292-TARZAN E A MINA DE DIAMANTES

Tarzan estava profundamente preocupado com a situação da África. No final do século vinte a devastação das florestas por empresas mineradoras e madeireiras atingia proporções catastróficas. A fim limitar a ação predatória sobre a selva foram estabelecidos inúmeros parques florestais e centenas de reservas biológicas. Como legítimo habitante das florestas africanas, o Filho das Selvas tornou-se um campeão na defesa da flora, da fauna e dos nativos que ainda permaneciam fiéis aos seus usos e costumes tribais. Muitos dos parques foram criados a partir de sugestões de Lorde Greystoke, cujo nome era reverenciado por milhares de africanos, na jângal, nas savanas, nos povoados e até mesmo nas grandes cidades do continente negro.

Responsável por uma grande área no coração da África, onde se estabelecera com sua família, em terras dos guerreiros waziris, Tarzan recebia constantemente emissários de organizações envolvidas com os problemas ecológicos, jornalistas, repórteres e documentaristas de todo o mundo. Prezava a companhia de todos que o visitavam, na procura de informações e esclarecimentos sobre tudo o que fosse de interesse do interior do continente africano.

A tarde ia a meio. O sol causava reverberações sobre os campos ao redor do bangalô de Tarzan. Na sombra fresca da ampla varanda que corre ao redor da construção, quatro homens estão conversando: Tarzan e o filho Jack, Jean Roulien e Franco Martini. O Senhor das Selvas observa a chegada de quatro waziris acompanhando um negro de elevada estatura e porte atlético, trajando a sumária indumentária da tribo Bentusi, com o arco cruzado sobre o tórax e adejava pendurada no ombro esquerdo. Calçava rústica sandália de couro de búfalo e na cabeça trazia uma banana de vistosas cores. Parecia exausto, quando se acercou de Tarzan, na varanda de sua residência.

— Bwana, está aqui um guerreiro bentusi. Trás notícias da sua tribo. Quer falar com o senhor.

Tarzan faz o negro sentar-se ao seu lado e o ouve com atenção. Na linguagem tribal, perfeitamente compreendida pelo Grande Bwana, o guerreiro negro relata:

— Sou Conanago, filho do chefe Bonanga. Nossa nação Bentusi tem doze vilas ao longo do rio Runumami e está correndo sério perigo. Uma mineradora construiu uma represa e o rio está se transformando num grande lago. Nossas aldeias à beira do rio estão ameaçadas de serem inundadas. Na próxima estação das chuvas, a região dos Bentusis será um grande lago. Todas as aldeias dos Bentusis vão desaparecer. Não temos a quem reclamar, pois as autoridades não ouvem nossas queixas. Os capatazes da mina são gente ruim, já mataram dois homens nossos, enviados para reclamar da inundação. Por isso, vim pedir ajuda a Tarzan. Em nome de meu pai e toda a nação dos Bentusis.

Tarzan ouve calado. Não é a primeira vez que é procurado por tribos ameaçadas. A garimpagem de diamantes e de pedras preciosas é um dos principais motivos das queixas. A devastação da floresta pelos madeireiros é outra atividade que prejudica a todos os africanos. Sem falar nas guerras tribais, nos batalhões de soldados mercenários que se põem ora ao lado de uma facção, ora ao lado de outra, arrasando as terras férteis, destruindo os rebanhos nativos, queimando vilas e cidades, minando campos de cultura e matando muitos africanos de todas as idades.

— Desta vez temos um problema sério. — Comenta com Cononanga e com os homens ao seu lado. — Esse pessoal que fez a barragem é capaz de tudo para defender seu estabelecimento na região.

— Vai ser uma empreitada perigosa — Argumenta Jack.

Os visitantes se mostram interessados. São repórteres enviados por uma empresa de comunicação de âmbito mundial. Jean Roulien é jornalista e Franco Martini é fotógrafo-cinegrafista e suas reportagens cobrem todos os assuntos ao redor do planeta.

