Pé na estrada

Um abençoado domingo dia 04 de agosto de 2014, dia de treino.

Faço parte de uma Equipe de Corredores de Valença é para mim a maior alegria que estou vivendo. Nossa Equipe se reúne nas manhãs de domingo nos encontramos no jardim em frente a Igreja Nossa Senhora da Glória padroeira de nossa linda cidade de Valença RJ. Com percurso já definido saímos para fazer o que amamos correr. Estava bem disposta e feliz.

Pé na estrada e saímos para nossa correria, trechos de asfalto e uns minutinhos já estávamos na estrada, um lugar lindo com paisagens surpreendentes nunca havia estado ali, e nem imaginava correr e ainda mais acompanhada da nossa Equipe de corredores de Valença.

A sensação era de liberdade como um pássaro livre voando entre aquelas árvores. Eu e mais dois corredores ficamos para trás diminuindo as passadas quando de repente todos os outros da equipe voltaram correndo. Levamos o maior susto achando que era boi na estrada ou abelhas. Que nada eles voltaram para nos buscar e irem todos no mesmo ritmo.

Ufá! Foi um alívio mais dali em diante começavam nossas risadas. Fizeram umas duas vezes e num determinado trecho eu e duas amigas saímos correndo disparadas para ficarmos na frente, comissão de frente. Ali combinamos para ninguém passar. E assim foi o papo, risadas, conversas aquela animação. Chegando ao destino marcado todos da equipe pararam em frente a uma linda fazenda, mas o caminho estava fechado, antigamente tinha passagem e foi fechado não podendo mais passar o que nos restava era voltar e seguir por onde começamos, alguns dos amigos corredores teve a brilhante ideia de entrar mesmo assim, a única passagem era pela cerca que tinha uma enorme árvore de espinhos , passamos todos e começamos a correr só que ao invés de ir pelo lado direito da estrada entramos pela esquerda e quando nos deparamos com quatro cachorros enormes estavam mais ou menos uns dez metros e vi minha amiga voltar correndo e mais alguns corredores foi aquele desespero não sabíamos se continuávamos ou voltávamos. Dei-me conta que tínhamos invadido a propriedade o que fazer, nada, só o medo dos cachorros me atingiu e acho que a todos. Erramos não foi legal, mas já estávamos dentro da fazenda a nossa sorte que veio alguém para segurar os cachorros.

Levamos aquela bronca merecida, não dava mais para voltar então o dono mandou todos prosseguirem e ainda com medo dos cachorros, minhas pernas não respondiam meu coração acelerou e minha consciência pesou. Não sei como os outros reagiram só sei que fiquei mal. Passando esse sufoco mais adiante paisagens lindas um ar puro e que fazenda linda! No meio da estrada muitas casinhas e uma delas chamou atenção tinha na varanda mais ou menos uns dez cachorros , pensei:

_ Acabamos de passar um sufoco meu Deus e agora. Minha sorte e da equipe que todos os cachorros estavam presos dentro do quintal.

Seguimos em frente correndo, estava um calor e minha água estava no final e meu amigo Paulo que veio de outra cidade prestigiar e correr com a equipe gentilmente me ofereceu sua garrafa com água. Tentei abrir e não estava conseguindo, nem pensei coloquei a boca e puxei com o dente a tampa.

Um clique, achei que tinha quebrado a garrafa, quando me deparei e colocando a mão na boca nem tinha acreditado, meu dente quebrou , caiu bem na minha mão.

O pânico subiu pelas minhas pernas e corpo e cabeça. O que iria fazer? Nada, nada e nada no meio da estrada, não tinham nada para fazer, parei por uns instantes lembrei-me do acidente que meu pai havia sofrido de moto e ainda no hospital com a bacia fraturada, com os ligamentos do braço sem movimentos já se recuperando aí pensei o que era um dente apenas um dente que tinha solução só naquele instante tinha que seguir e contar para todos.

Quando souberam que meu dente havia quebrado aí foi àquela diversão e não podendo rir e eles me contando histórias de outras pessoas família e amigos que haviam quebrado o dente isso acontece e a piada ficou boa, até de caipira queriam me fantasiar, e no meio daquela estrada em plena roça seria uma boa me vestir de caipira , bolinhas no rosto e com o dente quebrado e eu não podendo rir. Se fosse outra época de adolescência eu morreria de vergonha ou acabaria em choro ou com raiva e não ia levar nada na sacanagem, mas hoje como disse a um amigo tenho que ter leveza e passar por todo as dificuldades aprendendo que não se abre garrafa com dente e não se entra propriedade dos outros.

Sempre que terminamos nossos treinos com a equipe Corredores de Valença comemos rapadura e meu amigo Tião fez um grande favor de guardar para mim um enorme pedaço da rapadura só para me deixar feliz , mais aceitei com bom grado e levando tudo na esportiva.

Levar na esportiva, ainda bem que o esporte sempre anda, corre e caminha comigo e com essa grande equipe.

Quando as dificuldades chegar nos faz encarar de frente e serve como aprendizado. Tirar proveito para rir e também viver.

A minha preocupação maior e de todos da equipe foi que realmente erramos em entrar naquela linda fazenda e passar correndo fico imaginando se não tivesse ninguém lá para segurar os cachorros que eram enormes, mais com certeza no final pedimos desculpas aos donos e seguimos com nossa correria, e eu com meu dente quebrado não desanimei não continuei correndo vivendo e aprendendo. Para muitos pode ser uma história comum que acontece mais para mim e nossa Equipe de Corredores de Valença será a nossa história.

Pé na estrada amigos, pois temos muitas e muitas corridas pela frente...

Uma bela lembrança e agradecimentos a todos meus amigos da Equipe Corredores de Valença.

Andréia Sineiro

Valença RJ 06/08/2014.

Andréia Sineiro
Enviado por Andréia Sineiro em 06/08/2014
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