A Roda da Felicidade - Parte 3

Seu nome era Gabriel, e há muito, na inocência da sua infância, deixou-se encantar pela linda colega de cabelos loiros que sentava-se ao seu lado.

Seria mais fácil cultivar aquela paixão platônica em olhares furtivos e sorrisos escondidos, mas desde aquela manhã aprendeu que não precisava se envergonhar de gestos de carinho demonstrar.

Eram apenas crianças, mas o sentimento lúdico e sem malícia que carregavam possuía a pureza de amar, e tendo a braveza de um leão, o pequeno Gabriel lhe entregou num simples cartão a confissão dos sentimentos que carregava no seu inocente coração.

A delicada menina se chamava Bárbara e tal foi sua surpresa, que seus lábios não conseguiram ocultar toda a felicidade.

Então, olhando timidamente o bravo colega que embora ainda tão jovem não teve vergonha de seus sentimentos ocultar, sorriu-lhe em resposta, também revelando-lhe todo o carinho que por ele nutria.

Naquele puro universo de ternura que acabava de se formar e que alheio a tudo estava, a jovem professora que os observava, uma lição acabara de tomar.

Em silêncio os observava e involuntariamente, lembrou-se do colega que sempre lhe cativava mas cuja atenção por orgulho recusava.

Quantas vezes haviam conversado e pelos corredores da escola se encontrado e embora ele sempre fosse gentil, ela numa atitude infantil a tudo ignorava.

E agora, de forma inesperada, aqueles pequenos alunos com mais coragem que muitos adultos lhe demonstrou que o sentimento não pode esperar.

Assim, quando as aulas acabaram, ela sabia onde lhe encontrar.

A passos ligeiros, atravessou os corredores da escola e cruzando o pátio vazio, com mãos escondidas no bolso, ali estava ele solitário a caminhar.

Mais uma vez, lembrou-se do que aprendera e correndo em sua direção, por ele chamou.

Surpreso, ele se virou e ela, contente por superar o seu tolo orgulho lhe convidou:

_Aceita tomar um café na minha companhia?

Atrás de grossos óculos, seus olhos pareciam brilhar e repetindo aquele sorriso que vinha se disseminando em diferentes lábios naquela manhã, ele respondeu sem exitar: “E você acha que há alguma chance de eu recusar?”.

A alguns metros daquele lugar, atrás das grades que separavam o pátio do exterior, um velho homem assistia aquela cena desenrolar.

Seu nome era Joseph e todos os dias ele vinha até ali para a distância os seus netos apreciar.

Continua…