Uma viagem surpreendente

Ano de 1981

Karen uma jovem bem sucedida com apenas 28 anos, proprietária de uma famosa floricultura "the flower seller" no centro do Rio de Janeiro. Vai à Zurique na suíça para assinar contratos com fabricantes de chocolates. Pretende ampliar os negócios na floricultura para agregar mais opções para a sua clientela super exigente.

Seus clientes são a maioria a alta sociedade do Rio de janeiro, artistas, políticos, industriais e alguns empresários de sucesso.

Conquistou esta clientela a custa de muito trabalho e dedicação. Sempre priorizando qualidade e exclusividade. Algumas das suas flores são encontradas só nos países gelados. No Rio de Janeiro apenas sua floricultura consegue manter estoque destas raridades por isso sempre foi muito requisitada. O seu diferencial sempre atraiu pessoas de gostos muito refinados.

Os seus clientes são os mais bem remunerado do país, por isso pagam o preço sem reclamar. São conhecedores das dificuldades para manter estas raras espécies

No primeiro ano, não foi fácil, mas depois conseguiu sobressair, e hoje Karen se tornou conhecida e respeitada pelo seu esforço conhecimento de mercado e dedicação.

Detém os clientes mais cobiçados do mercado do estado do Rio de Janeiro.

Reconhece que o seu diferencial vem mantendo-a no mercado por cinco anos, agora já está na hora de ampliar os negócios, para não cair na mesmice como outros empresários.

A sua visão empreendedora exige que vá além.

A viagem estava seguia normalmente, já estavam sobre o oceano, quando a aeromoça anuncia uma tempestade com turbulência. Logo em seguida começa a ficar mais forte...a turbulência aumenta e algumas pessoas se mostram desconfortáveis.

Karen já habituada a alguma tempestade ainda mantém a tranquilidade… Para ela está dentro dos parâmetros suportáveis. Do seu lado direito na janela está um homem de mais ou menos 35 anos. Karen não havia olhado para ele, estava alheia apenas pensando nos seus negócios. A inquietude do belo homem chama a sua atenção, percebe um certo desconforto nele.

Tentando descontrai-lo diz fingindo não perceber. Vai para Zurique? Ele afirma acenando com a cabeça. Karen percebe que não conseguiu o pretendido e faz nova tentativa, viaja sempre para lá? Agora ele a olha nos olhos e demonstra surpresa, responde não, esta é a primeira vez que ando de avião e estou um pouco enjoado, sempre evitei por temer. Pergunta é assim mesmo? O avião costuma ter estes solavancos? Um solavanco muito forte e Karen também se assusta, demonstrando tranquilidade responde, não é sempre assim, as vezes é mais tranquilo, mas estamos sobre o oceano atravessando uma tempestade forte, como já avisaram da Cabine, mas ficará tudo bem, logo atravessaremos esta turbulência. Ele responde com os olhos arregalados espero que sim, não estou tranquilo como você.

Mais algumas sacudidas e somos avisados que atravessamos a zona turbulenta. Graças a Deus! Diz o moço bonito aliviado.

Karen aproveita estende-lhe a mão e diz sou Karen muito prazer! Graças a Deus mesmo, eu também já não estava confortável, apenas quis deixar-te mais tranquilo, mas aqui dentro o meu coração estava apreensivo. O moço apertou-lhe a mão e respondeu sou Stefano o assustado! Sorriu tentando descontrair. Karen percebeu o quanto ele era lindo quando sorria... Falou quase impulsivamente, deveria sorrir mais vezes… Em seguida sentiu o seu rosto aquecer ficou envergonhada, ele percebeu e disse não sorri antes porque estava com muito medo!

Disse gentilmente, também percebi o quanto é linda e encantadora!

Karen se sente menos envergonhada, agradece o elogio.

Stefano continua… É casada? Está indo para Zurique? Karen responde animadamente, sim indo para Zurique, e não sou casada. E você?

Stefano olha para ela por alguns segundos e responde não, estou indo a Zurique encontrar a minha noiva, não nos conhecemos pessoalmente, apenas por foto e vídeo acredita?

Karen fica um pouco decepcionada, tentando não demonstrar responde em seguida, sério? A quanto tempo se relacionam? Stefano demonstra um pouco de desconforto como o tom de surpresa dela, responde meio sem graça, tem dois anos, estou indo para conhece-la e a família, vamos colocar as alianças.

O casamento será daqui cinco meses.

Karen deseja felicidades e diz nunca me relacionei assim, mas conheço pessoas que se casaram desta forma diz desapontada. O clima fica meio pesado, ele parece não estar à vontade se desculpa dizendo que tentará dormir um pouco.

