O amor de Kemily

Era domingo a tarde ia se findando, as pessoas caminhavam para seus compromissos, eu caminhava pela avenida Antônio Silvio Cunha Bueno ali pelo bairro do inamar, pensamentos voavam longe, e do nada surge uma família linda eu já conhecia o senhor José mas nunca havia visto suas filhas e esposa, trocamos meia dúzias de palavras e parti para meu compromisso enquanto ela caminhava olhando para trás, teu olhar não se desviava do meu, era tão linda meiga um encanto de menina, aos poucos tua imagem foi sumindo e numa virada de esquina ela sumiu, a esquina da Caviuna, nunca me esqueço deste dia, passada a semana e eu sem tirar dos pensamentos aquele sorriso, resolvo ir até a igreja onde ela costumava frequentar, os olhares novamente se cruzaram, parecíamos estar vivendo um amor à primeira vista, sentei-me ao lado do pai dela, logo no inicio ao cantar uma canção ele me cutuca e diz "esta é uma das minhas abençoadas" meu olhar fitou o dela e não mais quis sair, no término da reunião inventei uma desculpa para acompanhar eles até a porta de casa, caminhamos por cerca de uma meia hora até a porta da sua casa, foi a melhor caminhada da minha vida, nos despedimos e eu parti para minha casa, neste dia dormir com aquele sorriso no meu pensamento.

Passei a semana contando os dias para rever a dona daquele sorriso, e lá estava ela passando por mim de frente ao colégio trocamos meia dúzias de palavras e ela partiu, eu precisava ter o contato daquela linda mulher, usando das minhas artimanhas fui ao encalço de descobrir seu contato, descobri teu telefone e numa coragem peguei o telefone e liguei, sua doce voz atendeu, espantada e surpresa me pergunta "como conseguiu meu número?" E eu gaguejando com o coração acelerado respondo "quem tem boca vai à Roma, quem quer corre atrás," iniciamos nosso diálogo ali eu me apaixonando por ela cada vez mais, dias depois lá estava eu enfrentando pai para pedir a permissão para namorar sua filha, fui autorizado e advertido, "namoro até as dez da noite no máximo, não permito que fiquem no portão se despediu, cada um para seu canto, e só permito o namoro em casa" eu olhando com o olhar de espanto concordei com tudo, só queria namorar aquela garota, a garota da minha vida, foram os dias mais felizes da minha vida, nosso namoro só durou trinta dias pois barreiras surgiram e nos separaram, calúnias foram levantadas sobre mim, eu por ser de maior e ela de menor, fomos separados pela vida, nossos corações nunca deixaram de estar unidos, eu chorava como criança ao passar frente ao teu portão e não ver minha amada, passados dois anos ela então já namorando com outra pessoa, um amigo meu, eu havia perdido ela para sempre, casou-se, eu perdia ali o amor da minha vida, os anos se passaram resolvi então me casar, mas o coração ainda queria e sentia falta dela a mulher que encantou meu coração, eu passava por ela na rua o olhar triste se cruzava encontrava um ao outro mas não podia mais se tocar, as mãos que seguravam as minhas não eram mais as dela, as mãos que seguravam as dela não eram mais as minhas, isto doía em meu peito, eu sempre fazia algo para ver ela, queria estar onde ela estava, e os anos se passaram, ela teve uma filha e eu duas, dez anos depois conseguimos nos comunicar pela Internet e conversamos por cerca de uma semana logo depois perdemos o contato e nunca mais nos falamos, passados.cinco anos, eu estava numa tarde linda de sol quente, pintando o portão da casa onde morei no interior do Rio de Janeiro, cidade de Cachoeiras de Macacu pronto para entregar a casa, quando do nada o telefone toca no bolso, com as mãos sujas de tinta eu atendo, do outro lado uma voz feminina diz alô, eu sem saber de quem se tratava respondo, a voz pergunta quem é, eu então digo, eu é quem pergunto pois foi você quem ligou, a voz então insiste em saber e diz que ligaram deste número, eu olho e respondo que não foi feita nenhuma ligação para o número dela através do meu aparelho, estranho pois eu não havia reconhecido aquela voz, afinal já faziam mais de anos que não escutava, a pessoa então pede desculpas pelo engano e o telefone então desliga, minutos depois retornam a ligação, a mesma voz me questiona se realmente eu não havia ligado para aquele número, eu já irritado pois com a mão suja de tinta já havia dito que não, e estava sujando meu aparelho de tinta, pergunto então quem era, ela então me diz seu nome, Kemily, eu me assusto e começo e falar com ela, esposa do Mauro?,. mãe da Paula?? Ela então me responde, sim, eu assustado pergunto como você conseguiu meu número??? Ela então me responde que na verdade ela é quem queria saber como meu número apareceu no celular dela, eu sem entender nada, sentei no chão e começamos a conversar, levamos uns dez minutos conversando naquele dia, passaram semanas até que combinamos um encontro num shopping em São Paulo, saí do Rio de Janeiro e encontrei ela e sua filha naquele shopping, queria que aquele dia não tivesse tido fim, conversamos por minutos que poderiam ter durado séculos, brincamos numa máquina de pegar ursos de pelúcia, na primeira ficha errei, na segunda peguei um, ela levou ele, nos despedimos, e a vida voltou ao mesmo de antes, semanas depois ela sumiu novamente, passados seis anos sem notícias sem não saber como ela estava, numa manhã de sexta-feira estou eu no supermercado com minha filha mais nova no bairro onde minha mãe mora, e do nada a encontro no supermercado, linda do mesmo jeito que a conheci um dia, estava ela e sua filha, trocamos olhares, mas nada de palavras, meu número a entreguei, mas nunca recebi seu telefonema, porém como nada acontece por acaso e o amor dura para sempre eu vivo a esperar pelo dia em que meu telefone voltará a tocar e eu ouvirei sua voz do outro lado.