Maria Flor ficou andando de um lado para outro.
Não há nada para fazer!
Nessa cantilena, deitou na cama olhando para o teto.
Horas passaram.
Seus pais passavam e não interrompiam tão contemplação.
Bem mais tarde ela levantou e foi para a mesa de estudos.
Fez um desenho de uma borboleta presa nos espinhos de um cacto.
O sol estava abrasador, seus raios figuravam um brilho jamais visto.
Abaixo uma casa com janelas e portas fechadas com cadeado.
Uma cerca em volta de arame farpado.
Via-se um córrego com águas vermelhas.
Árvores desnudas de folhas e flores.
Um carro parado na estrada todo empoeirado.
Numa paisagem cheia de montanhas sendo que pareciam vulcões em erupção.
Em outro papel ela desenhou o interior da casa.
A sala com sofá uma estante de livros, uma mesa pequena com um suporte de revistas.
O quarto um boneco deitado na cama, brinquedos guardados em uma caixa.
Na cozinha um desenho de uma mãe palito perto da pia.
Na parede um quadro: Deus proteja essa casa em pandemia.
Abandonando os desenhos foi para o quarto e dormiu profundamente.
Seus pais olharam o desenho e ficaram preocupados.
Pesquisaram uma psicóloga online para fazer um tratamento com a filha.
Quando Maria levantou parecia outra criança.
Estava alegre e foi correndo para a mesa de estudos.
Desenhou sua mãe com seus cabelos dourados e compridos, sorrindo e olhar brilhantes.
Seu pai com sorriso grande cabelos negros e ondulados.
Desenhou também uma menina alegre com cabelos pretos e lisos.
Uma casa com montanhas ao redor e muita neve.
O sol incandescente brilhando detrás das montanhas.
Um límpido lago com águas azuis.
No interior da casa um quarto cheio de brinquedos espalhados.
Uma mulher gordinha na mesa e acima na parede um quadro: Tudo vai passar.
Quando sua mãe perguntou: que animação, outro desenho?
É sonhei com a vó. Então desenhei a casa dela.
Quando vou lá parece que estou num navio bem grande, viajando pelos quartos, no quintal enorme, o Zork sempre pulando e latindo, ela sempre pede minha ajuda para tudo.
Coloco disco na vitrola, cantamos e dançamos.
Sempre me abraça a todo momento, gesto fácil com gosto de alecrim.
Há muito o que fazer e falar com a vovó.
Na casa dela tem vacina de amor.
 
 
 
elaenesuzete
Enviado por elaenesuzete em 27/08/2021
Código do texto: T7329290
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