Perfect Blue - Star

MARRIAGE TOONS

PERFECT BLUE

Naquela noite, ela usava apenas um vestido de dormir curto ao invés do seu pijama habitual.

Ela sabia que Gustavo tinha o costume de sempre tirar o cobertor dela quando ia servi-la,

por isso usou uma roupa mais curta para ver a reação dele.

Gustavo chegou com o lanche noturno dela,

ela se certificou de mostrar um pouco de seu busto pra acompanhar cada reação dele.

Por um segundo ou dois, o olhar de Gustavo se direcionou para a imagem daquela bela mulher a sua frente

e seguiu o caminho do rosto dela descendo até parte do decote que era visível, mas como que por instinto logo desviou o olhar.

Gustavo não gostava de parecer invasivo observando o que as pessoas vestiam, embora ele houvesse notado.

Mas, sua etiqueta não o permitia fazer tais observações prolongadas. Era algo quase que programado (esse desviar tímido dos olhos).

E isso se aguçava ainda mais perto de Alessandra, pois mesmo estando convivendo e cuidando dela, ele ainda não se acostumara com sua beleza

e se sentia deveras intimidado quando estava perto da mesma.

Ele sempre mantinha a distância de amigo, e nunca ousaria pedir mais do que isso. Afinal: Ela confiava nele.

Alessandra já havia percebido o olhar distraído dele, e inconscientemente esperava o momento que ele tiraria o cobertor de cima dela.

Ele se senta, e põe a bandeja em seu colo. Sorrindo ele pergunta:

- Como você está se sentindo? Consegue comer pelo menos um pouco? Eu fiz chá para você...

Alessandra se recompõe com o travesseiro para ficar mais ereta, e responde:

- Eu estou um pouco melhor, eu voltei a sentir um pouco das minhas pernas, porém só dói um pouco perto da coxa. E muito obrigada por trazer esse lanche, e

desculpas estar abusando tanto da sua boa vontade...

Eu não sei como te pagar por essa semana que você está me ajudando, você é um anjo para mim e ainda trás meu chá favorito.

Ela sorri olhando pra ele, e por um momento seus olhos parecem estar lacrimejando.

Alessandra se sentia realmente grata pelo esforço que Gustavo fazia para ajuda-la,

mesmo ele não fazendo as coisas perfeitamente. Ele se esforçava para agrada-la e não deixa-la pessimista.

A conversa continua:

- Essa dor que você está sentindo é um bom sinal, quer dizer que seu corpo está se recuperando.

Em breve você vai poder andar novamente e sair dessa cama. Mas agora você tem que se ajudar...

Tem que comer só comida saudável e tomar bastante líquido. Você lembra o que o médico disse não é?

Hoje eu vou tentar levantar as suas pernas para ver se estão reagindo bem... Mas come primeiro

(Disse ele dando a comida nas mãos dela, mas segurando ainda o chá).

E não precisa agradecer por eu estar aqui, na verdade eu realmente gosto de poder te ajudar.

É a primeira vez que eu me sinto útil para alguém e você me ajudou quando eu estava daquele jeito...

Então leve isso como uma retribuição.

Ela acena positivamente com a cabeça enquanto mastiga o pão integral que ele fez.

E enquanto mastiga, ela lembra que estava de saia, e que se ele fizesse mesmo o teste da perna dela ele acabaria vendo

coisas que não deveria ver...

Naquele estágio, ela era capaz de fazer o teste por si própria. Mas não queria dizer isso a ele, pois ele estava muito empenhando na recuperação dela.

E não só isso, como também, ela era capaz até de se locomover entre os cômodos da casa (com certa dificuldade).

Ela esperava que Gustavo pudesse notar a melhora de suas pernas por si próprio. Então ela contava com o bom senso dele.

Por dentro, ela sabia que devia dizer pra ele que não estava adequadamente vestida. Mas ao mesmo tempo, algo nela queria que ele a visse daquela forma.

Gustavo segura o cobertor e devagar o vai colocando de lado.

O corpo de Alessandra fica cada vez mais a mostra e ele leva um pequeno choque ao notar a roupa que ela vestia.

Mas prefere continuar ao demonstrar que notou a roupa dela, então ele só ignora e continua a tirar o cobertor.

Alessandra está agora tomando o chá, e olhando para ele com toda a cara de inocente do mundo.

Gustavo sem nenhuma hesitação, encara as coxas e as pernas dela.

Por um momento ele pensa com um pouco de raiva: "Até as pernas dela são bonitas desse jeito? Essa menina não tem limites para a beleza?".

