O amor de Violanda e Delfino

Em mil oitocentos e noventa, a vida do roceiro já era sofrida, trabalhadores se desdobravam a trabalhar de sol a sol, em tempos onde não se tinha tanta tecnologia, as colheitas eram feitas pelas mãos dos trabalhadores, ainda não se tinha televisão, telefone nem sonhava em existir nas mãos de muitos embora já estivesse patenteado desde mil oitocentos e setenta e seis e apenas um ano depois chegou ao Brasil pelas mãos do imperador Dom Pedro segundo, as madames nas cidades grande andavam de sombrinha, cavalheiros usavam sobretudo, cartolas e bengalas como acessórios,as charretes puxadas por cavalos para lá e para cá moviam as cidades onde ainda não se tinham os automóveis, mas a roça seguia na sua humildade de sempre, com seu chapéu de palha acompanhado pelo cigarrinho feito com fumo colhidos no quintal e secos pendurados ao sol, calças rasgadas e remendadas a mão, tempos em que se andava de pés aos no chão sem uma sandália ou um sapato, pés calejados, a internet nem sonhava em existir, o rádio a pilha era algo raro mas ainda se encontrava em uma casa ou outra para ouvir as notícias ou radionovelas, os brinquedos não era tão tecnológicos como os de hoje, bonecas feitas a pano ou com espigas de milho, carrinhos eram feito de madeira, a criançada se divertia eu diria até que mais do que nos dias de hoje, o mundo ainda estava se desenvolvendo e avançando cada vez mais rápido, países em crescimento, guerras era algo inevitável mas dificilmente chegava ao nosso conhecimento.

No Brasil, lá na zona da mata mineira, um romance dava início, era o casal Violanda e Delfino.

No inverno de mil oitocentos e noventa, no Córrego Três Barras, pequena província de Simonésia, estado de Minas Gerais, período da colheita de café, caminhões com trabalhadores bóia frias surgiam logo cedo lá pela estrada, a poeira levantava a cada caminhão que por lá passava, de porteira em porteira sempre tinham dois ou três para subir a carroceria já cheia, as manhãs eram tão frias que saia fumaça pela boca, casacos e toucas eram sempre acessórios indispensáveis, pelos terreiros das casas de barro e taipas, os bichos logo cedo surgiam nas portas para se alimentarem dos restos da janta que do dia anterior sobravam, eram lançados muitas das vezes misturados aos milhos pegos no paiol e debulhados a mão, Violanda era uma moça de baixa estatura, garota prendada, acordava antes do galo cantar, colocava a lenha no fogão, acendia o fogo, e preparava o café para que seus irmãos e seu pai levassem para a lavoura, isto era algo que não podia faltar, ela ajudava nas tarefas de casa além de estudar ali mesmo perto de casa na escola ao lado da igreja, era o orgulho de Olavo seu pai e Maria sua mãe, a propósito seus irmãos eram quatro, José, Alfredo, Jorge e Judas, ela a única mulher, sempre levava a bóia na roça para seus irmãos enquanto eles debaixo do sol quente passavam o dia na panha só café, isto quando a panha era ali mesmo nas terras de seu pai, quando não, era preparado no dia anterior a marmita de cada irmão, cada um ao seu modo e gosto, um não queria quiabo, outro nada de jiló, já o franguinho caipira todos amavam, era bem preparados ora pela irmã ora pela mãe.

Do outro lado da serra na pequena província de São Simão do Rio Preto, também localizada no município de Simonésia, morava Delfino, filho de Joaquim e se Severina, o jovem tinha mais três irmãs, Maria Madalena, Expedita e Maria Helena, era um jovem alto, forte e dos olhos claros, um encanto de rapaz querido pelas moças das redondezas e desejado como genro até pelos pais, moço trabalhador, a enxada era sua companheira de estrada, todos os dias montado em seu cavalo subia a serra e virava o morro para trabalhar nas terras de Tônico Teixeira, casado com Aparecida, um dos fazendeiros mais ricos da região, numa destas idas e vindas foi que ele conheceu Antônio Tóia, primo de Violanda, num bar de beira de estrada, jogando sinuca e tomando uma cachaça, oras o moço também gostava de uma pinguinha, conversa vai conversa vem, e surgiu o convite para ir até uma festa de aniversário que iria ter na casa dele, pois seu irmão Onofre Tóia faria uma festa para amigos e ele era bem vindo, Delfino não exitou e aceitou o convite, dois finais de semana depois lá estava ele na festa de Onofre Tóia.