— Pertencerão a alguma corporação internacional? — Indaga Roulien.

— Provavelmente são enviados clandestinos de alguma empresa maior. O fato de terem erguido uma barragem rapidamente, capaz de represar o rio Runumami, mostra que dispõem de recursos. E, com toda a certeza, estão fazendo tudo legalmente... Com a anuência de quem manda na região.

— Vamos organizar uma expedição às terras dos Bentusis — Tarzan imediatamente se colocou a serviço do que antevia ser um grande problema para a região. — Amanhã, partiremos ara averiguar a situação.

— Podemos acompanhá-lo? — perguntam quase que em uníssono Martini e Roulien.

— Sim, pois vou apenas verificar como o represamento do rio irá prejudicar as aldeias.

Tarzan, acompanhado pelos dois jornalistas e Conanago, o emissário Bentusi, e mais dois guerreiros wasiris, vai no veículo que usa para se deslocar pelas savanas e até mesmo por caminhos na floresta. Um potente caminhão do tipo “off shore” tracionado em todas as rodas, capaz de atravessar terrenos acidentados, pântanos e rios. A cabine, ampla e confortável, é também depósito de armas e munições, devidamente isolados com todas as normas de segurança.

O caminhão roda por picadas abertas nas selvas, por savanas a perder de vista, cortam rios e galgam escarpas abruptas. Seguem em direção o nordeste, embrenhando-se pela selva misteriosa e quase virgem, orientados por instrumentos instalados nos painéis. Nada representa obstáculo aos veículos. Até que encontram destruída a ponte sobre um profundo canyon.

— Não dá para descer lá embaixo com o caminhão. Acamparemos aqui mesmo. — determina Tarzan. —

A organização do acampamento toma dos expedicionários o que resta da tarde. As barracas são erguidas e a equipe se prepara para passar a noite com relativo conforto.

— A ponte foi destruída com o propósito de dificultar o acesso à região do rio Runumami. — Tarzan comenta. — Deve ser mais uma “obra” dos garimpeiros.

— Como atravessaremos o canyon? — indaga Martini.

— Não vai ser fácil, mas não é impossível.

A habilidade de Tarzan em vencer as mais difíceis passagens e o conhecimento de toda a região facilitam a travessia do canyon. Do outro lado, já começam as terras dos Bentusis. À medida que se aproximam das aldeias, vão notando os efeitos da ação dos mineradores. Na aldeia mais próxima da represa, a água já chega às bases das construções — moradias feitas de adobe e cobertas de capim ou folhas de palmeiras. A população de se resume a apenas alguns idosos habitantes, que não acreditam na inundação eminente do local nem desejam abandonar as choças onde nasceram e foram criados.

Martini usa rolos e rolos de filmes, no afã de documentar o desânimo e o desespero ante o poderio dos estrangeiros predadores. Roulien usa seu pequeno lap-top para registrar as informações recebidas dos nativos e observações sobre o local e os acontecimentos relacionados. Os dois constituem uma dupla perfeita de jornalistas, aos olhos dos quais nada escapa. Todo material — texto e fotos — é enviado instantaneamente, através do micro-computador de Roulien, pela Internet.

Guiados por Tarzan, eles chegam até as proximidades do local onde os garimpeiros trabalham. Abrigados pela floresta observam, com poderosos binóculos, todo o complexo da mineradora. A longa cerca de arame que margeia a imensa área de mineração tem, de espaço a espaço, guaritas que abrigam guardas. Ferozes mastins e pit-bulls correm ao longo da tela, pelo lado de dentro.

— A cerca é eletrificada e os cães são feras assassinas. — Avisa Tarzan

— Mas não vejo nenhum guarda. — Martini vai clicando as câmeras enquanto fala.