De um jeito quase que médico ele toca no peito do pé dela e ela rapidamente reage trazendo eles para trás (Ela sentiu cosquinha),

então ele rapidamente nota toda a situação:

Ela já está muito melhor do que ele achava que ela estaria.

Ele fica intrigado com o progresso de melhora que ela fez e fica ainda mais instigado a examinar sua condição atual.

Depois de reclamar que sentiu cosquinha, ela volta com o pé no lugar. Ele sorri e pede desculpas.

O clima no quarto estava um tanto sem graça. Gustavo estava com receio de ficar tocando nas partes desnudas de Alessandra, e ela por sua vez, envergonhada de se expor a ele daquela forma.

Ela não se sentia invadida nem usada, na verdade, ela se sentia muito protegida perto dele. E algo nela se sentia feliz pela situação.

Era a primeira vez que Gustavo apresentava inquietação diante da beleza dela. Algo que ela sempre quis ver da parte dele, e que a matava de curiosidade.

- Alessandra, você está de calcinha né? - Ele pergunta do nada, e isso muda totalmente o clima do ambiente. Gustavo estava jogando o joguinho dela, pra ver até onde ela ia.

- Sim... mas por que? - Responde ela totalmente sem graça.

- Eu vou ter que levantar sua perna, mas ai sua saia vai cair pra baixo. Acho melhor não fazer esse teste hoje... - Ele blefa, pois estava curioso para saber da repentina melhora de Alessandra,

mas também queria entrar no joguinho dela.

- Não tem problema, eu não ligo de você ver minha calcinha. Eu confio em você, e também você já viu quase tudo que tinha pra ver em mim...

Ela disse isso para ver a reação dele, mas também foi um tanto sincera ao dizer que confiava nele.

Gustavo achou que ela ficaria sem graça com a primeira frase, mas era ele quem estava sem graça.

Ou seja, ele estava caindo no joguinho dela pra ver o quão intimidado ele ficaria com ela.

- Eu sei que você confia em mim, mas enquanto eu estiver aqui vou demonstrar respeito por você. E eu não vi nada de demais em você até agora. - Continua Gustavo

se recompondo no joguinho dela. Ele tinha esse talento de conseguir acabar com um clima tenso apenas por uma frase imparcial. E isso funcionou bem naquela situação, pois Alessandra respondeu:

- Eu não estou dizendo que você não me respeita, só estou dizendo que quando você estiver cuidando de mim não precisa se preocupar com esse tipo de coisa.

E eu acho que nós temos uma certa intimidade sabe, as vezes parecemos até marido e mulher... - Gustavo a olha no mesmo instante totalmente envergonhado,

e ele tem um calafrio daqueles que se tem quando se apaixona. Ele para desfarçar a situação que ficou totalmente sem graça por conta da Alessandra brinca:

- Nossa, seria muito engraçado se a gente fosse casado. Eu ia ter o papel da mulher dona de casa e você do marido que trabalha para comprar a comida. - Ele ri e ela também.

Mesmo em meio aquela situação, os dois acabam sempre falando de coisas inocentes. Apenas pela pureza de suas personalidades.

- Eu não seria o homem (ela ri), você que teria que trabalhar pra me sustentar, e ia ter que comprar casa de luxo pra mim ainda ksksksksksksks.

- Ah tá, vai nessa. Por que homem sempre fica com o mais pesado? Isso é muito injusto.

Eu até poderia trabalhar, mas você ia ter que ajudar na casa pelo menos né? - Responde ele rindo também.

- Claro que eu ia ajudar né, mas você ia ser o marido rico pra me pagar as coisas e ainda cuidar de mim nas horas livres...

- Então eu ia ter que viver por você basicamente? - Pergunta ele, cessando a risada.

- Sim.

(Pausa... Ele a olha e ela está com os olhos brilhando) Gustavo olha para baixo e responde mais timido:

- Se fosse por você eu faria isso.

Alessandra brilha ainda mais os olhos e sente aquela mesma ardência apaixonada que Gustavo.

- Você acha que eu seria uma boa esposa ou não?

Gustavo sente a sinceridade da pergunta, e percebe que agora é hora de responder sériamente ela.

Então ele fecha o rosto e diz:

- Se fosse o caso de nós um dia nos casarmos, eu acho que você seria uma boa esposa. Na verdade, se não fosse essa diferença tão grande entre nós agora e o fato

de sermos apenas amigos, você seria minha primeira opção de casamento. E eu acho que quem ficar com você vai ser uma pessoa de sorte...