A festa estava repleta de convidados, vizinhos das redondezas próximas estavam ali, Onofre era querido por todos, Delfino até conhecia muitos que ali estavam embora não tivesse conhecimento com o Onofre, mas isto não era um problema para ele, afinal fazia amigos por onde passasse, lá pelas sete da noite, a festa já se desenrolava desde às quatro da tarde, e era sábado, no dia seguinte ninguém tinha a preocupação de levantar cedo pois ninguém trabalhava aos domingos, surge pela porta da cozinha Violanda, acabara de chegar, os olhos de Delfino cortaram da sala até a cozinha, era um corredor onde os quartos era nas portas aos lados, direito e esquerdo, de um lado o quarto dos pais de Onofre e Antônio, do outro o quarto dos irmãos, o corredor dava visão direto na porta da cozinha, o olhar de Delfino passou pelo meio da cozinha até avistar ela entrando pela porta.

O moço se encantou com Violanda, a garota era linda, seu olhar não se desviou mais dela naquela noite, ali nascia o amor a primeira vista, passada a festa, todos se despediram, cada um montado em seu cavalo seguiu para sua casa, Delfino teria que cortar a serra até chegar na sua do outro lado da montanha, levaria pelo menos umas duas horas cavalgando, Antônio olha para o amigo e vendo que já era tarde da noite para ele seguir viagem, o convida a dormir naquela noite em sua casa, e pela manhã do dia segunda ele seguiria viagem, afinal não teria que trabalhar por se tratar de ser um domingo, Delfino então aceitou o convite, e pela noite à beira do fogão a lenha esquentando-se do frio, cigarrinho de palha aceso, um bule de café, lá pelo meio dos causos contados, Delfino ousou e perguntar por aquela linda moça que havia chegado na festa lá pelo início da noite, Antônio já sabia de quem se tratava, e lhe respondeu que era Violanda sua prima, mas logo tratou de lhe avisar que seu pai era muito bravo, e não era de muitas palavras quando se tratava de falar sobre namoro da filha, no entanto a filha era solteira, Delfino então se animou quando ouviu de Antônio que a jovem era descompromissada, ele um rapaz de vinte e um anos já havia namorado muitas outras jovens e sabia como lidar com a situação do pai bravo, passada a noite, logo cedinho Delfino voltou para sua casa, mas seu coração pensava dia e noite naquela linda moça, duas semanas depois ele então procurou uma forma de se aproximar da casa de Violanda, subiu no lombo de seu cavalo e cortou a serra novamente, desta vez saiu de casa antes do galo cantar pois não tinha como por lá ficar, seria pedir demais ao amigo para mais uma vez em sua casa dormir tendo em vista que eram amigos a poucos dias, mas ele sabia como se virar.

Naquele sábado Delfino cavalgava com seus pensamentos lá longe, pensando em como fazer para conseguir chegar até a casa de Violanda e ser recebido, resolveu então parar na casa do amigo Antônio, duas horas depois de estrada e poeira na face, chegou em seu destino, o sol já queimava o couro, de longe Antônio já avistava seu amigo chegando, e de lá gritou pode se achegar meu amigo, Delfino então se aproximou, apeou de seu cavalo, amarrou-o numa árvore com sombra, buscou água e deu de beber ao seu fiel companheiro de estrada, e em seguida seguiu para a porta da cozinha, aquela mesma porta onde tinha avistado aquela que passara semanas pensando entrar.

