MUDANÇA DE SENTIMENTO

Cátia abraçou seu homem pela última vez, sabia que nunca mais o veria, pelo menos foi o que ele lhe adiantou. A chuva fina caía lá fora e ela rezava para que engrossasse, isso faria com que dispusesse de mais tempo para tê-lo nos braços e sentir o seu perfume. Suas lágrimas pareciam infindáveis, ela imaginava aquele mundo de água misturando-se com as da chuva que, para a sua alegria, aumentou consideravelmente fazendo-o reter-se junto ao corpo daquela que julgava não mais digna do seu amor. Aquele homem sem alma dava a impressão de estar em dúvida quanto ao sentimento por Cátia, abraçava-a fortemente, beijava-a com furor, mantendo-se ali não para deixá-la feliz ou apenas para aguardar que o tempo mudasse, mas para satisfazer o seu desejo incontido que se apoderou do seu corpo e o fez abraçá-la, correspondendo assim com ela, tão frágil e tão esperançosa de uma mudança repentina de Mário, esse homem que amou por alguns anos e que agora se vê prestes a perdê-lo.

A chuva lá fora não deu trégua, conspirou a favor de Cátia, que intimamente sorria e o desejava com mais força, motivando uma pitada de esperança em seu coração. Mário já olhava-a com mais ternura, beijava-a suavemente e acariciava suas partes íntimas como a querer algo mais. Ela simplesmente não reagia, se via envolvida num tesão incontrolável e quase não acreditou quando ele a convidou para a cama. Seu coração palpitou, bateu com mais força como se fosse explodir em seu peito. Adentraram o quarto e se despiram, esqueceram que o mundo existia, não perceberam que a chuva cessou e só tiveram tempo de deitarem-se e mergulharem em maravilhosa noite de amor nunca vivida por ambos em todo esse tempo que se conheciam. Mário penetrou Cátia com tanta volúpia que repetiu a ação por mais uma vez deixando-a praticamente inerte sobre o leito, percebendo a sua felicidade que era idêntica a dele. O dia amanheceu e mais uma vez fizeram amor numa intensidade impressionante.