Viagem à Ilha Bouvet - Prólogo

Nota: Olá caros leitores. Se algum de vocês acompanha as minhas publicações, venho pedir desculpas pelo atraso imenso na publicação dos capítulos posteriores do conto "Canções de Guerra", publicado aqui no meu perfil. Eu perdi o arquivo com os textos e estou procurando-os para continuar as postagens. A la vante!

" 16 de Janeiro de 1999, Frankfurt - Alemanha.

Prazer, meu nome é Alexander von Schlaffen e sou um antropólogo e economista holandês naturalizado alemão. Venho por meio desta prosa detalhar um dos meus achados mais notórios. Em uma de minhas incontáveis reuniões, deparei-me com a possibilidade de visitar centros de pesquisa no extremo sul da América, há cerca de dois anos. O meu auxiliador Hans Fowller marcou então a viagem para o dia 30 de outubro de 1996, no dia do aniversário de minha enteada. Ela bem entendeu, e não se indignou com minha partida repentina ao Chile, tamanha importância poderia ser essa viagem para mim. Eu não imaginava ser tão impactante seu resultado em minha vida. Mas foi.

Em uma das minhas viagens à casa do chefe da pesquisa Oliver Bachmann, um simples comerciante me reconheceu na rua e, por admirador que só, convidastes-me para tomar uma xícara de café em sua casa. Restava-me algumas horas, e eu, viciado em cafeína, aceitei sua proposta. O que mais me intrigastes em minha passagem por esta simples casa fora a presença de um baú antigo e empoeirado no canto da escrivaninha, na sala. Se fosse qualquer outro, não duvidava que este simples comerciante ficasse enraivecido por me intrometer em seus móveis caseiros, mas, como nutria certa admiração por minha pessoa, Deus sabe como (deveria ser por minhas palestras dadas há anos na América do Sul, que foram televisionadas logo após a formação da CEI e dos blocos econômicos), tirou minha dúvida sobre aquele estranho baú. É aí que começa a história meu caro leitor. Uma simples visita à casa de um comerciante se tornou numa das histórias mais comoventes de minha vida.

Não se preocupe, eu contarei o que tinha dentro do baú, tal qual foi o motivo do meu atraso de 5 horas à casa do chefe naquele dia. Um pergaminho. Um pergaminho enrolado da grossura de meu braço. Surpresa minha veio ao tentar, pelo estado do papel, datar aquele escrito. Nada mais que 30 anos. Surpreendi-me pelo fato que na década de 60 pessoas estarem usando pergaminhos, mas ainda estava insatisfeito por querer saber o conteúdo dele. Eu escrevo isso para vocês, um pouco mais de 2 anos do ocorrido, e lágrimas me escorrem ao ler seu conteúdo mais uma vez, visto que o comerciante me vendeu o pergaminho. Ainda hoje me toca a história do simples Juan, que não tinha nada a ganhar e mesmo assim seguiu com grande fervor seus desejos mais profundos. Descreverei a partir de então o conteúdo do pergaminho sem modificações ou exageros de minha parte, tal qual encontrei naquela manhã no Chile".

Leonardo Nali
Enviado por Leonardo Nali em 21/06/2016
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