Entrou, sentou no banco da cozinha, aquele banco longo feito de madeira, logo veio o Sr Geraldo com seu cigarro de palha e a dona Luzia, os pais de Antônio e Onofre, Luzia buscou um bule de café, trouxe alguns biscoitos de polvilho, e a conversa começou, Delfino na verdade não via a hora de sair dali e chegar perto de onde era seu verdadeiro destino, duas horas depois Antônio chama Delfino e já sabendo suas intenções, começam a caminhar pela estrada que era dividida por pés de eucaliptos, a cerca de arames farpados era o que separava a estrada do pasto, do lado direito uma serra onde o gado costumava pastar, o lado esquerdo era uma baixada onde um córrego cortava as terras e era lugar bom para se banhar, alguns bambuzais podíamos ver ao longo, Antônio pelo caminho me contava como era o Sr Olavo e eu já ia preparando meu terreno para conseguir me aproximar da que sonhava por namorada, ao chegar na porteira de entrada das terras do Sr Olavo, avistei uma igreja pequena de um lado da estrada, sua companheira de lado era uma escola, em frente um boteco, entramos pelo terreiro, os cachorros vieram latindo, eu era um estranho ali, embora Antônio já estivesse ido ali por vezes, na janela da casa surge dona Maria e ao lado Sr. Olavo, lá na área dos fundos da casa surgia a amada Violanda, os olhos de Delfino não sabia para onde olhar, Sr. Olavo era homem sério e se percebesse que Delfino estava olhando demais para sua filha, poderia expulsar Delfino dali, Antônio então é convida a entrar junto com seu amigo, já era hora de almoço, Delfino entra, senta-se à mesa, Olavo os convida a almoçar, e os causos então começam a serem contados de um lado e do outro tinham um melhor que o outro, risos para lá, risos para cá, e o olhar de Delfino entre uma palavra e outra sempre encontrava um jeito se com o de sua amada encontrar, Violanda se juntara à mesa para também almoçar, seu olhar também buscava disfarçadamente encontrar o olhar de Delfino, ela também havia se encantado com ele.

O almoço havia terminado, Olavo convida Delfino para um jogo de cartas, era um passatempo preferido do anfitriã, ali Delfino encontrava um pretexto para voltar mais vezes ali na casa de Violanda, horas mais tarde, depois de várias partidas, chegava a hora de se despedir, Delfino pega nas mãos de um por um, se despedindo e agradecendo pela hospitalidade, quando sua mão pega na de Violanda, a despedida é mais demorada, ele não deseja soltar as mãos da linda jovem, mas percebe que não pode segurar por muito tempo ou logo seu pai sentirá sua intenção, então se despede e pega a estrada novamente se volta para a casa de Antônio onde seu cavalo o aguarda para subirem a serra novamente.

A semana então passou, e durante ela, Delfino sonhava com a volta na casa de Olavo, pois não queria perder sua amada se vista, e no sábado pela manhã Delfino monta novamente seu fiel companheiro e pega a estrada, corta a serra e enfim chega na casa de Olavo, desta vez foi direto na casa dele, já passava do horário de almoço, todos já haviam almoçado, o rapaz era corajoso viu, ao chegar no terreiro da casa de Olavo, ele estranhou a visita do rapaz, de longe perguntou, o que lhe trouxe aqui jovem, está perdido? Delfino então rapidamente responde que não, só estava de passagem e resolveu parar para tomar uma água, malandro como ele era, ouviu de Olavo o convite a entrar, era tudo o que ele queria, entrou, sentou-se à mesa, e logo veio Violanda e como sempre fazia com as visitas, ofereceu-lhe se queria almoçar já que havia acabado de recolher as panelas, o rapaz então responde que não pois já havia almoçado, escondendo a verdade pois não havia comido nada além de uma broa ao sair de casa e tomado um cafezinho, mas valia o sacrifício, então ela oferece ao menos um café e biscoito de polvilho, ele então aceita, os olhos de Delfino brilhavam quando olhava para Violanda.

