Em tempos de quarentena

Ana levava uma vida simples e tranquila num vilarejo ao pé de uma das montanhas mais alta de Nevada, o que ela não sabia era que aquela tranquilidade estava prestes a acabar. Menina meiga, que não queria mais amar, já havia ferido o seu coração muitas vezes, acreditava ela que iria viver com aquela paz com o coração calmo e a casa vazia, mas foi em questão de dias que tudo mudou. O mundo entrou em pandemia, milhares de pessoas não viram mais a luz do dia e as outras milhares estariam isoladas, cada um em sua própria casa com sua família, mas Ana tinha casa mas não havia família em casa, no início do isolamento social Ana não estava bem... alguns dias se passaram e Ana reecontra um amigo de infância, tudo estava normal até o dia em que ele fez uma grande revelação a Ana. Ele disse o quanto a desejava, o tempo passou mas o desejo não. Ana se encontou. Ela disse para si mesma que sempre em algum lugar existe alguém que te ama em segredo, nesse momento reacendeu uma chama no peito que a muito estava apagada. Ana com seu perfil controladora, ansiosa, inocente e intensa, se jogou de cabeça aquele reencontro, chegou a desejar uma vida comum, a mesma vida pacata que nunca quis do jeito que nunca sonhou. Ela realmente acreditava que Leo estava sendo sincero, e talvez ele estava mesmo, mas os dois eram como água e óleo, estavam na mesma fase da vida mas não se misturam. Existia uma química com Leo que Ana nunca imaginou que existisse, talvez esse seja um dos efeitos da quarentena. Mas como a razão de Ana sempre lhe afirmava não deu certo, o coração queria, mas a razão, razão sabia que não valia a pena. É foi aí que uma amiga de Ana a convidou para um grupo numa rede social para conhecer novas pessoas, Ana topou, a final o que fazer em uma quarentena sem família, sem trabalho, sem Amor?

A quarentena realmente foi péssima para alguns mas para Ana foi a melhor coisa que lhe aconteceu. Naquele grupo havia pessoas que se tornaram especiais para Ana. Mas teve um que se destacou, era o Alexandre, ela o achou bonito, mas não deu ideia, ela tinha um preconceito ele era estrangeiro, de um país que ela não gostava, embora ela amava o idioma dele, especialmente a nacionalidade dele ela não gostava. Talvez ela já se sabia, que nele ela se via. Ele mandou mensagem falando o quanto a voz dela era bonita, mas ela cansada de tanta fantasia, não gostou do elogio, e só ria, porque a sua voz era sua maior fobia. Os dias se passaram, as conversas aumentaram, chegava cada vez mais longe, até o dia em que ela, nele se reconheceu, ela que sempre se sentia estranha pela maneira que lia, que se vestia, das coisas que gostava, afinal ela sempre ouvia, que era loucas suas manias. Nesse momento ela se recolheu, se afastou, parou de conversar, o medo tomou conta, o idioma que ela tanto amava agora ela não suportava nem pensar em ouvir, o que parecia ter sido feito para ela agora era um monstro.

Alguns meses se passaram e a quarentena continuava, Ana voltou a se aproximar e Alexandre passou a procura lá. Hoje Ana ainda tem medo, mas ela percebeu que sem medo não existe coragem então agora ela não deixa o medo afasta la, ela entendeu que não importa quantas vezes você caia o importante é como você se levantar. Hoje ela renasceu, e percebeu que pandemia foi a melhor coisa que lhe aconteceu, nessa pandemia Ana se reencontrou, percebeu suas fraquezas, mas também viu a sua fortaleza e percebeu que ser quem ela é não é ruim,

que o diferente sempre é bom, e não importa onde você esteja no planeta ou que esteja acontecendo no mundo as nossas vidas são como imã que atraem ao seu lado as pessoas certas, você só precisa está consciente e reconhecer isso.

Uma coisa é certa, se não fosse essa pandemia, o mundo de Ana jamais teria se cruzado com o mundo de Alexandre, e se isso não tivesse acontecido, Ana talvez jamais teria percebido que ser diferente, não faz você ser perdido e sim te ensina que você é tão preciso do que não é qualquer um que te serve.

Natália Reis
Enviado por Natália Reis em 30/10/2020
Código do texto: T7099534
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