A MÃO INVISÍVEL - dedicado ao amor 

 

Antenor, Juli e Mia, eram uma família com um dom divino, a silenciosa solidariedade, como a mão invisível do Bem. Antenor e Juli país amorosos, fiéis ao Senhor de todas as coisas, tendo a vida inteira moldada pela gratidão e, assim criaram a filhinha Mia, sua bênção preciosa. O Universo conspira a favor, de quem faz o mundo à sua volta melhor, então, a recompensa (por assim dizer), era levarem uma vida sem dificuldades financeiras, mas, sem luxo, porque sem alarde ajudavam muita gente, mas, muita gente mesmo e, muitas vezes o agraciado, sequer sabia de onde a benesse lhe chegou. Deixavam um bilhete anônimo, com os dizeres

- Agradeça com uma oração da sua fé e faça um pequeno bem que seja, para outra pessoa, ainda hoje.

 

O desejo de Antenor, Juli e Mia, era que a Rede do Bem se ampliasse, ainda que fosse de gota em gota, de grão em grão, palavra por palavra, todos os dias. Graças à Deus, aos Domingos na casa de sua fé, sempre tinham muito que agradecer.

 

Sou apenas uma conhecida deles, mas, vi de perto a corrente funcionando e, em alguns casos pude ter certeza, que a ação começava por eles, vou citar apenas três casos.

 

Depois, porque acabei de conhecer uma moça na fila do mercado, o que acabou nos cansando e a conversa para passar o tempo, seguiu para um cafézinho e um pão de queijo, (pagos por mim, pois embora não tenha comentado, percebi que a situação financeira dela, era inferior à minha e, a Rede do Bem me representa também, me deixando grata por conhecer e poder ter compartilhado o tempo com uma pessoa simpática).

 

Aproveitei para perguntar, se a mulher de nome Martha Maria tinha filhos, tendo ela respondido que sim, comprei um pão doce grande e recheado, para que ela levasse de presente pra eles, pois como eu não tinha filhos, gostava de agradar as crianças dos amigos, ela titubeou, mas, eu insisti e ela acabou aceitando. Mostrou-me as fotos das crianças, que eram duas lindas meninas, uma ainda bebê, nos despedimos e seguimos os nossos caminhos, gratas pelos momentos compartilhados.

 

Martha Maria, estava no ponto de ônibus e, enquanto aguardava a condução, viu uma senhora morena, com um bebê que chorava insistentemente, solidária perguntou se podia ajudá-la e a moça morena, disse que não conseguira dinheiro para o leite do bebê, pois o seu havia secado. Martha Maria, disse que ainda amamentava a sua filhinha, pelo menos à noite pois ela já comia outros alimentos. Sentou-se no banco da cobertura do ponto de ônibus e ofereceu o seu próprio seio ao bebê da moça morena, que o sugou com desespero. A criança dormiu quase que em seguida.

 

Martha Maria, pegou de suas parcas compras, um dos dois litros de leite que comprara e, entregou para a moça, indicando que ela procura-se um Banco de Leite público, pois o seu auxílio só resolveria aquele dia. A moça que se apresentou como Roberta, agradeceu imensamente e pegou o ônibus que havia chegado. Depois de uns quinze minutos, a condução de Martha Maria chegou também e, por sorte tinha lugar para ir sentada, ela sentia-se muito bem e fez uma oração agradecida.

 

Roberta chegou em casa e sua filhinha mais velha, com apenas seis anos, aguardara sozinha a mãe chegar, mas, estava feliz, porque o Silvanio, líder comunitário da comunidade, disse para ela pela janela, que pedisse à sua mãe para pegar na sede da ONG uma cesta básica e latas de leite, que eram uma doação para ela. Roberta não poderia estar mais feliz, deixou seu bebê no berço e, foi rezando pelo caminho até a ONG, logo acima da casinha dela, junto com a cesta e o leite, havia um bilhete que dizia

- Agradeça com uma oração da sua fé e, faça um pequeno bem que seja para outra pessoa, ainda hoje. 

Roberta, levou as graças para casa, alimentou a filha e comeu também.  Fez um prato caprichado e, levou para D. Norma, que morava próximo dela, pois sabia da dificuldade que a aposentada também passava. D.Norma agradeceu e ofereceu os seus préstimos de cuidar das crianças, para que ela pudesse voltar à trabalhar. Roberta viu uma luz se abrir em seu caminho, aceitou e rezaram juntas, agradecendo o dia de vitórias.

 

Eu cheguei em casa e o marido, me deu a notícia que a esperada promoção no emprego havia saído, a casa era só alegria. As nossas orações da noite, foram repletas de gratidão.  A Lua já estava alta, mas, eu ainda não havia dormido e pensava, que havia dito que iria citar três casos da Rede do Bem, iniciada por Antenor, Juli e Mia, mas, caro leitor...acho que nem se faz necessário.

 

 

 

 

 

Cristina Gaspar
Enviado por Cristina Gaspar em 23/05/2023
Código do texto: T7795613
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