1026 - FAWCETT - HISTÓRIA E LENDA

A História do Coronel Fawcett é uma das mais fascinantes entre as aventuras de todos os exploradores. E misteriosa, também.

Achei por bem narrar aqui nas 1.OOO HISTÓRIAS/PLUS os últimos lances da vida deste aventureiro fantasioso. Isto porque permanece ainda envolto em mistério o seu desaparecimento, sem deixar vestígios, na densa e imensa Floresta Amazônica, ou Inferno Verde, nas palavras do escritor Alberto Rangel.

Esta narrativa se divide em duas partes principais: o que aconteceu nos últimos dias anteriores ao seu desaparecimento, documentado por cartas à sua esposa. Os capítulos de 1 a 9 são narrativas inspiradas nos fatos conhecidos

Os capítulos de 10 a 13 são resultado de pura fantasia de minha mente criativa, pois nunca, até os dias atuais, se soube o que realmente aconteceu ao Coronel Fawcett, o aventureiro Raleigh e o filho Jack.

Existe ainda um adendo á história incrível do experiente explorador Coronel Fawcett: a existência do presumível neto índio, filho de Jack e a índia Tin-Norá – cuja fuga está narrada no capítulo 8 “Amizade com os índios”.

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Em 1944, no remoto distrito de Simões Lopes, região de Paranatinga, no estado de Mato Grosso, foi socorrido um “índio branco”, tido como neto de um explorador inglês que havia passado na região há muitos anos. O tal índio, de nome Idulipê Cuicuru, tinha pele clara com sardas, cabelos aloirados e olhos azuis. Chegou ao Posto de Saúde Simões Lopes, mantido pelo Serviço de Proteção aos Índios (SPI, atualmente FUNAI) com pneumonia, em estado grave. Ao ter conhecimento do corrido, o médico-chefe da Inspetoria, residente em Cuiabá, foi buscar Idulipê e o acomodou em sua própria residência.

O estado de Idulipê era gravíssimo. Foi pedido à Legião Brasileira de Assistência (LBA) no Rio de Janeiro, o envio de penicilina, antibiótico de conhecimento recente. O medicamento chegou no dia seguinte. Entrementes, graças aos esforços do médico, Idulipê já estava fora de perigo quando chegou a penicilina. Recuperado, voltou à sua tribo.

Cinco anos depois, ou seja, em 19 de abril de 1959 há novo registro do aparecimento de Idulipê, desta feita na capital do estado, Cuiabá. Na madrugada daquele dia, o “índio branco” se desentendeu com um frequentador de um baile que se realizava no bairro próximo ao porto, na capital. Tanto Idulipê quanto o outro homem, um paraibano, estavam embriagados. O paraibano foi em casa buscar um punhal e voltou ao baile, que já tinha acabado. Mas Idulipê ainda estava por perto, próximo a uma ponte sobre o córrego da Prainha. Ainda sob os efeitos da cachaça. O paraibano, sapateiro de nome Orlando Alves da Silva, desfechou duas punhaladas mortais em Idulipê, que morreu instantaneamente. . Este foi o último fato conectado com a vida, as aventuras e a lenda do explorador britânico Coronel Percy Harrison Fawcett.

ANTONIO ROQUE GOBBO

Belo Horizonte, 25 de outubro de 2017.

Conto # 1026, da Série MILISTÓRIAS /PLUS

14º. Capítulo da Série O Coronel Fawcett

Antonio Roque Gobbo
Enviado por Antonio Roque Gobbo em 26/01/2018
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