- Como assim? Que diferença? - Responde Alessandra. Pela primeira vez Gustavo deixou escapar como se sentia inferior em relação a ela. E agora ela o tinha nas mãos.

- Nada, eu falei isso sem querer. Esquece. - Responde ele notando o erro que cometeu, mas ao mesmo tempo sua vitima interior queria revelar como se sentia intimidado pela incrível beleza de Alessandra.

Afinal, ele nunca sequer elogiou ela por isso, pois achava que seria falta de educação reparar dessa forma nela. Alessandra com o osso na mão, insiste:

- Não, agora você fala, que diferença é essa?

- Eu falei sem pensar, mas não é nada de demais...

- Fala...

- Não.

- Fala, por favor... - A voz meiga dela derreteu ele nesse momento.

- Tá, mas não leve a mal por favor. É só a forma que eu me sinto em relação a nós dois.

Eu sei que eu nunca te disse, mas tipo... Eu realmente considero você uma mulher muito bonita.

Infinitamente mais que eu. Talvez você seja uma das mulheres mais bonitas que eu já conheci, e não é só eu que digo isso.

Várias vezes na escola as pessoas repararam em você ou te elogiaram...

Tipo, você não é só bonita de rosto. É também de corpo, e é muito carismática... Eu não sei o que você tem que atrai tanto as pessoas.

Mas com certeza você não vai ter dificuldade em arranjar um cara incrível pra ficar...

Alessandra se cala. Aquilo que entrava no ouvido dela era o elogio mais bonito que ela havia recebido de alguém.

E sim, tinha muita verdade naquilo. Ela mesma se sentia mais bonita que Gustavo, porém não sabia que ele reconhecia aquilo dessa forma.

Ela via muitas qualidades nele, e sempre viu ele como modelo de homem. Ele tinha uma certa beleza (mal desenvolvida, mas tinha potêncial),

e uma inteligência enorme, além de um coração e sensibilidade que nenhum outro menino já demonstrou pra ela. Por isso ela achava que os dois estavam no mesmo nível.

Mas como Gustavo nunca reconheceu a beleza dela antes, era como se ele estivesse no topo em relação a ela. Afinal, a maior arma dela (a beleza) não o afetava em nada...

Então o que ela tinha a oferecer para bater de frente com ele (Muitas coisas, mas ela era modesta demais para admitir também).

- Nossa... Muito obrigada por isso. Eu nunca imaginei que você me achasse bonita. Eu sinceramente não me vejo dessa forma,

sempre pensei que você me achava feia ou não muito atraente, por que na verdade, você nunca demonstrou nenhum tipo de interesse em mim...

E eu não acho que eu seja melhor que você, talvez seja estranho ouvir isso de mim, e talvez você não acredite nisso... Porém

eu te admiro do fundo do meu coração e te acho um dos caras mais legais que eu conheci na vida. E você também é muito bonito, e não tem nada de errado com você.

Gustavo estava se sentindo totalmente exposto depois de ter dito a última frase, assumir aquilo foi bem difícil pra ele pois teve que engolir seu próprio orgulho.

Mas ao mesmo tempo se sentia bem por poder elogiar ela da forma que ela merecia. Mesmo que estivesse pondo por terra qualquer chance que tinha de ficar com ela.

Elogia-la era muito gratificante para ele. E se pudesse, ele poderia ficar a noite inteira apontando qualidades nela...

Após a última frase dela, ele fica sem reação e totalmente envergonhado. Não sabia onde se esconder.

Ele já havia preparado esse diálogo milhares de vezes em sua mente, o dia em que ele poderia dizer pra ela

o quão incrível ela era.

Talvez Gustavo não tenha levado muito a sério o que ela disse sobre ele.

No fundo, ele não acreditou.

Ele pensou que ela apenas estivesse sendo gentil pelo fato dele a ter elogiado daquela forma.

Então ele apenas disse obrigado e disfarçou para evitar que o clima não ficasse estranho:

- Mas por favor não leve a mal isso o que eu disse.

Eu te considero minha amiga e jamais trairia nossa amizade com algum tipo de interesse amoroso.

A partir do momento em que você me entregou sua amizade, eu vou levar isso até o fim sem adulterar os meus sentimentos.

Então tipo, acho que talvez fosse bom se a gente deixasse as coisas bem claras entre nós, já que nunca falamos nesse assunto.

Eu não tenho nenhum tipo de interesse amoroso em você e jamais faria algo que te deixasse constrangida perto de mim.

