A SOLIDEZ DE BETINA ( quarto trecho)

... Por volta das 16h, do domingo, Betina dormia. Talvez, por consequência da fraqueza, pois estava há horas sem se alimentar.

Zé Celta chega. Abre a porta, cuidadosamente. Trazia um cigarro entre os dedos da mão direita. Vestia calça branca e justa ao corpo, camisa colorida - diversas cores distintas; usava alguns acessórios: cinto preto. Relógio e cordão, ambos prateados. Sobre a cabeça, havia um óculos escuros.

Seu perfume ainda exalava e chegava ao olfato de Betinha mesclado de cheiro de álcool que saía de sua boca enquanto falava.

Betina acorda-se com o barulho da chave à porta, ainda que ele tentara não gerar ruído.

- Ah, o bonitão voltou! Boa tarde, cavalheiro.

– Magrela, nós temos que conversar sobre esse imprevisto de hoje.

- Eita! Então trancar a esposa no quarto, num dia de domingo e sair para beber, é imprevisto? -Peraí... Você não sabe o que aconteceu, Magrela. Primeiramente você almoça, enquanto eu jogo uma agua nas costas. Tive um dia estressante.

-Celta, o que você tem a me dizer?

- Menina, eu vou lhe contar o que houve. Antes vou pedir algo para você Almoçar. Diga logo o que você quer comer enquanto estou bonzinho, vá. Saia desse quarto, almoce e vá fazer o nosso jantar. Mais tarde vou explicar tudo a você.

- Onde você esteve e com quem, Celta? Qual que seja a verdade, eu preciso saber agora. Somente a verdade fará com que eu me acalme. Bora! Fale agora, comece!

-Oxente... Ficou arretada, foi? Deixe disso, porque eu gosto é de mulher fina, viu?

O diálogo entre os dois começava a ficar acalorado. Mas, Zé Celta, se despia para o banho, calmamente, enquanto via nos olhos de Betina, o desprezo, a fúria e a vontade de arremessar-lhe qualquer objeto à sua frente, aos seus cornos.

- Traga-me a toalha. Eu prometo a você que, o que tenho a lhe dizer é saudável.

- Celta, depois do que houve hoje, eu perdi a confiança em você... Não reconheço mais o homem de ontem, o cara de carne e osso, com quem me casei.

Betina chora, enquanto lamenta a sua decepção. Mas, suas lágrimas, fazem com que Celta fique excitado. Ele aproxima-se dela, abraça-a pelas costas dizendo:

- Magrela, não fique assim. Você sabe que lhe amo, por isso me casei com você. Venha tomar um banhinho com seu marido, venha... Sou todo seu, Betina (...) (Áurea Deluz)

Aurea de Luz
Enviado por Aurea de Luz em 06/02/2022
Reeditado em 06/02/2022
Código do texto: T7446038
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2022. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.