Vai, coração!

E se eu precisar sair daqui? Ser dominada por uma incontrolável vontade de fugir? Pegar as minhas coisinhas e partir para outra vida... Uma casa só minha para esconder meus medos e insegurança à noite? Sozinha.

Esquecer essa coisa de duplicidade e quiser ser única? Guardar bem o meu bem no singular.

Vou me virar de qualquer jeito. Mentira! Mentira!

Que piada sem graça. Eu morro de medo de um dia repetir estas palavras.

Porém, enquanto isso, estou rindo...

Às vezes, sinto vontade de encher o tanque do carro e acelerar. Corajosa.

Pensar e repensar a minha vida de uns tempos pra cá. Entender que eu escolhi a dedo cada detalhezinho de tudo o que vivi e vivo desde a última ilusão perdida. Eu permiti tudo o que me aconteceu e saí sorrindo com a cabeça erguida. É que eu sou forte, sabe... Pelo menos, é o que venho conseguindo mostrar.

Mas a verdade é que eu sou medrosa. Morro de medo de frases que me afirmam: estou viva. Tenho pânico de pessoas que chegam fazendo bem, organizando minha alma.

Eu só quis falar sobre mais um dia inteirinho de trabalho... Ele exibiu o seu descanso.

Eu quis falar das noites mal dormidas, das insônias consumidas por pensamentos ininterruptos, os quais afirmam impetuosamente que eu estou perdendo o controle.

E isso se faz assustador. Porque eu não posso perder o freio, sobretudo quando reconheço que estou perdendo.

Com dizeres guardados para o momento certo, ele diz algo e eu calo. E, por fim, as suas palavras acabam soando bem mais bonitas.

E o meu cansaço se dissolve na beleza do que meus ouvidos gostam de ouvir.

De novo.

Eu jurei que ia ser diferente... Eu já conhecia esse cara.

Bom, até aqui, tudo bem. Gostei do cara. O que? Você não acredita? É a mais pura verdade.

Nunca houve interesse por nada.

Verdade.

Começou com uma grande brincadeira e agora... estou aqui... descansando também.

O corpo. A alma. A mente. O coração... esse não!!

Esse não para e não cansa. E, inequivocamente, enquanto ele bate, mostra-se pronto para apanhar de novo. Esperando, de modo sôfrego, que não!

Vai, coração!

E se isso me estraçalhar de vez... que eu morra, então, estraçalhada!

Isabella Padilha
Enviado por Isabella Padilha em 05/03/2018
Código do texto: T6271476
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