O assunto então se estendeu e logo veio o convite a jogar um baralho, e assim a conversa entrou tarde a fora, porém era hora de ir embora, Delfino se preparava para partir, quando Olavo se despede ele pega em sua mão, Delfino então aperta a mão do pai da moça e em seguida se despede da moça, mais uma vez seu coração bate acelerado ao sentir as mãos da sua amada, os dois trocam olhares e sorrisos, Delfino então se lembra da festa que aconteceria na igreja da sua comunidade e convida Olavo e a família para participarem, o anfitrião então responde que era possível que aceitasse o convite uma vez que tinha amigos e compadres lá pelas bandas de São Simão, e esperançoso Delfino então seguiu de volta para sua casa, eram mais duas horas de cavalgada até chegar, montou em seu cavalo e partiu a galopes olhando para trás vendo sua amada pela janela a das tchau.

Semanas depois, a festa da igreja da comunidade estava já preparada para aquele fim de semana, Delfino estava ansioso, pois queria muito que o convite feito a Olavo fosse aceito, Expedita sua irmã já sabia de suas intenções, e brincava sempre com ele dizendo, " meu maninho está apaixonado" e repetia por vezes e mais vezes acompanhado de uma gargalhada, seus pais já conheciam também seu amor pela jovem moça, de tanto falar da amada, eles há sabiam como ela era.

Chegado o sábado da festa, Delfino não tirava os olhos da única estrada que levava até seu vilarejo, carroças e cavalos teriam que passar pela sua porta, a estrada era de frente com sua casa, tinha uma cachoeira enorme um pouco mais pela frente seguindo para a província de São Simão, até que depois se horas esperando, ele avista uma charrete vindo lá longe, seu coração acelera, e quanto mais ela as aproxima mais ele tem a esperança de ser sua amada, quando a charrete chega perto da sua casa já quase passando de frente, Olavo era quem a guiava, ao lado sua esposa e do outro Violanda, os irmãos de Violanda vinham logo atrás montados a cavalo, seu olhar corta até encontrar o de sua amada, um sorriso tímido é solto, e é disperso com o bom dia de Olavo, que logo recebe o convite para apearem e entrarem para tomar uma água ou um café, Olavo aceita o convite, desce junto com a esposa e a filha, os rapazes descem de seus cavalos, procuram um lugar na sombra para colocarem os animais, e em seguida entram para a casa, a área da casa é enorme e tem nos fundos espaço para uma boa prosa, um forno a lenha do lado de fora, um chiqueiro com capados para engordarem, e o galinheiro logo mais aos fundos, mais abaixo da casa um córrego corta os terrenos e dividia as terras, Olavo então senta à mesa com o pai de Delfino, enquando Maria conversa com a mãe do jovem, Violanda passeia pelo terreiro acompanhada das irmãs de Delfino, olhando os animais soltos pelo quintal, patos, galinhas, cachorros e pequenos leitões, um papagaio preso no poleiro, ela se distraia vendo tudo aquilo sem observar que lá da área dos fundos seus irmãos conversavam com Olavo e que seu olhar não saia de sua direção.

Delfino então tem a brilhante ideia de chamar sua irmã Expedita e lhe propor algo, eles tinham bicicletas no paiol, ela tinha que convidar Violanda para irem para o vilarejo onde tinha a igreja, de bicicleta enquanto ele chamaria os rapazes para irem a cavalo, parecia ser uma ideia boa, afinal era menos de dois quilômetros dali, os pais deles seguiriam mais tarde de charrete, a moça então entrou no plano de Delfino e assim o fez, minutos depois lá estavam elas montadas nas bicicletas e eles indo a cavalo para a província, menos se vinte minutos e já estava na rua da igreja.

Delfino sabia que os rapazes iriam gostar do passeio afinal tinham mais moças por lá, ao chegarem sua primeira parada foi num boteco, junto com outros amigos de Delfino começaram a jogar sinuca, as irmãs de Delfino faziam companhia para Violanda, a moça olhava volta e meia para Delfino que lhe correspondia, o rapaz deu um jeito de escapar dos irmãos dela, e enfim estar mais perto da sua amada, ficaram a sós por poucos minutos, mas o suficiente para ele gaguejando se declarar para ela, ela tímida, lhe corresponde sua declaração.