— Nem precisam dar as caras, podemos adivinhar as presenças dentro das guaritas. — Roulien não perde um detalhe e quando não vê, dá palpites.

Ao longe podem ser vistos os potentes canhões d água que, erodindo a encosta da colina, vai desmanchando-a em uma torrente de barro.

— A colina já está semi-destruida. Impressionante como podem causar tal estrago.

Roulien não esconde o espanto ante a devastação ecológica. O barro que desce do monte corre pelas canaletas e chega aos barracões onde bateias mecânicas peneiram o material e separam as pedras de acordo com a densidade.

— Reconheço os métodos usados. — Tarzan comenta. — São americanos. Esta gente pertence à USAfrica, a pior empresa mineradora que já surgiu por aqui.

— Não se vê quase ninguém. — Martini quer ver gente em movimento para fotografar.

— Usam pouca gente. Tudo está mecanizado. Quase todo o pessoal é administrativo ou do serviço de vigilância. Comandam todas as operações por computadores. — Tarzan esclarece — Vamos voltar e comunicar o que vimos às autoridades da região. — Repondo o binóculo no estojo, Tarzan se prepara para regressar.

Os repórteres trocam olhares significativos.

— Mas... Não vamos fazer nada? — Martini é um italiano irrequieto e anseia por ação. Tanto ele quanto Roulien ficam surpresos com o pouco interesse pessoal de Tarzan.

Tarzan, Roulien e Martini chegam de volta ao acampamento ao anoitecer.

— Amanhã cedo vou sair sozinho. — Tarzan fala com Walaba, o fiel guerreiro waziri. E dirigindo-se aos dois repórteres. — Vocês permaneçam no acampamento. Juntamente com Cononanga.

O Rei das Selvas parte ainda de madrugada. O que irá fazer, só ele mesmo sabe. Tão logo se afasta do acampamento, sobe pelas árvores e imediatamente se despe dos trajes civilizados, que tolhem seus movimentos. Vestido sumariamente, com algum equipamento em uma bolsa que leva suspensa ao ombro, corre e salta pela copada das árvores, e em pouco tempo chega à beira das instalações, cuja cerca corre rente às árvores da mata.

Dirige-se exatamente ao local onde estivera na véspera. Verificara que do lado oposto, num determinado trecho, a cerca de arame passava por dentro da mata, por um verdadeiro túnel de verdura. Eletrificada e patrulhada por cães ferozes, impedia completamente o acesso pelo solo. Mas não impedia a passagem por sobre a galhada das altas árvores, sob as quais a serpente de arame rastejava. Para Tarzan, esta via aérea era não só praticável como também preferida. Fazendo uma enorme volta, chega, sem ser notado, ao local escolhido para entrar no complexo.

A missão imaginada por Tarzan seria impossível a qualquer mortal, pois envolvia, além da intimidade com a selva, que o protegia e disfarçava, uma dose enorme de coragem, vigor e conhecimento de técnicas de demolição. Tais condições estavam reunidas num homem só, o intrépido gigante que, acomodado num elevado galho, observava todo o complexo de mineração. Aguarda o anoitecer, pois sua tarefa será mais bem realizada na escuridão.

Roulien e Martini comunicam ao waziri a intenção de deixar o acampamento.

— Vamos subir margeando o canyon.

— Bwana Tarzan ordenou que ficassem aqui.

— Não tem que se preocupar. Vamos rio acima, visitar outras vilas dos Bentusis.

Os dois saem sem a aquiescência do vigilante negro. Caminham alguns quilômetros na direção indicada ao waziri, e depois viram para o norte. Procuram a trilha que percorreram no dia anterior. Atravessam o canyon e vão para um ponto de observação mais a oeste, mais próximo da represa e das instalações.

— Vou fotografar em close máximo, quer obter detalhes de tudo. — Martini avisa.

Entretidos em suas atividades, os dois se descuidam da proteção oferecida pelas árvores, que abandonam para chegar mais perto do imenso garimpo.