E sempre vou respeitar seu espaço pessoal...

Por mais que Alessandra tenha demonstrado interesse nessa conversa, Gustavo não conseguia enxergar as aberturas que ela dava a ele.

Ele mentiu dizendo que não gostava dela, mas não foi por má intenção. Ele só não conseguia acreditar que alguém como Alessandra poderia simpatizar com ele.

E demonstrar interesse pra alguém que não gosta de você, é basicamente suicídio amorososo. Por isso ele se esforcou ao máximo para manter a amizade do jeito que estava

e ainda impedir que o clima ficasse estranho entre eles.

Alessandra notou o rumo que a conversa estava indo, e por omissão apenas terminou de beber seu chá em silêncio.

No fundo ela gostava dele, de alguma forma estranha.

Ela até havia se arrumado especialmente pra ele.

Porém ela deixou Gustavo tomar as rédeas da situação e ficar em uma posição na qual ele se sentia confortável.

Talvez se ela dissesse que gostava dele, tudo aquilo se resolveria facilmente e ele aceitaria algo a mais.

Mas ela também queria ouvir da boca dele que ele gostava dela antes de qualquer coisa.

Qualquer sinal que Gustavo desse de interesse, seria suficiente para ela naquele momento.

Sem meios de trazer de volta o assunto, Alessandra dá a última cartada...

- Não precisa se preocupar Gus... - Ela devolve o copo na mão dele. - Eu também só te considero meu amigo, na verdade meu melhor amigo.

E eu odiaria perder sua amizade por qualquer motivo bobo. Na verdade você nunca demonstrou nenhum tipo de interesse por mim

(ela repetiu isso com mais veemência dessa vez), pelo menos eu nunca notei nada assim vindo de você.

Ele volta a encarar as pernas da Alessandra, que nesse momento houvera cruzado elas.

Ele pega devagar e as descruza, colocando-as em paralelo.

Gustavo fica calado depois da última frase, ele escondeu seu rosto para que ela não visse sua reação diante da frase dela.

Ele estava satisfeito pelas coisas estarem como antes, mas desapontado pela confirmação de que ele nunca teria chance alguma com ela.

Devagar ele levanta a perna esquerda, e o vestido dela ligeiramente cai mostrando parte da calcinha rosa.

Ela vê mas fica calada olhando para o rosto dele, e ele por sua vez tenta ao máximo se concentrar na perna esquerda.

Quanto mais ele levanta a perna dela, mais visível o corpo de Alessandra vai se tornando.

Então com toda educação, ele vai até onde o vestido havia caido e o arrasta para baixo, tampando assim a calcinha dela e pede desculpas

para poder continuar mexendo na perna dela.

Os movimentos dele estão quase que robóticos, e Alessandra nota essa inquietação dele com certa alegria.

Inconscientemente, Alessandra havia colocado aquela roupa, não só por vaidade mas também por carência.

Ela sentia algum tipo de necessidade de ser notada e de ser elogiada.

Era um defeito dela: Procurar auto estima pela aprovação dos outros.

E foi bem desleal ter usado seu corpo para ver a reação de Gustavo.

Ela acabou ganhando mais do que pediu, além de ter sido elogiada de uma forma tão profunda e sincera, ela quase botou a perder

sua boa relação com o Gus por conta de um jogo psicológico por parte dela.

Ao ver o jeito que ele tratou ela, Alessandra logo começa a se sentir envergonhada por estar se vestindo daquela forma.

Porém uma pergunta estava prestes a mudar toda a situação:

- Alessandra, por que você vestiu isso hoje? Fica difícil pra mim mexer nas suas pernas com essa sua roupa toda hora indo pra baixo.

Ela não tinha nenhuma desculpa preparada para dar, então ela apenas diz algo genérico:

- Desculpas... é que está calor...

- entendo, parece que você fez isso só para me provocar... - Ele diz com uma risada boba. E a olha com um olhar de deboche.

Novamente o clima estava voltando a ser divertido e infantil.

Alessandra ri também, e com certa dificuldade tenta chuta-lo com a outra perna dizendo "Sai fora bobo".

- Você tá sentindo alguma coisa quando eu levanto sua perna?

- Sim.

- O que?

- Sinto que minha perna está sendo levantada. - diz ela fazendo piada ainda no clima de brincadeira.

- Leva a sério sua praga. Tá doendo quando eu puxo pra cima ou não? - Ele fala rindo da péssima piada dela.

