AMOR!

Estive contando as horas, e já se passam noventa e seis mil, desde o beijo, quando entrei no ônibus e voltei pra minha casa. Nossa distância ficando quão o horizonte de uma saudade. Queria não ter voltado. Queria ter ficado com você, na tua casa. Também sei que teus pais não tinham permitido. Não tinham permitido ficar junto sem casar. Deveria ter voltado com as alianças e ter pedido tua mão para casar, se por acaso teu pai não aceitasse, haveria ter articulado um plano e pela noite te roubado. Faço jus não ter sido preciso, você comigo teria fugido. E como não tem acontecido fico aqui pelas noites a enamorar, olhando para as estrelas, como combinado, eu aqui e você em sua janela, fixando o olhar na mesma estrela, na contemplação e no silêncio do coração dissertar o momento como o qual, nós dois próximos no nó de um abraço. Sinto na brisa o seu afago e retribuo no assovio a adentrar a escuridão, ouço o som do sino da catedral afirmando vinte e uma horas, no combinado, deitar e sonhar... Viajar por um mundo construtivo, meu... Nosso, e na química do aconchego sentir-te presente, como a prata da lua, que insiste em espiar pela fresta da cortina. Não sei da tua vida, o progresso de designou, recordo apenas dos nossos momentos, que foram poucos mas intensos, e se por acaso os despenhadeiros foram os atributos, as tempestades foram deixando a erosão entre nossos caminhos. A ausência da presença o culpado que nos distanciou. As noites que haveriam de cantar, e no calor da estação ou no frio, contemplar o simples juntos, são silenciosas e nas palavras que precedem estão todas as lamentações de não ter escrito no momento certo, agora estou aqui com a vela a chamejar, e as lágrimas a chover no papel. Escrevo hoje, só pra desabafo de um último larápio da sensação que existia na época, a pentear minha calvície, a cofiar fiquei pensativo que o único desatino, nunca ter sido de propostas, esperei e esperei, por mim mesmo e ainda estou aqui. O que vem são lembranças, e formas a embaralhar minha mente, de sair de minha caverna, preso não estou, apenas as decisões que não abrangem você no contexto, e assim o mundo me leva, e não consigo mais te encontrar... Ao vento lanço essa carta com esperança dele saber teu endereço, e seja o mensageiro capaz com segurança e sigilo absoluto de chegar em suas mãos. Tenho convicção de que ele consiga revirar teu cabelo, e ser preciso um dedo para orna-lo por traz de tua orelha, e você sentir a falta do meu beijo!

O olhar verde!

Mestre das Letras
Enviado por Mestre das Letras em 27/04/2024
Código do texto: T8050746
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