Ela concorda com a cabeça e pega uma revista para folear. Vê que ele a observa, finge não perceber. Logo em seguida é anunciado o jantar ambos se ajeitam puxando a mesinha, percebe a dificuldade dele e o ajuda, agradecido ele pergunta se ela poderia ajuda-lo também com o menu

ela escolhe um salmão com alcaparras, pergunta a ele se gosta de peixe ou prefere carne.

Stefano diz não gostar muito de peixe, então ela sugere um filé com fritas, ele aceita e faz o pedido.

Quando chega os pratos ele diz que a sugestão dela foi perfeita, brinca… tenho certeza que está bem melhor do que este peixe rosa, sorri divertindo-se.

Ela faz-se de brava e responde, com certeza! Este salmão não está dos melhores, olha só o pedaço minúsculo! Ambos dão uma gargalhada divertida.

Se olham,e desviam o olhar como se fosse algo proibido.

Karen termina o jantar e pede uma xícara de café.

Stefano pede uma dose de whisky e justifica, se vier outra turbulência quero estar bêbado e dormindo, ambos dão risada da situação. Ele dormiu logo após.

Karen começou a observa-lo, percebeu seus traços marcantes, o seu queixo largo combinava com o seu semblante fechado, os cabelos meio queimados do sol, caia-lhe muito bem com a cor morena dourada da sua pele… Parece que aquele homem tomava muito sol, esquecera de perguntar qual era sua profissão, e agora a observa-lo ficou curiosa.

Mais uma meia hora e ele acorda com um belo sorriso perguntando, não dormiu linda Karen? Ela sorri gentilmente respondendo que não, diz estava lendo estas reportagens, e achei interessante esta aqui que fala exatamente sobre amores virtuais, não teve como não lembrar de você.

Stefano fica interessado e pergunta, o que diz aí na reportagem?

Karen diz é melhor não saber, poderá ficar impressionado. Ele insiste com quê eu impressionaria-me? Não estou entendendo, diz intrigado.

Karen entregue-lhe a revista aberta com a reportagem, ele começa a ler, e aos poucos vai ficando como semblante preocupado. Ao terminar questiona, isso se deu em Zurique, por incrível que pareça a moça da reportagem também se chama Anne. Karen pergunta também porquê?

Stefano levanta uma sobrancelha e diz, não lhe falei que a minha noiva se chama Anne? Karen diz que não é fica também preocupada, mas o tranquiliza dizendo, em Zurique Anne é um nome muito comum.

Stefano olha pensativo pela janela, onde só se vê aquelas plumas enormes.

As nuvens pareciam montanhas de algodão. Ficaram algum tempo em silêncio, depois Stefano disse baixinho, seja o que Deus quiser.

Já era visível Zurique, e Stefano avista da janela a cidade ainda bem minúscula, pergunta será que é Zurique? Karen responde que sim, enquanto ouvem o aviso de afivelar o cinto para a aterrissagem. Por algum motivo desconhecido Karen fica triste e pergunta, será que nos veremos novamente algum dia?

Ele a olha intrigado e pensativo diz, se for da vontade de Deus…

Uma tristeza invade o coração de Karen.

Fica sem entender, aquele moço é um estranho, não justifica isso.

Já em solo suíço diz para Stefano, ele responde apenas um sim sem muito entusiasmo. Por um instante Karen tem a impressão de velo sentindo a separação. Diz um pouco desolada, lá fora deve estar a sua Anne ansiosa e… Antes de completar a frase ele coloca a mão sobre a sua boca, e fala, não diga mais nada por favor! Karen fica parada sem ação.

Stefano se aproxima perigosamente e diz, não posso deixa-la ir sem antes tomar uma atitude, puxa a sua cabeça e dá-lhe um beijo na boca. Karen fica ali parada enquanto ele se afasta sem olhar para trás.

Recobra os sentidos e começa a andar rapidamente para alcança-lo, não consegue.

Atravessa o portão de desembarque e vai à procura de um táxi rapidamente, entra e começa se afastar quando vê do outro lado da rua Stefano. Parecia nervoso olhando para todos os lados, Karen pede para o motorista parar em frente a ele, percebe que ninguém o esperava, pergunta quer uma carona? Ele demonstra um pouco de decepção e vergonha, pega a mala e sente-se ao lado de Karen. Não diz nada apenas justifica, é melhor ir para um hotel e esperar que Anne atenda a porcaria do celular.

Karen não diz nada, chegam ao hotel onde já estava reservado para ela.

Na recepção olha para ele e diz vamos encontrar um apartamento para você percebi que não tem reserva, sendo assim contaremos com a sorte.