As horas passam na modorra da selva africana. Tarzan está vigilante a todos os movimentos no vasto campo de mineração. De repente, observa um movimento no lado oposto de onde está. Um grupo de homens armados entra na mata. E voltam algum tempo depois, trazendo dois homens prisioneiros. Através do potente binóculo, Tarzan se surpreende com o que vê.

Mas... são os jornalistas que deveriam ter ficado no acampamento. Que diabos estão fazendo aqui? — pensa, irritado em ver suas determinações desobedecidas.

Rapidamente, o grupo de seguranças e prisioneiros entra pelo prédio da administração, sumindo das vistas de Tarzan.

A noite cai repentinamente, como soe acontecer nos trópicos. Noite escura, sem lua, propícia para ações furtivas. Tarzan, que aproveitara as horas de vigília para repousar e se preparar para missão que se impusera, estica os membros e prepara-se para a ação.

Antes de tudo, vou libertar aqueles dois abelhudos.

Ao saltar da árvore, dentro do acampamento, é atacado por três ferozes mastins, que correm em sua direção. Três flechas, disparadas numa seqüência velocíssima, eliminam os selvagens animais antes que possam fazer qualquer ruído denunciador da presença de Tarzan.

Célere mas cuidadoso, silenciosamente o Homem-Macaco corre por entre as construções, evitando os focos de luz. Procura sentir o odor dos corpos do fotógrafo e do repórter.

Não foi difícil. Confiados em seus mecanismos eletrônicos de segurança, descuidam da vigilância pessoal. Tarzan sabe como iludir as lentes das câmaras e passa sem ser notado pelo esquema de vigia eletrônico.

São muito confiantes nessa parafernália de cercas elétricas, câmeras e cães – pensa Tarzan, que surpreende os dois jornalistas ao abrir a porta da cela onde estão presos.

— Shhhh! — Cochichando, determina: — Vamos sair sem barulho.

— Temos de pegar nosso material — sussurra Martini, que indica, no corredor, uma porta fechada.

Tarzan, com destreza e ajuda de grampos, abre a porta. Martini e Roulien apossam-se de suas bolsas, com máquinas, computador e outros pertences. Saindo do edifício acompanham Tarzan no mais absoluto silêncio, por caminhos entre as construções.

Fora do âmbito da vigilância, num local escuro, Tarzan revela aos dois as coordenadas de sua ação.

— Com bandidos dessa espécie, só tem um jeito. É acabar de vez com a mineradora. Vamos dinamitar a represa.

Os dois repórteres entreolham-se, assustados. Mas não titubeiam em acompanhar Tarzan, que caminha nas sombras, rumo a um galpão maior.

— Ali é o paiol de explosivos e munições. Vamos pegar o que precisamos. — determina Tarzan.

Ao entrarem, Roulien cochicha par a Martini:

— Aqui tem explosivo pra dinamitar metade da África

— Shssss. Vocês sabem trabalhar com explosivos? — Pergunta Tarzan. Ambos balançam a cabeça, afirmativamente. — Então peguem essas bananas de dinamite e esses fios.

Os três homens enchem suas bolsas, tudo muito silenciosamente.

— Vamos trabalhar separados. — Tarzan determina, com precisão. — Vocês vão para o lado esquerdo da represa, vou pelo lado direito. Vamos colocar explosivos espaçados a cinqüenta metros de distância, ao longo da represa. Vou começar do meio da represa para a direita, de forma que quando vocês chegarem onde comecei, façam a ligação. Estarei, então na margem, com o detonador. Fujam para o topo da colina. Dentro de uma hora, acionarei o detonador e a represa vai explodir. Vamos acertar os relógios. A explosão vai ser às cinco horas. Então, estejam bem longe daqui.

Tarzan corre nas sombras proporcionadas pelo elevado dique. Roulien e Martini se põem a trabalhar com segurança e cuidado.

