Amigos, por aqui está tudo bem

Descobri que, por vezes, temos que dizer adeus, mas guardamos no coração, lá no fundo, o que deixamos. Sabe, amigos, foram dias conturbados, e muitas coisas aconteceram. Fui para o hospital, fiquei alguns dias internada, mas estou bem agora. Estou escrevendo novos textos, e passo meus dias ouvindo Ed Sheeran. Ontem, quis pedir uma massagem ao Lucas, o dia foi exausto, mas tive que me contentar com a cama para melhorar, e o travesseiro para trazer um certo alivio, mesmo sabendo que só a massagem dele me desestressa. Tudo bem, estou indo. Tenho saído para espairecer, deixar o ar contornar meu rosto, o céu mostrar sua beleza em cada por do sol. Sorri ao ver um casal de velhinhos correndo pelo parque, voltando no tempo, se amando como crianças inocentes, com o brilho nos olhos ao deitarem no chão cansados, e se beijarem com a intensidade da primeira vez que se conheceram. Desejei tanto a Laura naquele momento, sei que sua ingenuidade apreciaria aquele momento como realmente era, e poderíamos chorar de emoção por aquela cena, como velhas amigas que poetizam seus dias com a calma do coração. Que engraçada a vida, né? Descobri que, por vezes, temos que dizer adeus, mas guardamos no coração, lá no fundo, o que deixamos. Comecei a trabalhar, queria que soubessem, e até que é legal, meu chefe é um cara bacana, e tem me ajudado em tudo. Os dias são sérios, tenho responsabilidades. Entre os cálculos dos fornecedores, gargalhei como uma louca, todos estranharam, tinham que ver. Lembrei das conversas em grupo, sentados na sala, como bons amigos, em que na seriedade, a Camis falava “Winx”, e então esquecíamos sobre o que se tratava nosso assunto e ríamos, nos amávamos. Não entendo como nunca temos foco, sempre percebi isso. Éramos aquele grupo que se isola no próprio mundo. Um mundo agradável, especial, infinito. Descobri que, por vezes, temos que dizer adeus, mas guardamos no coração, lá no fundo, o que deixamos. Não vou dizer que estou recuperada completamente dos problemas que tive, estou indo, sabe? Daquele jeito. Comecei a desabafar, precisava tanto, e contei cada detalhe do que tenho passado, mas então olhei para o lado, a Gabi não estava lá. Chorei. Ela me chamava de prima. Na minha cabeça ainda a ouço me chamar. Tranquei o curso, o emprego e os compromissos tem me tirado o tempo, e ano que vem inicio a faculdade de Direito, o curso era relacionado a isso, então não perderei tanto. Assisti a novela, vendo sobre os crimes e ligando as leis vagas em minha cabeça, vi uma personagem, a “Bibi”. Sempre chamávamos a Jéssica assim, enquanto ela ficava sem graça e pedia para parar. Sempre apelidávamos a todos, meu Deus, como as pessoas nos suportavam juntos, não entendo. Hilário. Descobri que, por vezes, temos que dizer adeus, mas guardamos no coração, lá no fundo, o que deixamos. Gente, quero contar que emagreci, 3 quilos, acreditam? Acho que são os medicamentos. Mas me deu uma vontade de comer a batata recheada da lanchonete do Gui. Gui da semente na orelha. Ele carrega tanta coisa dentro de sí, que sempre tentei guardar em mim a força que ele tem todos os dias para sorrir e ser feliz. Não entendo porque temos que traçar rotas diferentes se a vida é uma só. Escrevo a vocês para dizer que está tudo bem por aqui, estou indo, e a vida vai se acertar. Bom, é isso. A cada palavra escrita aqui, uma lágrima contornava minhas bochechas. Lembrei de quantas lágrimas o Henrique enxugou estando ao meu lado. Lembrei de cada conselho dito por ele quando eu me desesperava e não sabia o que fazer. Lembrei dele. Lembrei do quanto queria ele aqui. Bom, é isso. Amigos, por aqui está tudo bem, as coisas vão indo, e vou ficar bem. Eu amo vocês. Boa sorte a todos em cada caminho que seguirem. Sejam felizes, e tenham uma boa vida. Descobri que, por vezes, temos que dizer adeus, mas guardamos no coração, lá no fundo, o que deixamos. Guardo vocês no coração. Bom, é isso. Adeus, amigos.

Bianca Batista
Enviado por Bianca Batista em 03/02/2020
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