RELATOS DE UMA NOITE COM ALICE...

Relatos de uma noite

Com Alice...

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Eu já estava solteiro há muito tempo, até que meu receoso coração inventou tal atrevimento de pôr certos sentimentos dentro do meu ser!

Quando a vi naquela noite, tive a sensação que meus sorrisos quebrados haviam se reconstituído pedaço a pedaços como uma noite estrelada no outono.

Eu me estranhei! Claro, é um processo natural... mas eu agir de certa forma atípica que eu nem mesmo sabia como nomear minhas sensações... Medo eu sentir a todo o momento em que ela olhava-me dentro dos meus olhos... Pensava que talvez, ela pudesse de alguma forma encontrar dentro de mim, o meu pior defeito: – A minha insegurança que em demasiado me consumia silenciosamente.

Tudo se misturava com meu suor excessivo, as memórias se entrelaçando no meu hipocampo, a garganta seca, os medos irracionais. Eu não queria falhar e, inevitavelmente falhei. Jantamos em um lugar pitoresco sem muita coisa de especial e, por destino ou acaso (eu não sei) pedimos o mesmo prato. A refeição estava saborosa; e a conversa uma delícia.

Quanto mais fazíamos esforços para agradar um ao outro, mas nos prendíamos em momentos únicos. A este ponto a sensação era incrível, ela estava formidável e eu me sentia um homem de sorte! Eu tive a companhia perfeita... tão perfeita que nossos gostos diferentes eram apenas detalhes naquela imensidão.

E eu, tinha que ser EU, e falhar!!!

Às vezes acho que não me encaixo. Amo poesia e filmes técnicos com um bom roteiro; assim como, a vagareza de um cafezinho ao entardecer. Ela por sua vez, mostrou-se propensa a uma tamanha indiscrição sobre assuntos relacionados ao futebol, eu amante de esporte não deixei perturbar-me, afinal, “ás coisas são assim”...

Ela tinha um “Q” de mistérios, tanto que eu só queria mergulhar-me e descobrir seus enigmas escondidos por traz de sua elegância singela. A brisa fortemente nos abraçava ao ponto de nos fazer partir.

Deslocamo-nos a outro lugar, com muito mais gente, e mais bebidas, e mais músicas, e mais rostos conhecidos, com bem menos conversas...

Juntamo-nos a um amigo que festejava com outras pessoas sua primavera juvenil. Ela graciosamente acompanhou-me com a degustação de bebidas. Tentei ser cortês e gentil, – traços que considero meu cartão postal a qualquer pessoa. No entanto, porém, meu fantasma de outrora ressurgira a minha frente num silêncio angustiante que a certo ponto trouxera-me desconforto! A ansiedade não só me consumia por dentro, mas estampava em meu rosto certo pavor por ser quem eu estava sendo naquele momento.

Eu queria me esconder! Desejei por mil vezes ir embora, mas ao mesmo tempo sentir vontade de ficar ali, com ela, sem mais ninguém. Apenas observando a passividade dos seus olhos; as ondas que formavam o seu cabelo; a ternura que lhe sobressaía a todo o momento.

ELA ESTAVA LINDA! Linda não só pela estética, mas linda pela forma como me abraçava com seu olhar. Eu queria um porto seguro e ela o fez, do seu jeito.

Fui egoísta e, decidir deixar meu amigo em sua comemoração. Ele estava bem servido de companhia e logo me confessou que eu poderia ir. E fui...Partirmos para outro local, ainda na mesma região e nos deparamos com uma incerteza no ar... e agora, vamos embora ou tentar salvar o restante da noite?

Eu queria ir e, também, queria ficar com ela! ELA merecia TUDO; EU NÃO! (Não me recordo de ter vivido aquela situação na vida, fora minha primeira vez)

"E tinha que ser justamente com ela???" Droga!!!

Sentamos de frente ao mar. Ela observava a maré subindo e quebrando lá distante, e eu, só lhe observava, – sua doçura, sua paz de espírito, seu silêncio!

Sentir vontade de beijá-la... uma, duas, três vezes...

Não tive atitude! (eu me tranquei).

Desejei correr para os meus livros, pois, lá as coisas são bem mais fáceis! (cresci ouvindo contos de fadas, e claro, sonhei pelo menos naquele momento viver como eles). Mas que príncipe sou eu? Perguntou-me incessantemente.

Hoje, eu escutei um rock pesado (do tipo que ela gosta), daqueles que a gente não estende frases alguma; mas pude sentir as vibrações do grave batendo e, me fazendo lembrar seu sorriso.

HOJE EU PASSEI O DIA PENSANDO EM VOCÊ!

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Ari Poeta
Enviado por Ari Poeta em 11/10/2022
Código do texto: T7625359
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