The day that God sang

Vou contar uma pequena história, não é a história do fim do mundo, mas sim, como a raça humana se extinguiu, o dia no qual recebi mais almas do que podia contar. Voces me rotulam como uma criatura má, sem esperanças e expectativas, que se alimenta apenas da desgraça, sou tão humilde como a criatura mais antiga que já presenciou de tudo, poderia ser. Meu trabalho consiste apenas em acompanhar, guiar para algo além do que todos conhecem, por isso penso ser meu dever contar esta história.

Não começarei do princípio, de como a raça humana surgiu, este capitulo já foi lido, relido e muito comentado, por quem quer que esteja lendo. Começarei pelo fim.

Por todas as minhas coletas de almas e caminhadas despretensiosas, que consistiam apenas em observar essa criatura peculiar e espetacular, varias vezes me encantei por algumas almas que tive de levar, mas não deixou nada mais difícil, apenas o pensamento de que uma ou outra poderia mudar alguns percursos da humanidade. Sempre me vi incrédula com a capacidade de amor, compaixão, fé que as pessoas têm, porém o que levou ao fim de tudo foi o ódio, mágoa, abandono e incompreensão.

O planeta estava em seus extremos, os maiores já presenciados, haviam muitos representantes do povo, que não sabiam a necessidade de seu povo, mas queriam apenas benefícios próprios, representantes que não aceitavam as diversidades raciais, sexuais ou de crença. Guerras ainda eram travadas, guerras por território, por religiões diferentes, nestas guerras lutavam soldados que pensavam lutar por seu povo, mas ali eles apenas representavam medo. Nessas guerras morriam muitos inocentes que realmente poderiam fazer alguma diferença, nessas guerras, podiam dizer que apenas eu ganhava, mas não era reconfortante para mim.

Também neste mesmo planeta que sob este angulo anterior, tudo parecia medieval, haviam pessoas que lutavam pelos seus direitos e pelo dos outros, pessoas que escancaravam a verdade, tiravam as camadas de preconceito e mentira da sociedade, pessoas que lutavam por amor. Esta era uma guerra maior que a física existente em vários países, era uma guerra entre os que queriam apenas e nada mais que seus direitos como SERES HUMANOS, direito de amar e ser respeitado...valores que deveriam ser básicos, contra pessoas que não aceitavam as diferenças, muitas religiões eram deturpadas pelo preconceito e era isso que algumas disseminavam.

Então, com todos os motivos, físicos e químicos que envolviam o fim da Terra, motivos que se viessem a existir humanos novamente, os estudiosos poderiam explicar, Deus ( as forças da natureza, todos os sentimentos puros e impuros que compõem o homem) cantou para um fim do mundo, disse adeus à sua mais bela e espetacular criação, não a única. E tudo acabou em uma grande explosão, toda a superioridade que alguns pensavam que existia tinha ido embora, todos eram iguais agora, Como o inicio, o fim também foi estupendo, nada de dor ou gritos, tudo acabou de uma só vez...e sobrou apenas uma doce e suave melodia, na qual se escutava algumas palavras...

"Fare thee well oh honey, fare thee well".

Luiza Bruun
Enviado por Luiza Bruun em 03/10/2016
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