376-A PRINCESA IMORTAL-3a. Parte

Milton não podia esconder sua admiração e afeição pela princesa. Se o mistério de sua presença ali no meio dos Maias era um enigma de impossível solução, a presença da moça contribuía para fazê-lo esquecer de tudo o mais. A moça era de uma beleza única, e sua candura, a singeleza com que o tratava, o cativava cada vez mais.

Embora soubesse da grave situação em que se encontrava, pois fora praticamente incumbido de curar os doentes, ainda não tinha exata noção das dificuldades que iria enfrentar como curandeiro nomeado pelo imperador,

Da sala de refeições passaram para um recinto menor, onde eram feitas abluções: os comensais se limpavam após a refeição, lavando as mãos, o rosto e bochechando, servindo-se de água cristalina e fresca, colocada em bacias, renovada por serviçais após o uso de cada pessoa. Assim, foi com prazer que Milton aproveitou para lavar, além do rosto, os braços e, tirando a camisa, o os braços, antebraços e tórax.

A princesa achou graça da desenvoltura, e admirou o corpo seminu do médico, claro, glabro, em contrate com a sua própria pele. Não teve acanhamento em passar as mãos pelos ombros ainda molhados. Milton sentiu um frêmito ao sentir os delicados dedos femininos perpassando pelo seu corpo.

Saciado e limpo, estava quase alegre ao acompanhar a princesa pelos corredores extensos do palácio. Sim, sem dúvida, era o palácio do rei, ou melhor, do Grande Sacerdote, enfim, do pai da princesa que o guiava. Estava até achando natural a situação.Sempre que se lhe deparava uma situação interessante, usava sua câmara,

— Imagino a cara dos meus colegas, quando lhes contar esta minha aventura...ou sonho!

O que jamais poderia sonhar ou imaginar era a cena que se lhe deparou a seguir.

Chegaram a um vasto recinto circular, coberto parcialmente, com abertura central redonda que permitia entrar claridade e o calor do sol. Ao longo das paredes, dezenas de leitos rústicos, ocupados por outros tantos indivíduos, homens e mulheres (logo percebeu) que gemiam, choravam ou, em muitos catres, permaneciam quietos.

Os leitos eram feitos de paus rusticamente aparelhados, os estrados eram de taquaras sobre as quais estendiam-se esteiras flexíveis ou peles curtidas. Entre os leitos, diversas pessoas iam e vinham. Milton notou que eram os serviçais, os enfermeiros, ajudando a uns, carregando outros — evidentemente mortos — e chegando com novos pacientes. À cena tétrica agregavam-se os gemidos e as lamentações.

O local lembrou ao doutor as enfermarias do hospital de Malpeche e de outras cidades do México, onde a peste causava milhares de internamentos de vítimas e matava quase todas.

Ao centro, de pé sobre um pequeno pódio, um homem com vestes de sacerdote ou mago, examinava todos os doentes que chegavam e os mortos que eram levados para fora do recinto.

— Aqui estão os doentes da Praga Misteriosa. — A moça se comunicou com o médico. Levando-o até homem no pódio, informou:

— Este é o Sábio da Saúde. Ele é quem dirige a Casa dos que estão perto da morte.

Ela falou com o Sábio da Saúde na linguagem de stacatos. O homem olhou para Milton como que o examinando, avaliando-o, com olhar de orgulho e desprezo.

— O homem não gosta de mim. Sinto de longe.

O Sábio falou com a princesa, que por sua vez, comunicou-se com Milton:

— Ele pergunta se você tem mágica de cura para a Peste Misteriosa.

— Como posso saber, sem pelo menos examinar os doentes?

Após nova conversa com o Sábio, ela diz:

— Você pode ver os doentes. Mas tem de dizer ao sábio o segredo da cura — se

você souber.

O doutor documenta tudo com sua câmara. O Sábio da Saúde se assusta com eventuais flashes da máquina.