Delfino segura nas mãos de Violanda e fala de seus sentimentos, a moça lhe olha nos olhos e diz que sente o mesmo desde quando o viu na festa de aniversário, o casal sai andando pelas ruas da pequena província, passando de frente ao cemitério ali mesmo perto da igreja de São Simão, um momento onde conseguem por alguns minutos ficar a sós, então Delfino olha nos olhos de Violanda e a pede em namoro, ela sorrindo lhe diz que aceita, o olhar do rapa vai de encontro ao olhar meigo da moça, os dois rostos se encontram e as duas bocas se beijam pela primeira vez ali de frente ao cemitério, Delfino estava radiante de felicidade, sua amada o aceitara como namorado, aquele era o momento mais feliz que Delfino poderia ter, os pais dos jovens chegaram para a festa, a igreja já estava enchendo e aos poucos a pequena província ia ganhando mais e mais pessoas que se longe chegavam, a festa tomou conta do pequeno vilarejo, após a celebração da missa, Delfino e Violanda sempre lado a lado um do outro, tendo o cuidado para que o pai da moça não os visse de mãos dadas antes dele pedir a permissão do pai dela, a noite ia se aprofundando até que a hora de partir chegou, Delfino e os rapazes montaram seus cavalos, as moças em suas bicicletas, e os pais dos jovens subiram na charrete e seguiriam para a estrada, Olavo iria pernoitar ali mesmo em São Simão, pois tinha seu compadre que morava ali, nas proximidades, seguiram para a casa dele, era os compadres Milton Romão e dona Margarida, os irmãos de Violanda estavam cansados e também gostaram da ideia uma vez que Milton Romão tinha cinco filhas, Eliza, Elza, Marta, Maria José e Matilde, além claro dos dois homens Roque e Sebastião.

Alfredo e Jorge já tinham uma paquera na casa de Milton Romão, um era apaixonado por Eliza, o outro por Marta, os olhares já haviam se encontrado antes, dizem até que já deram uma beijinhos, Milton também não era muito de palavras com a rapaziada não, mas era bom em contar histórias, um artesão de mão cheia, os jogadores de futebol das redondezas sempre o procuravam para ele costurar as bolas de couro deles, era o único que fazia o serviço na região.

Já era tarde da noite e todos tinham que dormir, então Milton acomodou os rapazes junto com os irmãos das moças, e a jovem Violanda no quarto das meninas, passada a noite, amanheceu o dia e era hora de pegarem a estrada, os animais estavam já preparados e já estou podiam tardar para não chegarem muito tarde do outro lado da serra, pegaram a estrada e aos poucos iam sumindo de vista, as meninas se Milton olhavam com seus olhares apaixonados os jovens filhos de Olavo aos poucos se distanciarem da casa, os rapazes também olhavam e davam seus acenos de tchau, passados os minutos, se aproximavam da casa de Delfino que ficava no meio do caminho, o rapaz já esperava de longe para ver sua amada passar, quando passou o aceno de tchau e o beijo mandado pelas mãos com a promessa de que na semana seguinte estaria lá na sua casa.

Naquela semana Delfino passou com seus pensamentos distantes dali, era apenas a bela moça que morava em sua mente, na lavoura ele só falava da moça, já sonhava com sua família sendo feita com aquele linda jovem, a semana passou e o sábado então chegou, Delfino acorda cedo, pega seu cavalo e sobe a serra, corta a estrada até chegar no Córrego das Três Barras, Violanda já dava sinais de que estava apaixonada, sua mãe já sabia pois a filha já havia confessado para a mãe seu sentimento pelo jovem Delfino, o pai no entanto não sabia ainda, Violanda então conversou com a mãe que iria pedir a Delfino que pedisse permissão para seu pai, a mãe deu o aval e disse que ajudaria a filha.

