Minhas Recordações- Cap. 10 e 11

Capitulo 10 - Noite inesperada

Em alguns minutos de espera, ao som de Black, um ritmo usado do momento, uma musica boa finalmente era “my place” (Nelly), uma musica mais romantizada, apesar de não ter noção do que a letra inglesa falava o ritmo embalava algo romântico e sensual ao mesmo tempo, enquanto ele sai do quarto dizendo “Vamos tô pronto!”, mesmo querendo ouvir o restante da musica me levanto como uma resposta positiva, saindo porta a fora, totalmente sem pressa.

Durante a caminhada de um quarteirão, a conversa começa fluir, risadas, bochechas coradas, jogada de cabelo, mil gestos, eu estava muito nervosa, era fácil perceber. Chegando em frente a festa, um banco convidava- nos a sentar, ali paramos e durante toda aquela noite fria e estrelada, pude pela primeira vez não me lembrar daquilo que a tempos tentava esquecer.

Ao notar que todos já estavam indo embora, nem nos incomodamos, o tempo parecia parado, mas então ouvimos “vocês vão ficar ai é!”, “eles tem razão já esta tarde e precisamos dormir, você mais do que eu, por trabalhar tão cedo!”.

Assim nos colocamos a fazer todo o trajeto de volta, mas dessa vez paramos na metade, o marco do meio entre minha casa e a dele. “Então...Boa noite, foi um prazer te conhecer!”, “Boa noite!”. E a velha mania dos beijinhos no rosto armou uma cilada, querendo desviar o caminho para a boca. “Não, por favor, eu não quero, me desculpa, eu gosto de outra pessoa e não quero magoar você!”, “tudo bem, quer que eu te leve até a porta da sua casa?”, “Não precisa xau” a despedida mais rápida do mundo, sem muito olhar nos olhos dele para que não visse a triste lágrima que se formava em meus olhos.

Rapidamente caminhei em direção a minha casa, sem olhar pra trás, eu não podia, pois as lágrimas escorriam, mesmo sem que eu quisesse. Respirando fundo, limpando os olhos, firmando o corpo, abro a porta de casa entrando de fininho para ninguém me ouvir, apenas fui capaz de tirar a calça que me apertava a barriga que estava revirada, joguei-me na cama, de cara no travesseiro, que antes mesmo de entrar em contato com o meu rosto já estava molhado com minha lagrimas. Mais uma noite de choro, mas dessa vez sem entender bem o porquê chorava, mas eu sentia vontade de chorar, hora pela falta do Jo, hora pelo beijo negado, até repousar em um sono apaziguador de sofrimento.

Capitulo 11- Arrependida.

E o domingo chegou, cheio de ideias incríveis de como voltar atrás daquele beijo não dado, então a amiga era o socorro, após contar a experiência da noite anterior, “preciso de um filme, qualquer um, ai eu ligo e convido para assistirmos junto!”, “ótima ideia, tem esse”, o filme era “navio fantasma” e outro de reserva “táxi”.

Ligação feita, convite aceito, vamos lá, mais uma vez tentar a sorte pra ser feliz. Uma noite bastante intensa, com medo do filme e coração acelerado, por estar ali em seu quarto e pensando como vai ser a hora de ir embora.

Finalmente, acabou aquele filme, e juntos vamos tirar o cd do aparelho de DVD, toque entre as mãos, olhares entrelaçados e um adesivo de borboletas colado na tv chama minha atenção “Que estranho esse adesivo”, "Quando eu vim embora uma amiga me deu”, risos desconfiados “Amiga sei!”, “Serio, amiga!”.

Mesmo com o convite de assistir mais um filme, estava tarde e eu sabia que ele trabalhava muito cedo, por bem dele e pelo meu que não aguentava de ansiedade, para deixar que a despedida se tornasse um beijo, resolvi ir embora, fazendo aquele doce de que tudo bem caminhar sozinha até em casa, mas como um cavaleiro que era não permitiu e me acompanhou até a esquina onde marcava o meio do caminho, parada para uma “boa noite” e os abençoados beijinhos no rosto, foram o que eu precisava para roubar um beijo daquela boca carnuda e admiravelmente linda. “Minha boca parecia se encaixar perfeitamente na sua, sentir sua mão envolta da minha cintura, enquanto as minhas seguravam seu rosto para que não escapasse, mesmo ficando claro que não tinha intenção de fugir, alguns segundos, e “Xau, boa noite”,” Boa noite”, dessa vez ao caminhar, meus olhos não olhava na direção da casa, mas sim flertavam com o olhar dele juntamente com um sorriso maroto que mordia os lábios, o coração encontrou de novo uma razão para bater, a paixão mais uma vez incendiava meu coração.

Deitando sem pressa quase em câmera lenta, o fiel amigo travesseiro, parecia não entender nada, enquanto me esperava com lenços para enxugar meu pranto, eu trazia para ele ternura e sonhos. Eu realmente estava me sentindo feliz, como podia ser verdade a frase que diz “Só um amor para curar o outro”, apaixonada de novo, mas a cabeça pensante advertia que tudo será diferente, “eu não vou sofrer de novo não”. E foi assim o primeiro dia feliz da minha vida.

MCantalupe
Enviado por MCantalupe em 08/06/2018
Reeditado em 08/06/2018
Código do texto: T6359157
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