Milton acerca-se de um dos catres, daquele que está mais próximo. Ajoelhando-se ao lado do doente, observa inicialmente as feições do paciente, que geme sem cessar, batendo a cabeça de um lado para o outro.

— Sim...tem o mesmo aspecto dos doentes de Chatumal! Essas manchas escuras...o tremor incessante...e deve estar sentido tremenda dor de cabeça, para bater assim, sem cessar.

Verifica um segundo e um terceiro caso. Todos se apresentam com os mesmos sintomas.

— Agora tenho certeza de que a peste tem sua origem aqui. E talvez seja devido a isto, a esta origem, que a grande maioria das vítimas sejam descendentes dos Maias.

Procura a princesa, que conversa com o Sábio da Saúde. Ela se aproxima de Milton, atendendo ao seu simples olhar.

— Quero saber onde sentem dores. — ele pergunta.

— Na cabeça. Muita dor. — ela responde. — E também nas pernas, nos pés.

Milton olha para os pés do paciente. Inchados, os dedos parecem que vão estourar a pele luzidia. Vê marcas de picadas de inseto nos pés e pelas canelas. Passa as mãos sobre as partes inchadas e picadas. O doente grita de dor.

— Picadas de insetos. Eis a causa da doença. Insetos que transmitem a doença.

— Insetos? — a moça indaga.

— Sim, pequenos animais. Tão pequenos que são difíceis de serem vistos.

Acostumado, de longa data, com doenças tropicais e perito em descobrir as causas, em poucos momentos do doutor constata que as mordidas são de aracnídeos. Aranhas. Aranhas ou...carrapatos!

Entardecia quando o doutor e a princesa deixaram o salão dos doentes. As sombras alongavam as formas da grande pirâmide central e dos outros edifícios ao seu redor. Sempre guiado por ela, subiu ao topo da pirâmide. A visão que se lhe apresentava era impressionante. Ao redor da pirâmide, a cidade dos Maias se estendia por uma grande extensão. Todas as construções de pedra, erguidas em simetria e harmonia perfeitas. As ruas, calçadas, eram retas. O conjunto era um raro exemplo de planejamento arquitetônico. Não se viam indícios de edifícios ainda em construção. Parecia que tudo fora erguido de uma só vez.

— Se eu fosse arquiteto, iria ter muito boas idéias aqui. — pensou o médico.

A cidade, que não era muito grande e tinha forma de um quadrado, terminava onde começava a floresta. Que se estendia a perder de vista, em todas as direções.Milton não viu qualquer área destinada à agricultura ou a pastagens.

Da base da pirâmide saia uma larga calçada que terminava em um lago de águas escuras. Milton lembrou-se das explicações do doutor Carson: era o Poço do Sacrifício, um profundo lago onde eram lançados vivos homens, mulheres e crianças, bem como objetos preciosos, para apaziguar os deuses em épocas de secas, doenças e outras desgraças. Agora, podia ver uma longa fila de pessoas carregando volumosos objetos, caminhando na direção Lago. As sombras já obliteravam o cortejo. Milton se comunica com a princesa:

— Que fazem aqueles homens lá em baixo?

— São os encarregados de depositarem os mortos no Lago Negro. Todas as tardes os que morreram na sala do Grande Sábio e na cidade são levados para o Lago. Nas suas águas têm o descanso para sempre.

Voltou sua atenção para o topo da pirâmide, onde se erguia um templo destinado ao deus dos Maias, Hunab-kux. Quadrado, com vinte metros de cada lado, a imensa edificação tinha as paredes totalmente cobertas por esculturas em baixo relevo, feitas na pedra, representando o deus em diversas situações e cenas da vida o povo maia. A torre central do templo elevava-se por uns trinta metros.

Surpreso pela magnificência do conjunto, Milton acompanhou a princesa, que o convidava, com gestos, a entrar no templo. Através de uma abertura sem portas, penetraram no recinto mais sagrado da pirâmide: o altar do sacrifício.

