Vida em livros

Ana gostava de escrever, e gostava muito, ainda nos seus 16 anos expressava seus sentimentos no papel. Era quieta e observadora, atenta a cada detalhe a sua volta entre seu cabelo ruivo que cobria parte da face, tudo era uma cena.

Até que em momentos da vida vem o bloqueio, sentava-se frente ao computador, tentava pensar em algo e não extraía nada, depois de horas tentando, criando e apagando, triste desiste e desliga o aparelho.

Culpava sua vida monótona e melancolia, era seu jeito, mas detestava.

Até que um dia ela viu a inspiração abrir a porta de sua sala, Gabriel, ela respirou profundamente e a inspiração artística veio à tona, imaginou diversas histórias. Ela se imaginava como uma personagem protagonista que buscava seu amado e que agora havia encontrado, um jovem lindo com sorriso branquinho e olhos verdes, um príncipe.

Naquele mesmo dia ela deu um jeito de falar com Gabriel, conseguiu poucas informações, mas ao menos a idade e o que ele gostava de fazer ela descobriu.

Ana chegou em casa e passou horas digitando rapidamente, cada parágrafo era encantador.

Nos próximos dias ela conversou um pouco mais com Gabriel, descobriu onde mora e a faculdade que planejava fazer, e o melhor, que era solteiro, elevando mais ainda a inspiração que era depositada nas linhas do texto.

Mais alguns dias de inspiração se passaram até Ana chegar ao colégio e se deparar com uma cena horripilante: Gabriel estava ajoelhado pedindo uma garota em namoro. Ana paralisou, uma nuvem negra a engoliu juntamente com a inspiração.

E em casa novamente se via em frente ao computador, era uma história tão linda, mas... Não existem histórias perfeitas na vida real, Ana derramou suas lágrimas no teclado, escreveu todas suas mágoas no mesmo livro, sendo assim um dos livros mais tocantes que ela já criou, um livro que a lembra de como ela amadureceu.