Não foi difícil, encontraram um de frente ao dela , Karen já é cliente a anos deste hotel,sente-se em casa.

Quando entram no elevador ela questiona

Anne não veio encontra-lo, passou pela sua cabeça, que ela pode ser a mesma pessoa da reportagem?

Lá dizia que aquela Anne teria feito inúmeras vítimas saírem de seus países atrás dá promessa de casamento, e não compareceu em nenhum encontro, será que são a mesma pessoa?

Stefano gagueja um pouco e completa, sinceramente senti algo ruim quando li, mas não tem foto , então pensei que não, mas diante dá ausências dela já não sei o que pensar.

Entram nos seus respetivos quartos com a promessa de descerem para o jantar às vinte horas em ponto.

Karen vai direto para o banheiro e abre as torneiras para encher a banheira, coloca gotas de óleo de rosa-branca e espuma de banho, tira a roupa e entra na banheira ainda pela metade de água, está cansada e pretende relaxar um pouco antes do jantar.

Stefano no quarto em frente tenta em vão mais uma vez ligar para Anne.

Desiste e vai para o banho desanimado.

Começa acreditar que não conhecia a sua noiva, e que talvez fosse mesmo a safada da reportagem que a polícia já estava a procura, provável que ele fosse a próxima vítima.

Tomou um banho rápido e deitou para descansar.

Karen já bem mais relaxada Pensa enquanto a espuma cobre o seu corpo…

O que será que vai acontecer com Stefano? Será que Anne virá ao seu encontro? Meu Deus uma viagem desta distância, e se ela não aparecer?

Não consegue deixar de se preocupar.

Olha as horas e percebe que , o tempo que resta é para aprontar-se e descer para o jantar, Stefano estará a sua espera. Sai da banheira, enrola-se na toalha e vai para o quarto se preparar.

Escolhe um vestido vermelho justo ombro a ombro que lhe cai muito bem, coloca o scapin dourado de salto altíssimo, uma gargantilha dourada e a pulseira, faz um coque no alto da cabeça puxa alguns fios para dar um ar mais informal, usa um perfume de sândalo com bergamota, dá a última olhada no espelho e conclui, a sua maquiagem está perfeita!

A sua beleza é notada assim que entra no restaurante do hotel, ela anda com elegância, sem se importar com os olhares insinuantes.

Olha em volta procurando Stéfano a recepcionista vem ao seu encontro, e a conduz até a mesa onde ele a espera

Stéfano levanta-se com a sua aproximação e diz… está deslumbrante!

Karen agradece e senta-se enquanto observa a beleza daquele homem com trajes refinados, parece príncipe. O seu blazer de cor pérola com corte perfeito com ajuste impecável.

Aquela cor combinou com os seus olhos verdes intenso, Karen respirou fundo e disse, és um belo homem e muito desejável, se Anne não aparecer, irá perder um homem muito especial com certeza!

Stefano não responde, mas Karen nota que ele não se abala diante da possibilidade de Anne não ir. Está mais preocupado em agrada-la naquele momento.

Pedem o jantar e um vinho, conversam como se nada mais interessava.

Apenas os dois pareciam estar ali naquele ambiente, o clima era de alegria e descontração.

Stefano pergunta qual seria o horário que Karen assinaria os contratos. Ela respondeu que seria após as 10:00 hs.

Ele não fez nenhum plano para o dia seguinte.

Após o jantar subiram para o quarto, na porta Stefano despede de Karen com outro beijo na boca, desta vez ela abraça-o com paixão, e diz vamos devagar afinal ainda é um homem comprometido.

Ele aperta o seu corpo contra o dela,e diz sim, amanhã resolvo isso.

Beija-a novamente na boca despede-se em pé na porta fica esperando ela entrar no quarto, ela entra e fecha lentamente a porta.

Na manhã seguinte, Karen se apronta rápido e desce para o café, lembra que não combinaram nada.

Chaga no salão de café olha na esperança de ver Stefano, mas ele não está.

Sai rápido para os seus compromissos já agendados, só voltará a tarde, lembra que não pegou o número do telefone de Stefano e sente dor no estômago só de pensar na possibilidade de não vê-lo novamente.

Afasta os pensamentos sórdidos e entra na primeira empresa, já são 10:15 hs quando é chamada ao escritório para assinar o primeiro dos três contratos.

Precisa se concentrar, e fazer tudo o quê está previsto. Sai da empresa rapidamente, tem meia hora para estar na segunda empresa. Alugou um carro para não ficar a depender de táxi.

Sai em velocidade para não atrasar ao compromisso.

