular do Telys gritou de socorro com um número gravado. Ninguém atendia. Vibrou quatro vezes seguidas. Ninguém atendia. Foi quando as lágrimas da Celina caíram muito rapidamente. Ela estava bêbada de curiosidade e quis ver a notificação da “única” que dizia: 

"Oi amor, quando voltas da viagem? Estou com saudade de te entregar a minha colmeia de prazer"

Tudo começava a fazer sentido, a Celina que se julgava a única, descobriu que não era. Apagou a mensagem e fingiu que nada tinha visto.

No dia seguinte o Telys Brown despede-se dizendo que estava de viagem para uma seção de fotografia. A consciência já lhe pesava, na verdade precisava terminar com a Juliana o quanto antes. A Celina tentou beija-lo sem êxito. Duas noites se passaram, Telys regressa à casa ansioso para ver a Celina e contar-lhe tudo e pedir desculpas. Ninguém estava em casa. Uma carta que estava no centro da mesa dizia:

"Telys meu amor, Quando estiveres a ler esta carta, eu já não estarei a fazer parte do teu mundo. Destruíste-me. Foi bom viver os momentos dos quais já tenho saudades. Escrevo-te aqui neste quarto onde o meu corpo se despiu muitas vezes. Agora chegou o fim e terei saudades do teu beijo, do teu corpo quente e das nossas almas em uma só vida. Há dois meses que não vejo a lua, tudo indica que estou esperando o nosso filho. Desculpa meu amor, mas a tua ausência não permitiu que lhe avisasse. Nunca imaginei que seria trocada por outra. Senti-me humilhada. Entreguei-te o meu corpo e alma, e o que fizeste? Traíste-me. Foi difícil tomar esta decisão, mas tive de fazê-lo, o meu coração não tem espaço para suportar tamanha dor. Então preferi deixar tudo para atrás, vou-me embora e, Deus traçará o meu novo destino. Amo-te muito e sempre te amarei.

CELINA

Telys chorou e sozinho inundou as margens do rio Zambeze. Quebrou os bens que embelezavam a casa e...

- Continua –

Richard Priminta
Enviado por Richard Priminta em 14/01/2018
Reeditado em 14/01/2018
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