Viu nas lajes do altar e no chão, manchas escuras cor de ferrugem. Firmando a vista e passando os dedos sobre as manchas, teve uma terrível constatação.

— Sangue! É aqui o verdadeiro local dos sacrifícios humanos que os Maias faziam ao seu deus-sol.

Procurou a princesa, que estava subindo uma escada de pedras, no interior do templo. Subiu também, e chegou no topo, passando por uma abertura em forma de alçapão. O que viu deixou-o deslumbrado.

A Princesa Kalax-Mlpec-Petel estava de pé sobre pedras colocadas em forma de altar, os braços erguidos, as mãos espalmadas, recebendo no corpo, no rosto e nas palmas das mãos, os últimos raios do sol poente. Imóvel, era uma estátua de ouro refulgente e viva. Aproximando-se lentamente, ele percebeu que a moça, de olhos fechados, movimentava os lábios. Estaria rezando, fazendo alguma prece ao seu deus, o sol, por eles chamado de Hunab-Kux?

Milton foi alojado em um quarto simples, com cama de pedra forrado com colchão de palhas de milho; cobertas de peles curtidas, bem macias, que proporcionavam calor suficiente. O quarto não tinha porta (como, aliás, não vira em nenhum local). Apenas uma abertura de acesso. A janela também era aberta e o frio da madrugada passava livremente pelo recinto. Teve um sono repousante, pois estava realmente cansado.

No dia seguinte e nos demais dias, estabeleceu-se uma rotina. De manhã, após a refeição farta no salão apropriado do Palácio do Grande Sacerdote, Milton era levado pela princesa ao recinto dos enfermos. Depois de muita “conversa” entre ele e o Sábio da Saúde — na verdade, o diretor do hospital — intermediada pela princesa de dotes telepáticos, o doutor conseguiu organizar os conhecimentos sobre a peste.

Usando esferográfica e papel (que sempre carregava em seus bolsos), relacionou os seguintes itens:

1. Sintomas: forte dor de cabeça, mal estar geral e diarréia.

2. Evolução: aparecimento de manchas escuras (hematomas?) por todo o corpo

3. Morte: ocorre em quase todos os casos, em dois ou três dias. Apenas dois indivíduos doentes estão há mais de uma semana no hospital, e apresentam casos de cura.

4. Causa aparente: mordidas de inseto, talvez um aracnídeo. As picadas se assemelham às de minúsculo carrapato.

5. Terapia: o Sábio da Saúde ministra uma infusão de ervas, que parece cortar a diarréia e minimizar as dores de cabeça e pelo corpo, mas sem efeito aparente sobre as manchas/hematomas.

6. Segredo: o “diretor do hospital” mantém secreta a formula da poção. Também não permite a entrada de quem quer que seja na sala onde manipula as ervas.

Milton tinha certeza de que sábio não gostava dele, um estranho curandeiro, uma ameaça à sua autoridade. Todavia, sem aparelhagem necessária e outros recursos que se tornam necessários, constata que nada pode fazer. Não teve como comprovar que a doença adviria da mordida de aranhas ou carrapatos.Mas achava até graça quando assustava o Sábio com os flashes de sua pequena câmara fotográfica.

Da convivência diária com a Princesa, acostumou-se coma comunicação telepática e pode desenvolver com ela uma troca de pensamentos de nível bastante elevado. Pelo que conseguiu apurar, a Princesa era imortal. Ou coisa assim. Seu espírito ou sua alma “passava” por gerações e ela tinha conhecimentos que ninguém mais naquela civilização possuía.

— Sinto um grande peso, uma responsabilidade muito grande. — Ela confidenciou-lhe.

Em um desses diálogos telepáticos, o assunto foi desenvolvido até chegarem ao mistério da viagem do médico ao passado, ao tempo exato da eclosão da doença entre os maias, em conexão com a peste no tempo futuro.

