Efêmero

Tudo começou em uma noite cansativa de novembro, em que após o trabalho me direcionei a um local onde deveria cumprir ainda mais um papel importante. Eu encontrei pessoas e conheci mais algumas novas, entre elas lá estava ele. Foi só um encontro rápido, de poucas interações, mas bem ali uma semente foi plantada.

Só foi novamente em janeiro que nos vimos mais uma vez, ainda mais rápido, um contato educado.

Em junho ocorreu de as portas se abriram de fato. E no meio de uma conversa, fui convidada a participar de um grupo. Foi quando aos poucos, começamos a nos aproximar. Uma amiga foi prontamente querer nos juntar, agindo como cupido.

E entre as conversas, parecia haver tanta intensidade. Eu achei que fosse dar certo dessa vez. Achei que fosse possível alguém gostar de mim. Mas eu sabia que era perigoso, que as chances de ser só mais uma armadilha eram enormes. Mesmo assim eu tentei... E tive um dos melhores dias do meu ano. Eu realmente tive esperança.

Até... O silêncio. O mais mórbido silêncio, que eu tanto pedi pra não existir. Eu ainda não sei bem o que aconteceu. Uma rejeição educada, mas eu tentei questionar, e tudo que recebi foram respostas ríspidas. Ali eu soube que não teria mais volta.

Me afastei e esperei que não houvesse mais resposta. Se eu lesse mais alguma coisa, eu ficaria ainda mais triste. Eu fui tomada por uma tristeza inexplicável, em vários momentos diferentes, por motivos diferentes, mas sempre por ele. Eu me senti enganada e usada mais uma vez.

Decidi que essa seria a última tentativa. Eu cansei de tantas tentativas falhas. Mas o pior de tudo é saber que apesar de breve, essa foi um contato muito marcante. E por quê? Por que esses sentimentos? Eu tenho quase certeza que, dessa vez, não foi hiperfoco. Eu não passei pela fase do ódio, eu sempre passo, e não consigo odia-lo. Até perdoaria, se me pedisse. Isso é o quanto me envolvi. E por quê? Não era pra ter sido tudo isso, era? A conexão era real ou era só unilateral, como sempre?

São questionamentos que carrego comigo, com a esperança de que com o tempo esses sentimentos sumam e eu pare de sentir saudades de um momento tão efêmero.

Nayara S
Enviado por Nayara S em 19/07/2023
Reeditado em 19/07/2023
Código do texto: T7840593
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2023. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.