Pela fímbria do horizonte já se nota um ligeiro alvorecer quando os jornalistas, serviço acabado, tingem o topo de uma colina a montante da represa. Tarzan se encontra na floresta, seu elemento natural, aguardando a hora marcada para detonar.

A explosão será suficiente para destruir a represa e as instalações de mineração, que ficam abaixo. — Tarzan checa o plano. — Os galpões residências nada sofrerão.

O estrondo da explosão acordou os trabalhadores da mineração. Correram assustados, vestidos de pijamas ou sumários shorts, a tempo de observarem o enorme aluvião jorrando pelas imensas frestas na represa. Logo, a força da água arrastou tudo: a própria represa veio abaixo em blocos, e as instalações abaixo, atingidas, foram destruídas. O arrastão de água, lama, blocos de construções e da represa era irresistível. Por onde passava, no antigo leito do rio, tudo destruía.

Os trabalhadores, mais do que surpresos, assustados com a explosão e com a água despejando-se aos borbotões, correram rumo às partes mais elevadas. Não sabiam que a catástrofe não atingiria seus alojamentos, mas procuraram se safar, correndo para os barrancos mais altos. No pandemônio que se seguiu, até mesmo os ferozes cães vigilantes perderam a sua ferocidade, e instintivamente correram para o abrigo de terras mais elevadas.

De onde estão os jornalistas podem ouvir o barulho de máquinas e veículos entrechocando-se, o esboroar das frágeis construções. Lâminas de zinco, coberturas dos barracões, voam por sobre a água. Até mesmo a grade de arame, que circula toda a região do garimpo, é arrastada, juntamente com os moirões de metal e cimento.

Por alguns minutos, a força da água se fez sentir. Depois, amainado, o rio assumiu o seu corso normal. No terreno arrasado nada ficou de pé: armazéns, instalações, máquinas, tudo foi levado de roldão. Do garimpo e da represa não se nota o menor sinal.

Apenas a aluvião de cascalho que forma agora as margens do rio denunciam a existência anterior de atividade mineradora. O terreno aplainado virou um lodaçal sem fim.

Tarzan subiu à colina onde os jornalistas se escondiam Encontrou-os agitados. Martini usava suas câmeras digitais e filmadoras de última geração para registrar tudo. Seu equipamento permitia que filmagens e fotos fossem feias sob as mais severas condições, inclusive na escuridão da noite. Roulien digitava seu computador portátil com sofreguidão, sem para nem para conversar.

— Tenho certeza de que abandonarão a região. — Tarzan comentou com os dois “ajudantes” na dinamitação — Não Irão prosseguir nas suas atividades. Eu mesmo vou ficar atento a qualquer novidade nessa região.

No percurso de volta não houve censura nem recriminações de Tarzan aos dois repórteres que haviam desobedecido suas ordens de permanecerem no acampamento. O susto que haviam passado já era o suficiente para puni-los. Além do mais, conseguiram uma excelente reportagem.

Tanto os wasiris quanto o emissário dos bentusis estavam curiosos, pois ouviram o barulho da explosão ao raiar do dia. Mas nenhum dos três participantes da ação revelou qualquer coisa. O mistério e o segredo de suas atividades era uma particularidade de Tarzan, respeitada por todos os que o conheciam.

— O problema da represa está definitivamente resolvido. — Informou a Conanago, sem entrar em detalhes. — De agora em diante, podem ficar tranqüilos em suas vilas. Diga ao ilustre chefe Bonanga, seu pai, que seu povo pode explorar a mina de diamantes, da qual vocês, os bentusis, são os legítimos donos.

ANTONIO GOBBO =

BELO HORIZONTE, 16/JULHO/2004

CONTO # 292 DA SÉRIE MILISTÓRIAS

Antonio Roque Gobbo
Enviado por Antonio Roque Gobbo em 12/07/2014
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