BININDITO GORONANTE E O CANDIDATO NA IGREJA

Naquele domingo a tarde, ele disse a mulher e aos filhos :-Oia la hem scriança, hoje tem ingreja i euo to percisano muntu fala cum Deus. hoje eu num queru sabe di zum zum zum na ingreja não, sinao oceis vai ve quano chega in casa di noiti.

Biinindito Goronante estava com um problema de saúde e disse a família que ia pedir a Deus que o curasse, como o pastor dizia, Tudo e possível ao que cre e ele acreditava, além disso ia pedir ao pastor que orasse por ele.

O que ele não sabia era que naquele domingo, um candidato a vereador do bairro, estaria presente e ia participar do culto para pedir votos a possiveis eleitores.

La na igreja ele notou que o pastor estava cheio de salameleques com o ilustre convidado que ocupava uma cadeira no púlpito.

Binindito cochichou com a família que estava sentada a seu lado: _Gozado,esse caboco, nem e crenti i agora ta la no purpito, quinem genti grandi.

A mulher retruca:

_Uai homi, num e qui eli e otoridadi?

_Otoridadi us cambal,eli inda num ganho a inleiçao uai?

Dai a pouco, um dos diácono se aproxima e abaixando a voz pede silencio.

O louvor termina e o pastor passa a palavra ao candidato que cumprimentando os presentes saudá a igreja:

Imediatamente inicia um discurso,como se estivesse em um palanque. Invocado, o caipira reclama em voz baixa:

_Eita qui u homi num para di fala euo já to inte ficanu surdu i disacursuado._

Silencio, fala o diácono que estava sentado perto e de prontidão,por ordem do pastor.

Binindito reclama:

Uai, euo cunheçu eli i eli nunca qui veiu aqui na nossa igreja.

Danou se agora e qui u pasto num vai mi ora e nunca, u homi num para di fala uai .

Muito invocado,Binindito se levanta chama a família e sai.

Na porta, umas moças lhe entregam uns santinhos e ele muito irritado sai sem dizer nada, puxando a mulher e os filhos pela mão. _Eita qui nunca mais vorto nesta igreja.