As 17:30 hs chega ao seu último compromisso já um pouco cansada e ansiosa, mais uma hora e estará no hotel, será que Stefano estará lá? Fica agoniada com estes pensamentos.

Só as 18:00 consegue assinar o último contrato.

Sai dali e segue rumo ao hotel.

Chega e pergunta por Stéfano na recepção é informada que a chave ainda está na recepção, isso significa que ele não voltou.

Fica muito apreensiva, sobe para o quarto para relaxar um pouco enquanto espera por ele.

As horas voam, já são 22:00 horas e ele não subiu, o cansaço o sono fazem Karen adormecer ali deitada na poltrona esperando por ele.

Acorda de manhã com dores no corpo, o desconforto da poltrona deixou-a quebrada.

Toma um banho quente e desce rápido para o salão do café na esperança de encontra-lo. Novamente ele não está, não consegue comer apenas toma um suco, e vai até à recepção perguntar por Stefano. Não gosta do quê ouve, é informada que Stefano acabara de sair acompanhado de uma mulher. O seu coração vai à boca… Imagina que Anne tenha aparecido, e Stefano esteja evitando encontra-la para não ter que dar explicações.

Sente um mal estar e vai para o quarto descansar um pouco . Na manhã seguinte o seu voo de volta ao Rio de Janeiro, sairá às 10:40 hs.

Imagina que não mais verá Stefano, também não terá como procura-lo, não pegou telefone não perguntou onde morava, na verdade não sabia nada sobre ele, chega a conclusão que foi absolutamente negligente, como não saber nada de um homem que lhe fez companhia por dois dias? Que a beijou e se tornou tão importante ao ponto de deixa-la totalmente transtornada com a hipótese de não ter mais notícias dele ?

Desesperada vai na recepção para ver a ficha que ele supostamente teria preenchido, na verdade foi ela quem colocou aquelas poucas informações. Ela conseguiu o apartamento por ser cliente assídua o hotel não se exigiu que ele completasse o cadastro, apenas que Karen ficasse responsável pela reserva.

Desolada subiu para o quarto e começou a arrumar as malas as lágrimas teimam em rolar pela sua face. Não desce para o jantar está terrivelmente chateada,toma banho e deita na poltrona em frente a TV ligada o jornal dá a cidade, mostra algumas reportagens interessantes mas a su cabeça dói.

Toma um remédio e dorme em seguida.

Acorda as 6:00 hs um pouco tonta, vai para o banheiro e abre as torneiras da banheira, entra e fica lá com os seus tristes pensamentos. Dentro de algumas horas estará partindo para o Rio levando consigo as melhores lembranças de Stefano.

Fica revoltada, porquê será que ele não deixou nem um bilhete se quer?

Sai do banho e troca de roupa, faz uma maquiagem leve para esconder um pouco a tristeza que revela o seu olhar, quando vai calçar os sapatos, batem a porta.

Vai descalça e antes pergunta quem é? Ouve uma voz baixa dizendo, é o entregador.

Abre a porta tendo certeza de ser um equivoco, já que não pediu nada. Depara com um buquê de tulipas e uma caixa de chocolate de uma das marcas que fechara contrato, recebe agradece e fecha a porta.

Coloca tudo sobre a mesinha de cabeceira, e vai calçar os sapatos, termina de se arrumar e dece aborrecida por não ver Stefano mais uma vez. Pede que desçam suas malas e pede para leva-la ao aeroporto.

Lembra das flores e sobe correndo para o quarto para busca-las pega as belas tulipas a caixa de chocolate vê um cartão mesmo tendo certeza de ser seu fornecedor a fazer-lhe aquele mimo. Resolve abrir e ler fica perplexa ao lê-lo. Estava escrito em letras douradas:

Linda Karen!

O nosso tempo foi curto, mas suficiente para saber que não posso casar-me com outra pessoa que não seja você.

Anne esteve comigo por cinco minutos apenas, os policiais souberam da minha existência e estava monitorando os meus passos. Consegui falar com Anne, ela veio ao café do hotel para nosso encontro em cinco minutos a polícia chegou e levou-a algemada. Estive a dar depoimento, olhei na empresa aérea o seu horário de volta, infelizmente não poderei estar contigo, irei às 16:00 hs espero-te em Niterói.

Sou proprietário do Maison Mary o bufete que já decorou tantas vezes com as suas flores de beleza rara em ocasiões especiais, temos alguns clientes em comum.

Agora que sabe onde e como encontrar-me espero que não demore! Sem mais um para o momento receba o beijo apaixonado do seu… Stefano

Pérola Guimarães
Enviado por Pérola Guimarães em 25/02/2019
Reeditado em 12/03/2019
Código do texto: T6583379
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