— Você não veio de outro tempo. Você veio de outra dimensão. Quando passamos de uma dimensão para outra, ocorre uma disparidade entre uma época e outra, por isso pensa-se em viagem pelo tempo, enquanto o que acontece é a passagem entre dimensões diferentes.

— Mas como você consegue passar através das dimensões?

— É um segredo que só eu sei. Por isso, sou imortal. Não tenho consciência de quando recebi este poder, este conhecimento.

Milton pensou em reencarnação. Felizmente, a princesa não captou seu pensamento. Entretanto, após cada troca telepática de idéias, crescia na mente do doutor a certeza de que a princesa era a verdadeira guardiã da ciência, da história e dos costumes de seu povo.

Em outra situação, quando andavam dentro da mata, ela aproximou-se de uma planta que se alastrava sobre os troncos das árvores, uma trepadeira de folhas espessas e flores maravilhosas.

— É o maracujá. — Exclamou o doutor, alegre ao reconhecer a planta.

— É uma planta venenosa. Não é o que você está pensando. Mas é nesta planta que está a cura para os doentes. — Enquanto transmitia esses conhecimentos ao doutor, ela foi arrancando alguns galhos, que vieram com folhas, flores e até frutos. — Leve isto e procure descobrir o poder de cura.

O médico pegou o feixe de galhos, que levou consigo.

— Infelizmente aqui não tenho como analisar a planta. Mas quando voltar

A princesa sorriu para ele, transmitindo-lhe um pensamento: Tenho certeza de que você encontrará a cura.

No quinto dia de sua estadia no local, foi levado, pela princesa, ao palácio do Grande Sacerdote. No topo da escadaria, ao lado do trono, estava o Sábio da Saúde.

Seguiu-se uma inquirição, através da princesa, em que Milton colocou suas conclusões e a sua impotência em tratar dos doentes, sem os recursos com que estava acostumado. Suas respostas eram constantemente interrompidas pelo Sábio da Saúde, que o olhava com rancor e suspeita.

Ao final da sessão, o Grande Sacerdote levanta-se e emite uma algaravia em voz de comando. A princesa emitiu um grito, enquanto se comunica com Milton:

— Fuja, fuja. Eles vão te prender.

Não houve tempo para qualquer reação. Imediatamente, quatro homens que se postavam ao pé da escadaria, como guardas, acercaram-se de Milton e o prenderam com possantes manoplas. A moça tentou interpor-se entre Milton e os guardas, mas foi afastada com violência. Cordas foram passadas pelo seu corpo, imobilizando seus braços. Deu pontapés que atingiram as canelas de dois ou três guardas, mas estes mantiveram o prisioneiro. A uma nova ordem do Grande Sacerdote, Milton foi arrastado para fora do salão até um quarto bem distante. A princesa tentou seguí-lo, mas foi impedida por outros guardas.

Milton passou o resto do dia no quarto-prisão. Os pés foram amarrados e a corda, atada a uma espécie de ferrolho, firmemente preso à parede. Totalmente imobilizado, deitado no chão, assim foi encontrado no dia seguinte, por outros guardas. Desamarraram seus pés, levantaram-no e o obrigaram a caminhar pelo longo corredor. A luz da manhã ofuscou seus olhos, e quando se deu conta, estava ao pé da pirâmide. Puxado por outros homens, em vestes sacerdotais, que o mantinham preso pela corda, foi obrigado a subir os íngremes degraus da construção. Por um estranho espírito de organização, contou os degraus: 365.

— Um para cada dia do ano!. Mas isto não é só uma pirâmide, é um calendário! — pensou.

Chegou ao topo esfalfado. Lá, no pequeno platô, estava o Grande Sacerdote, a princesa (em trajes magníficos) e diversas pessoas, todas mostrando dignidade e autoridade.

