À beira da insensatez;
Na sarjeta do descaso!


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Passando a minha frente
Na espreita e ao relento
Vidas amontoadas
Tocando a minha mente.

Sussurros com agudos “ai’s”
Sem som, pela dor temperados
Em desespero, famintos abafados
Pela ajuda dos famigerados, humanos, animais.

Muitos olham, por dentro preferem se calar
Outros desviam os olhos, cegos da dó
Alguns por lampejos inócuos, percebem
...mas, graças ao menos um, disposto á ajudar.

Uma ninhada, felinos enfilerados pra morte
...despreparados, atônitos atordoados
Vidas largadas ao léu sem culpa e sem sorte
Agradecidos pelo socorro de um coração abençoado.

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Que viu enxergando com os olhos da alma, juntou-os
Fez de seu máximo, o todo que tem e se deu
Alí teve sua paga pelo que sentiu e reverberou
Comungou do amor que um dia de Deus recebeu.

Uma vida, seja qual for é sempre uma vida
Perdendem-se partes preservando-se do fim, a essência
Ao menos um preservado vai fugir da maldita desdita
E a mim não teve preço a chance desta incrível experiênci
a.
Paradas, xamadas
Vidas xamuscadas
Pelo descaso em xamas
Com feridas abertas
Tocando em meu ser
                          Indescritível descoberta                           Aprendendo me multiplico
Crescendo me transformo
Afasto o inícuo
Apago xamas vãs
Pela xama que arde em mim
Me xama,

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Xamã!