Love love love

Eu acordei no meio da noite. Olhei no relógio e ainda eram 05h47. Ela me abraçava muito forte como se tivesse medo de que eu fosse embora, como se quisesse que eu ficasse ao seu lado para sempre.

Passei meus dedos por seu braço. Meus dedos conheciam as curvas daquele corpo melhor do que as curvas de meu próprio. A sua pele em contato com a minha tinha um toque quase que eletrizante. Era uma das minhas sensações preferidas no mundo todo.

Eu sabia que não devia estar sentindo tudo aquilo. Sabia que ela não sentia o mesmo. Mas eu não conseguia evitar. Só conseguia dar-lhe amor mesmo sabendo que ela jamais retribuiria. Entreguei-lhe meu coração mesmo sabendo que ela não cuidaria dele da forma que merecia.

Mas seus olhos esverdeados sempre me encontravam em salas abarrotadas de pessoas menos importantes. Seus braços sempre me apertavam forte a noite toda, até quase estar de manhã.

Acho que era melhor ter esquecido isso antes de eu me acostumar. Mas agora parecia um pouco tarde demais para isso.

Rolei na cama e fiquei de frente para ela. Passei meus dedos por seu rosto e lhe beijei nos lábios. Ela parecia meio acordada e sorriu, me beijando de volta.

– Eu sou muito canalha? – Perguntou-me sonolenta, com os olhos ainda fechados.

Apenas neguei com a cabeça, mesmo sabendo que ela não estava me vendo.

– É, acho que sou uma má pessoa. – Concluiu.

Eu me aproximei e a beijei novamente. Ela me beijou de volta e passou seus dedos pelos meus cabelos.

Talvez fosse melhor ter esquecido isso antes de me acostumar. Mas agora eu tinha certeza de que era muito tarde para isso.

Eu só podia dar-lhe amor mesmo que ela não pudesse amar de volta.

Flávia Tomaz
Enviado por Flávia Tomaz em 18/01/2018
Código do texto: T6229913
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