Milton tinha conhecimento do seu destino. Enquanto subia os degraus, ia rememorando os lances de sua inexplicável aventura e chegando às conclusões.

— Não sei como vim parar neste lugar, mas está tudo relacionado com esta princesa. Ela não é culpada, até que tentou me avisar. O Doutor Carson disse que ela seria salvadora de seu povo, segundo a lenda dos Maias. Agora, de certo vão me matar, fazendo um sacrifício ao seu deus. Eles talvez pensem que, me sacrificando, irão aplacar a ira do deus.

Sempre amarrado, Milton é colocado sobre a pedra manchada de sangue. O sol está quente, quase a pino, queimando-lhe a pele esfolada pelas cordas. Começa a suar, lembrando-se dos detalhes do sacrifício dos Maias. O professor Carson lhe dissera que arrancavam o coração do sacrificado ainda com vida.

Gira a cabeça o quanto pode e vê a princesa.

— Ela está maravilhosa! E pensar que, em algum momento, estive quase gostando dela!

A moça capta seus pensamentos. E responde.

— Fique calmo, vou levar você de volta à sua gente. Também gosto de você, mas jamais poderia acompanhá-lo nesta longa viagem.

— O que está tentando me dizer? Longa viagem? Pensa que meu sacrifício me levará de volta ao meu tempo?

O Grande Sacerdote inicia uma longa oração, expressa em gritos, braços levantados na direção do sol e gestos cujo significado escapa à compreensão de Milton, amarrado à ara do sacrifício. Finalizando a arenga, o Grande Sacerdote aponta para a filha. Esta se encaminha lentamente na direção da pedra do altar. Milton vê, aterrorizado, que ela trás em sua mão direita uma adaga ou punhal de pedra, pontiagudo, e, aparentemente muito afiado.

— Mas...é ela quem vai me sacrificar!

A mulher se aproxima lentamente. Seus pensamentos, captados pela mente de Milton, são de calma, de tranqüilidade, que tenta transmitir ao desesperado doutor. Quando está à distância apropriada para fazer o sacrifício, rente à pedra, levanta a faca do sacrifício, ao mesmo tempo em que ordena a Milton.

— Fica quieto e me obedeça em tudo.

Num lance estudado, desce a faca com rapidez, na direção do peito de Milton, que emite um grito. Mas a faca passa rente ao seu corpo, e atinge as cordas, cortando-as com uma perícia incrível. Milton sente as cordas afrouxarem e imediatamente usa suas mãos livres para se desembaraçar dos liames.

— Siga-me! Depressa!

Ela corre, sempre com a faca na mão, na direção oposta onde estão o Grande Sacerdote e seus acompanhantes ritualistas. Estes estão paralisados pela surpresa. Ela desce alguns degraus da pirâmide, olha para trás, a ver se o homem a acompanha. Ele está próximo dela, também descendo celeremente.

Do topo da pirâmide, o Grande Sacerdote grita o que parece ser uma ordem. Os guardas postados na base da pirâmide são alertados, porém, não podem subir os sagrados degraus da pirâmide nem podem prender a princesa, a sacerdotisa do deus Hunabku.

Os dois descem as escadas, contornando a pirâmide. Milton se perguntava como iriam atravessar o cordão humano de guardas postados ao redor da base da pirâmide. Ao chegarem a uns vinte degraus da base a princesa se detém repentinamente. Passa a mão esquerda sobre um degrau. Procura alguma coisa. Seus dedos encontram uma pequena saliência, em forma de alavanca, que ela empurra para dentro da pedra.

Imediatamente uma fresta aparece. O sólido degrau vai girando, expondo uma abertura. A princesa não espera, entra, com seu corpo esguio, pela abertura, ao mesmo tempo em que comanda ao companheiro.

— Depressa. Por aqui estaremos salvos.

Antonio Roque Gobbo
Enviado por Antonio Roque Gobbo em 22/08/2014
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