Um estranho íntimo
IX
Retornei a capital, e de praxe, fui vê-lo para reaver as coisas, eu reconheço que errei com ele, não fui companheira num momento delicado, o deixei sozinho, e um pedido de desculpas cairia bem. Era início de junho, e tudo parecia estar quase normal, até que ele mudou, e eu não soube lidar com esse afastamento. Trocamos poucas palavras num curto tempo, e então tudo cessou, sem avisos prévios. Nos afastamos naturalmente, eu viajei, fui para bem longe, o máximo que pude, e sem perceber, estava procurando um sentido para aquele vazio que havia ficado, escrevi muitos poemas sobre isso, e por um segundo notei, que a vida era mais pesada sem sua presença, sem sua prosa, sem você. Conheci pessoas boas nesse intervalo, mas não cabe aqui mencionar. Era quase fim do mês, já tinha me recomposto, e as coisas estavam começando a ficarem leve, sentia que algo iria acontecer, mais cedo ou mais tarde. E então eu soube, que ele tinha ido visitar meu bisavô, senti um pontinho de felicidade, não sei explicar, e ali, as coisas voltaram ao normal, no mesmo dia praticamente. Nos entendemos, voltamos a prosear, voltamos a ser alguma coisa. Mas ao mesmo tempo, veio o receio de passar por esse vendaval novamente. As razões do afastamento eram plausíveis, mas a ausência era marcada.
Cont...