DOIS OLHARES

Era um sábado de inverno, a estação mais fria do ano, em uma cidade qualquer do Brasil. O clima estava penetrante, a chuva descia com intensidade e o sol nem mostrara o seu brilho, resolveu continuar adormecido. Lis Rosa fechou o livro que estivera lendo e foi até a janela apreciar a chuva que regava as flores do jardim, e escutar o tamborilar dos pingos d'água na vidraça. Assim, ela permaneceu inerte pensando em sua vida. Mulher romântica que ficava horas suspirando de amor por alguém que nem sabia que ela existia, pelo menos, até aquele dia... Ela desceu os degraus devagar e foi cumprimentar o seu pai que preparava o desjejum matinal na cozinha.

- Bom dia, papai! O tempo está congelante. Disse-lhe

O pai olhou para Lis, e respondeu-lhe:

- Sim filha, venha tomar o seu café!

Lis tomou uma xícara de café, beijou o rosto do querido pai, foi se agasalhar e saiu em seguida... Ela parou na delicatessen da esquina e se sentou em um lugar que pudesse olhar a rua. De repente, avistou ele, o grande amor da sua vida, caminhando em pleno temporal... Ela correu ao seu encontro, parou diante dele, suspirou fundo, e disse-lhe:

- Veja o meu olhar em teu olhar! Não diga nada! Apenas beije meus lábios e sinta o meu amor.

Em silêncio, o rapaz olhou bem dentro dos olhos de Lis, afastou algumas mechas do cabelo dela e a beijou profundamente. Em seguida, eles entrelaçaram as mãos e foram caminhar felizes na chuva. Os tempos passaram... E nunca mais eles se separaram.

Um simples olhar pode desvendar segredos que nunca foram revelados. Os olhos falam com a voz do coração.

São tantas histórias assim...

Elisabete Leite
Enviado por Elisabete Leite em 11/03/2021
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