Conto do Amor Perdido

Um jovem rapaz, apaixonado, procurava seu amor, olhava e olhava como olhava para as flores do jardim da sua casa. Dentre as flores mais belas, ele queria a garota que mais brilhasse. Vivia a suspirar a imaginar como seria viver seu primeiro amor, e sonhava que aquele tivesse que ser o único.

Certo dia, ao acordar e abrir a janela do seu quarto, avistou uma família que estava se mudando para sua rua, foi quando seu rosto enrubesceu, por ver a menina dos seus sonhos, que acabava de se tornar sua vizinha. Ela era linda, morena dos olhos pretos, de um sorriso inebriante. Ele logo se levantou, não quis nem saber do café da manhã. Foi logo cuidar do jardim da sua casa. Passou a manhã toda lá, esperando vê-la, mas ela entrou na sua casa e não saiu mais.

O coração do jovem rapaz ficou pálido, seu sorriso sem verdade, e seu olhar sem cor. Passado algum tempo, ele estava cuidando do seu jardim, e nem havia percebido que a menina estava no seu portão, quando o cumprimentou. O coração do rapaz quase saiu pela boca, e a sua voz quase se escondeu no recôndito dentro de si. Ela lhe pediu uma informação, falou o nome dela, e perguntou o dele. Ele quase sem ar, deu a informação e falou seu nome. Aquilo parecia um sonho, o rapaz voltou a brilhar, e a sonhar com a garota de olhos negros.

Passado algum tempo, o rapaz, apaixonado, quis cortejá-la, tomou a iniciativa e falou com ela.

-Oi, queria saber se qualquer dia desses, poderíamos tomar um sorvete?

Ela pareceu um pouco surpresa, abriu um sorriso e respondeu:

-Podemos sim, só acontece que aquele rapaz que mora na esquina também me convidou para tomarmos sorvete.

Ele olhou para o rapaz da esquina, olhou para ela, seu semblante murchou, ela sorridente lhe disse:

-Faremos assim, proponho aos dois que, aquele que for o mais romântico, me leva para tomar sorvete no sábado.

O rapaz, mal pôde acreditar. Foi correndo pro seu quarto, ligou seu computador, entrou no site de pesquisas, e pesquisou “Como ser romântico?”. Logo apareceram vários artigos sobre o romantismo durante os séculos, mas se interessou por algo mais recente do seu tempo, as cartas de amor, que já não existiam mais, pensou ele o quão original e romântico seria. Então ele logo começou a escrever sua carta de amor, uma carta cheia de sentimentos vivos, ali colocou seu próprio coração, passou seu perfume na carta, comprou uma caixa de bombom, cortou a rosa mais bela do seu Jardim.

No dia seguinte, o rapaz, que mal dormiu, muito cedo abriu a sua janela, se aprumou e se pôs a esperá-la. Em sua mente, o rapaz cantava canções, tão belas quanto as dos pássaros. Quando chegou ao lugar combinado, a garota ainda não havia chegado, mas logo ela apareceu tão bela e tão feliz. Ele lhe disse:

-Trouxe para você...

-Uma carta? Uma rosa e uma caixa de bombom? Carta de amor não existe mais, não sou velha para ganhar flores, e não quero engordar comendo uma caixa de bombom.

Ela mostrou o lindo anel que ganhara do vizinho do rapaz, e foi embora. Ele jogou tudo ao chão e correu para sua cama. E assim, viveu sua primeira tragédia de amor. Com o coração dolorido, pôs-se a chorar, e achou que o amor não era tão bom assim. Mal sabia ele que ainda não havia conhecido o verdadeiro sentido do amor romântico. Este foi o conto do amor perdido.

@versosnalua

Alison Silva
Enviado por Alison Silva em 12/10/2020
Reeditado em 12/10/2020
Código do texto: T7085599
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