UM AMOR LEVADO PELA GUERRA

Geraldina e Leôncio eram noivos prestes a se casarem, porém, a Segunda Guerra chegou antes do dia do casamento. Leôncio, que não sabia ler nem escrever, mas sabia atirar de espingarda, como todos os jovens de sua época, que moravam no campo, foi convocado. Leôncio não queria ir, mas não tinha voz, nem vez. Saiu do Brasil, rumo a um lugar desconhecido. Assim, fazendo parte de um exército que, pelo improviso, levou muitos civis para a guerra, o pobre moço apaixonado deixou sua amada Geraldina, e nunca mais se ouviu falar dele, quem sabe se o frio o matou, quem sabe se foram as armas,com certeza não foi a saudade posto não ter havido tempo para tal. Talvez, o Cemitério Brasileiro de Pistoia possa dar uma breve ideia do que lhe aconteceu. Seria Leôncio mais um a ser representado pelo Túmulo do Soldado Desconhecido? Provavelmente. Mas para Geraldina uma coisa não deixava dúvidas, no dia em que Leôncio partiu, foi também com ele o coração dela, que desde a infância já pertencia a ele.

Nos finais de tarde, sempre que possível, sentada debaixo do pé de gameleira, à beira da estrada, lá estava Geraldina contemplando o pôr-do-sol e esperando que talvez, ele devolvesse o seu amor, como no dia em que ela o viu desaparecer no topo da colina.