567-3-ENCONTRO COM NUMA, O LEÃO-Tarzan e os Homens-Morcegos-8a. parte

Conto inspirado nas Aventuras de TARZAN, personagem criado por Edgar Rice Burroughs(1885-1950) a quem presto minha homenagem.

8 – Encontro com Numa, o leão

Usando a corda feira de couro trançado, Tarzan desceu pelo paredão vertical e com raros ressaltos onde apoiar os pés, amarrar a corda e segurar-se com as mãos. A habilidade do homem-macaco para galgar montanhas e descer penhascos é incomparável a qualquer outro homem, o que não evita de alguns arranhões, aos quais Tarzan deu pouca importância.

Ao chegar ao pé da “torre”, Tarzan iniciou a travessia do vale, à procura da torre ou da caverna onde Susana estaria prisioneira dos homens-morcegos. Naquele local do vale as pedras e os picos baixos formavam um verdadeiro labirinto de passagens e esconderijos. O chão éra áspero e quase não hávia vegetação. Apenas alguns arbustos raquíticos e tufos de capim seco nas frestas das pedras.

=Os homens-morcegos têm de plainar sempre para lugares mais baixo do que os picos da torres. Eles conseguem voar com muita dificuldade, com aquelas estranhas armaçõe...aquelas asas...amarradas no braços, costas e pés. = Tarzan pensa, enquanto passa por ravinas e estreitos. = Não vai ser fácil descobrir a pistas. Sentirei o seu cheiro de longe, pois os bichos fedem demais.

Mas não é o cheiro do homens-morcegos que Tarzan sentiu.

=Hummm...sinto o cheiro de Numa. E de sangue fresco. Ele deve estar banqueteando-se com alguma caça.

A manhã já ia alta e Tarzan sentiu o apetite aguçado com o cheiro de carne fresca. Caminhou com cuidado na direção do odor, e após algumas centenas de metros, escondido atrás de uma enorme pedra, viu o leão se fartando com o corpo de Paco, a zebra, que havia acabado de caçar e arrastado para aquele lugar escondido.

=Lá está Numa...do outro lado da pedra... e que banquete está tendo.

Tarzan preparou uma flecha em seu arco. Numa, mesmo com a cabeça baixa, devorando as melhores partes, notou a aproximação do homem branco, e o recebeu com um urro. A resposta de Tarzan foi instintiva. Respondeu ao urro leonino com outro urro, muito mais forte e potente.

O leão sentiu o desafio. Levantou a cabeça, os focinho sangrando e os dentes ainda com fiapos da carne da zebra. Por alguns instantes, urrou de novo, diversas vezes, e Tarzan respondeu, sempre aumentando um pouco a intensidade e a altura de seus roncos.

Diante de tão estranha criatura, que andava como homem mas que urrava como leão, a coragem de Numa esmoreceuou= e com derradeiro urro de medo e de raiva, a fera se afasta, abandonando a presa para o corajoso recém-chegado. Tarzan agachou-se e retirando da bainha a faca de caça, cortou um bom naco da carne e, como qualquer animal carnívoro da selva, se pôs tranquilamente a devorar ainda sangrando, o suculento alimento.

continua

Antonio Roque Gobbo

Conto # 567 da Série 1.OOO HISTÓRIAS

Belo Horizonte, 7 de outubro de 2009.

Antonio Roque Gobbo
Enviado por Antonio Roque Gobbo em 09/12/2014
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