Terminal Rodoviário

A Paisagem com todo seu esplendor. O rio caudaloso, com o lusco-fusco aproximando, o sol tristemente preparava para partir, ora vem os montes, ora vem as planícies. Na poltrona inclinada, olhando aquele cenário pela janela, estava João Dias, as roupas amarrotadas, a ansiedade era notória naquele rosto sôfrego, afinal de contas 22 horas ali no interior daquele ônibus se passara. Todas as cidades passavam, menos a sua querida capital. Grande era a vontade de chegar na sua casa, tomar um belo banho, trocar aquelas roupas, deitar naquele tapete e assistir um belo filme para relaxar daquela viagem tão cansativa.
De repente o telefone toca, surpresa e espanto toma conta daquele jovem, ele jamais esperava receber aquele telefonema. A empolgação toma conta daquele ser, a esperança volta a renascer no coração daquele pobre sonhador.
Do outro lado, no telefone Raquel, a jovem que durante muito tempo, estudou com João Dias no colégio. Raquel de estatura mediana, cor clara, seus cabelos eram longos na cor preta, seus lábios eram carnudos, seu quadril nem grande e nem pequeno, mas o suficiente para contornar aquela cintura, dando a ela uma certa sensualidade, era tímida, possuidora de um enorme coração, sem falar que era extremamente doce, tornando agradável sua companhia.
E ali estava ela, fazendo renascer o amor que um dia era tão latente naquele coração. João Dias todo emocionado,  perguntou qual o motivo daquela ligação e Raquel prontamente disse que estava voltando da casa da sua avó que morava na cidadezinha de Galileia e que se encontrava no terminal rodoviário da Capital, curiosamente o jovem haveria de passar ali também. Tudo parece que os deuses estavam colaborando para o encontro daquelas duas almas. João Dias todo radiante, querendo rever o seu antigo amor, combinou com ela de encontrar na plataforma F de desembarque.
Essa inesperada ligação tornou mais ansiosa a chegada daquele jovem. E ele inquieto naquela poltrona, cada semáforo parecia um martírio, cada parada parecia uma eternidade, até que depois de muito esperar, o ônibus chega no seu destino final.
Lá estava ela, toda de branco, naquela plataforma, simplesmente encantadora, esperando o seu grande amigo. Abraçaram-se mutuamente, inenarrável era a emoção daqueles jovens ao se encontrarem. A rodoviária estava muito tumultuada no seu interior, então eles foram para a parte externa, encontraram um banco e ali ficaram sentados por horas, revendo os velhos tempos e rindo um do outro.
Tudo aquilo era simplesmente encantador, mágico. Tocar no braço da amada, sentir seu cheiro, seu calor, olhar em seus olhos, ver aqueles lábios carnudos movimentando, tudo isso proporcionava em Jôao Dias um certo êxtase.
todavia aquilo que era doce, se acabou. As horas num piscar de olhos passaram, o ônibus de Raquel estava prestes a partir, e ele teve que contentar com o distanciar daquela silhueta, até que Raquel entrou no ônibus e partiu.
Os dias continuam da mesma forma, contudo um fato ficaria pra sempre marcado na mente de João Dias. Sempre que passa naquele terminal rodoviário, o banquinho é avistado e reavivadas são todas aquelas emoções.   
Simplesmente Gilson
Enviado por Simplesmente Gilson em 22/06/2018
Reeditado em 22/06/2018
Código do texto: T6371020
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