A vida à beira do abismo
Subiu no alto de um penhasco... A vontade que tinha era que a vida se esgotasse.
Tudo era confuso em sua mente. Uma linha tênue separava o real da fantasia.
Doía o corpo mas, principalmente, a alma, parecendo tudo sem saída.
De repente, algo dentro de si mudou bruscamente, respirou fundo como que tocado por uma inspiração divina.
Começou a observar tudo em volta, a admirar cada detalhe da paisagem.
Viu o infinito pintado de pôr do sol que o convidou para dançar.
Em sua mente, veio à tona, uma antiga cantiga que sua avó cantarolava para embalar seu sono.
Deixou-se levar pela recordação longínqua e pela melodia suave e doce.
Subitamente, seu desejo mórbido foi sendo transformado como que a receber fluidos etéreos e intensos de amor.
* *