A saudade que quase foi eterna
Olho fotos antigas
Sorrisos
Olhares
Me remeto há quase 3 anos atrás e te encontro
Em meio ao mais profundo dos meus desejos
Ao chão que perdi
Ao céu que encontrei no seu abraço
E me desfaço em medo, amor e saudade
Por diversas vezes te vi partir
Uma delas, a mais severa das partidas
Me lembro da sensação que me arrancou o respiro
Era setembro e a noite tinha pouca estrela no céu
Mas tinha brisa fresca, bem me recordo
Era final de semana e eu estava agitada com amigos mudando de apartamento
Nesse instante, o relógio da minha vida girava normal, em sentido horário, quando, minutos após uma mensagem sua, o ponteiro parou
Estranho que eu havia ido dormir exausta, sem dificuldades (nunca me perdoei)
Já você lutava contra dores e medos
Sozinho, bravamente, se emaranhando em esperança, enquanto meus olhos estavam fechados sonhando com alguma história sem importância
Amanheceu e não vi qualquer mensagem sua
O ponteiro poderia estar ainda parado, mas novamente girou, em sentido horário
Era você, acordando para avisar do acidente que quase te tirou a vida
Nesse instante, senti um congelamento em todo corpo
Seguido de um suor desesperador
Tremores
Lágrimas
Num desatado pavor e vazio
Eu sempre senti saudade
Parte dessa palavra me integra quando penso em você
Te amar sempre foi uma eterna saudade
Mas viver sem o seu sorriso, descobri que jamais poderia
Aquecida pela sua esperança de que tudo já estava bem
Amancei sorrateira e desejei, nesse dia, nunca mais existir sem você
Prometi que meus abraços seriam seus e o meu coração, por fim, também seria entregue
Te perdi no silêncio e te ganhei num sopro repentino de vida
Meu amor deixou de lado o medo e acordou
E seguido de um bocejo longo, abraçou sereno a saudade e chamou num sussurro o seu nome
Não se vá, você é o meu norte, a única metade que me cabe.