Um romance qualquer (parte 3)

Dia seguinte, Fabíola foi almoçar com a família, depois os filhos foram levar a mãe até o aeroporto. A namorada de Mário estava claramente irritada, na noite anterior em momento algum conseguiu localizar o companheiro, mas não queria ter pensamentos negativos a respeito. Os filhos ficaram com a mãe até a hora do vôo para São Paulo.

- Tchau meus queridos, assim que der eu vou visitar vocês de novo.

- Tenha uma excelente viagem – disse Cristiano.

- Continue feliz como você está – disse a filha.

De volta para casa, no carro de Fabíola:

- Mal saímos do aeroporto e vamos voltar amanhã – lembrou Cristiano.

- Eu vou ficar sozinha na mesma casa que aquele ser.

- Aquele ser é o nosso pai, eu diria isso no passado, mas depois que me libertei dele, não quero mais saber o que o senhor banqueiro faz da vida.

- O que quer fazer agora? Perguntou Fabíola.

- Com esse calor, um sorvete é uma ótima pedida.

- Fechado.

Fabíola deixou o irmão no aeroporto, despediu-se dele e foi almoçar com alguns amigos, como tinha combinado antes de ir para Paris. Chegou no restaurante e abraçou todos: Ana Paula, Tiago, Camila, Róbson e Luma.

- Gente, como eu estava com saudades de vocês. O que andam fazendo?

Após cada um contar um pouco sobre a sua vida, foi perguntado a Fabíola o que fazia ou o que ia fazer.

- Eu decidi finalmente fazer uma faculdade.

- Nossa, que milagre.

- Será algo que eu quero e sei que vai irritar meu pai.

- Mas este é o seu objetivo? Irritar seu pai? Perguntou Ana Paula.

- Também.

Saindo do assunto sobre o futuro, os amigos começaram a lembrar os momentos vividos pela terrível turma formada na escola por anos e anos

- Lembram quando fugíamos da escola no segundo grau para ir ao bar competir para ver quem esvazia uma garrafa de cerveja antes? Lembrou Tiago.

- Eu sempre ganhava – complementou Fabíola.

- Que tal uma aqui e agora? Sugeriu Tiago

- Boa, quero ganhar mais uma vez.

- Garçom, seis cervejas aqui na mesa, por favor.

Mais uma vez eles competiram e dessa vez foi Róbson quem ganhou, o rapaz era sempre o segundo, desta vez conseguiu superar a amiga.

- Estou fora de forma, mas quero uma revanche – disse Fabíola – só eu e você.

- Por mim tudo bem.

Fabíola perdeu novamente e ficou apenas com a tontura. Os amigos não a deixaram dirigir desse jeito, Tiago foi dirigindo seu carro até sua casa. A moça entrou embriagada em casa e encontrou o pai na sala.

- Muito bonito, além de desocupada é bêbada

A filha ignorou-o e foi para o quarto.

- O que eu faço para esta garota tomar juízo?

- Senhor, aqui estão os papéis que pediu para o seu secretário – disse Carlo, entregando os documentos.

- Excelente, agora aquele rapaz vai ver que não se livra de mim tão fácil.

- Tem certeza que é o certo a fazer senhor?

- Claro, ele ainda vai me agradecer.

Fabíola recebeu um cartão de natal da mãe e um do irmão, sentiu a saudade bater, mas não se deixou abater, foi comemorar o dia de natal na casa de uma amiga. Chegando lá encontrou toda a turma, o almoço foi animado, regado a vinho e cerveja, logo vieram mais lembranças. O celular de Fabíola tocou:

- Alô – disse a moça, claramente embriagada.

Era Mário ao telefone.

- Meu amor, quanta saudade.

- É você, to morrendo sem a tua presença

- Andou bebendo?

- Só um pouquinho – respondeu a namorada, quase caindo por causa dos fermentados – eu liguei para você outro dia e você não atendeu, telefonei para a residência, também não estava lá, fiquei preocupada.

- Foi no dia em que a bateria do meu celular acabou no meio da rua, eu estava tomando uma cerveja com uns colegas num bar perto da faculdade.

- Colegas, sei.

- É sério. Não acha que eu seria capaz de te trair né?

- Não estou dizendo isso meu amor e desculpe se te fiz pensar, mas fiquei bem preocupada, pois você sabia que eu iria ligar naquele dia.

- Sabia, por isso eu peço desculpas, fazia um tempo que eu não me divertia com o pessoal do curso. Feliz Natal pra você querida.

- Pra você também meu amor.

Em seu apartamento em Tóquio, Cristiano recebe a visita de um homem:

- O senhor está dizendo que quer ser sócio da minha loja? Que tem bastante dinheiro pra investir?

- Exato.

- Mas você será o sócio majoritário?

- De jeito algum. Você, fundador deste empreendimento ficará com a maior parte. Eu já sou um homem rico, apenas quero investir na carreira de um jovem promissor. Então, o que acha da proposta?

- Preciso de um tempo para pensar na questão.

- Duas semanas.

- Quando eu tiver a resposta, telefono para o senhor.

Cristiano acompanhou o homem até a porta, cumprimentou-o e voltou para o seu quarto. Agora teria uma decisão a tomar. O rapaz queria caminhar pelas próprias pernas, mas a idéia de um jovem endinheirado era deveras interessante e tinha que ser considerada.

Farah
Enviado por Farah em 18/02/2008
Código do texto: T864853
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