Ao homem que amei, obrigada; ao que me amou, perdão

Irene foi vítima da AIDS e morreu 90 dias depois do cantor Cazuza, de quem era fã. A família nunca soube como ela contraiu o vírus, mas todas as possibilidades eram possíveis. Debilitada e provavelmente inspirada em seu ídolo, Irene escrevia muito. Era sua terapia.

E foi Isabel, a enfermeira contratada para lhe atender e que se tornou sua confidente, quem guardava todos esses escritos. Quando da sua morte, Isabel mostrou à família o pedido a que se reporta o título e que deveria ser escrito em sua lápide. A família não concordou.

Irene amou Abelardo. Pobre, bonito e lhe explorava em todos os sentidos. Profissão? Indefinida. Hobby? Jogar sinuca, baralho e vestir-se bem. - Um sujeito bem vestido sempre causa uma boa impressão onde quer que seja, dizia.

Artur amava Irene. Ela não, para desconforto da família. Rico, mas não belo, era por ela explorado. Chegou ao cúmulo de lhe pedir que fosse às quatro missa celebradas no domingo. E foi. Ela, ao saber, riu. E lhe tomou emprestado um grande quantia em dinheiro. O que fez com ele? Só Deus sabe.

Abelardo está preso por tráfico de drogas e não recebe a visita das irmãs a pedido dos maridos. Artur, casado e pai de dois filhos, está 20 vezes mais rico. Rezar faz bem.