Quando lá pelas onze da manhã Delfino aparece na estrada passando a porteira, os cachorros começam a latir e Violanda já sabia que era seu amado chegando, corre para a janela da sala, que dava vista para a entrada do terreiro, enquanto seu pai vai para a porta e sem sem entender mais uma vez aquela visita do rapaz, já começa a desconfiar que algo não cheira bem, Olavo convida o jovem a entrar, e já quase na do almoço, o convida a almoçar com eles ali, Delfino desta vez aceita, após o almoço, Maria chama Olavo para a sala enquanto Delfino ajuda a tirar a louça da mesa e levar para a pia, Violanda então rapidamente lhe diz, "você terá que pedir permissão ao meu pai hoje", Delfino está surpreso e assustado, mas não foge da sua responsabilidade, ainda trêmulo com a fala da jovem, sai da cozinha e vai em direção a sala, Olavo está com um cachimbo na boca, sentado enquanto Maria está no quarto, Delfino olha para Olavo e diz, que precisa conversar com ele, pálido e quase sem voz, o rapaz então começa a saga de encontrar palavras para costurar o caminho até seu objetivo que é pedir permissão para namorar sua filha, mas solta sem muitos rodeios, uma frase, "Sr Olavo eu respeito muito o senhor e sua família, e queria muito saber se posso namorar sua filha ?", Olavo olha para o jovem à sua frente, e demora a lhe dar uma resposta, quando do nada diz, "Eu já estava desconfiado, suas visitas aqui estavam muito estranhas, mas vamos Kay, sente-se e me conte quais a suas intenções com a minha filha, sou todo ouvido e tenho a tarde toda", Delfino sentou-se na poltrona ao lado enquanto Violanda da cozinha escutava junto de sua mãe toda a conversa, passadas meia hora, Violanda escuta seu pai lhe chamando, "Violanda filha venha cá", ela então se dirige a sala, quando seu pai lhe pede para que ela prepare um café para que eles possam tomar, enquanto a conversa vai se esticando, Violanda estava com as pernas bambas, volta para a cozinha e junto com sua mãe prepara um café, corre na dispensa e pega um saco de biscoito de polvilho, leva para a sala e com as canecas esmaltada seve o café e os biscoitos, retorna para a cozinha e senta na mesa junto de sua mãe para dali tentar escutar algo, passadas duas horas, Maria e Violanda já estavam cansadas quando Olavo chama por Maria, ela sai e vai até a sala, quando seu esposo então lhe pede para que chame por Violanda, e todos alia na sala então escutam do anfitrião que aquele jovem estava pedindo a permissão para namorar a jovem ele olha para sua filha e a pergunta se ela queria mesmo aquele jovem para ser seu namorado, ela então com seus olhos radiantes de felicidade responde que sim, seu pai olha e então responde, " então está permitido, só não quero servengunhice dentro de casa e agarra agarra, se você faltar com o respeito com a minha filha, eu acabo com a sua raça vou rapaz.

Delfino olha atentamente para Olavo e lhe responde, "meu senhor eu sou um homem de respeito e sua filha não será desrespeitada jamais, eu a amo e quero me casar com ela", passados onze meses após está boa conversa com Olavo, lá estavam Delfino e Violanda casados e já com a sua casa construída ali mesmo no quintal da casa de Olavo.

Delfino foi feliz com Violanda

por seis décadas até o dia da sua partida, quando Delfino morreu ele tinha oitenta e cinco anos, e ainda trabalhava na enxada, cortando mato na sua horta, Violanda cuidou da casa e dos cinco filhos que teve com seu amado esposo, ela ainda viveu após sua morte por dois anos,vou netos e bisnetos, sua morte foi antes do amanhecer de domingo, partiu dormindo.

Está é uma ficção que contém nomes reais da cidade de Simonésia, a história contada aqui é apenas uma ficção, não é uma história real.

Este é apenas um conto.

Perdoem os possíveis erros de gramática, conto escrito num celular.