- Só dói quando eu fico muito de lado, mas eu consigo sentir minha perna toda...

- Sério? Eu bem que desconfiei... aquela hora eu fiz cosquinha no seu pé, você reagiu muito rápido com a perna. Será que você já consegue andar ou pelo menos ficar de pé? - Pergunta ele animado.

- Eu consigo ficar de pé, mas se eu for tentar andar vou acabar caindo... - Diz ela mais séria.

- Nossa, você então está melhorando mais rápido do que a gente pensou.

Daqui a pouco você já vai estar até podendo correr kakkakakaka - Diz ele tentando anima-la.

- Eu sei, mas eu não posso ficar andando até dar os 15 dias. Acho melhor respeitar o que o médico falou... - Responde ela.

Ele devagar solta a perna dela, os resultados eram ótimos.

Alessandra estava recuperando aos poucos seus movimentos.

Ele a cobre novamente e arruma seu travesseiro.

- Vou na cozinha colocar o prato e o copo na pia mas já volto, você gostaria que eu pegasse alguma coisa pra você?

- Não, muito obrigada Gus.

Gustavo vai para a cozinha com a imagem de Alessandra semi nua em sua mente.

Estava um pouco arrependido de não ter dado uma espiada a mais, e ao mesmo tempo contente

por ela estar se recuperando.

Alessandra estava segurando o riso e a emoção pela sua última interação.

Com todos os prós e contras, ela tinha a certeza de te-lo provocado de certa forma.

Sua vaidade e auto estima estava totalmente altas naquele momento.

Ele volta com a mochila nas costas, já estava na hora de ir embora.

Mesmo que fosse combinado dele dormir naquela noite com ela,

o clima estava estranho demais para ele se sentir a vontade na mesma cama que ela.

Ela percebe que ele se prepara para se despedir e tem um leve momento de desespero:

- Você vai dormir na sua casa hoje? Pensei que você ia dormir aqui... - Diz ela em uma voz meiga.

- Na verdade, tanto faz onde eu vá dormir. Se você quiser eu durmo aqui sem problema.

Mas não seria melhor se você tentasse ficar sozinha hoje? Isso é, se você se sentir pronta pra isso,

mas se você ainda estiver com medo eu fico aqui sem problema algum. - Diz ele se referindo ao fato de Alessandra ter medo de ficar sozinha em casa.

- Eu prefiria que você dormisse aqui mesmo. Estou com medo de dormir sozinha. Se não for te encomodar eu preferia que você ficasse...

Ou você prefere dormir na sua casa mesmo? Se preferir pode ir, eu dou um jeito aqui e tento dormir mais rápido... - Diz com a voz ainda mais manhosa, e nesse ponto Gustavo já estava todo derretido com ela.

- Pra mim não tem diferença, na verdade eu até gosto de ficar mais aqui por que tenho mais privacidade e consigo estudar melhor.

Então eu durmo aqui hoje... - Responde ele tranquilamente.

- Muito Obrigada... e tem problema você dormir na minha cama hoje também? - propõe ela envergonhada, Gustavo hesita um pouco mas responde:

- Não tem problema, mas por que você quer que eu durma ai também? Está com tanto medo assim?

- Não. Não é isso, eu pensei que a gente podia ficar vendo filme até dormimos ou ficar conversando mesmo.

- Ah, essa é uma boa ideia. A gente podia ver alguma coisa nova hoje na netflix em vez de série... tipo sei lá, um filme ou desenho mesmo. - Diz ele.

- Filme? pode ser também, mas eu queria ver série akakkakakakakak. E qual filme a gente iria ver? é difícil de achar filme bom sabe.

- Eu acho melhor a gente esperar lançar a última temporada do que maratonar tudo agora... Senão a gente vai ficar curioso sobre o final.

E eu sei de um bom filme para nós vermos...

- Qual seria? - Pergunta Alessandra interessada.

- Coraline.

O filme em questão era originalmente destinado as crianças, porém o seu clima era assustador de mais para o público infantil.

No mais, se tornou muito conhecido entre o público em geral e referência em filme stop-motion devido a qualidade da produção e história envolvente.

Os dois começaram a se arrumar pra ver o filme,

primeiro Gustavo foi preparar o lanche e Alessandra ficou encarregada de colocar o filme na televisão.

Mesmo que eles tivessem o compromisso de seguir uma dieta pra Alessandra,

sempre acabavam comendo besteira em momentos como esse.

Mas eles mereciam relaxar um pouco e fugir da linha. Até para comemorar a melhora dela.