Anjo

Abri a porta da gaiola dourada, e você voou ,tive medo de te perder, mas faz parte ,Sabia que seu voo, tinha sabor de liberdade e conhecimento, Contei os dias e você não voltava, Chovia e fazia sol, O inverno acabou e você não chegou ,E assim foi durante um tempo interminável. Já havia te esquecido , quando durante um passei te vi, caído e tenebroso, corri pra você, mas você me negou com um grunhido, de alguém perdido. Seu corpo outrora formoso agora mostravam estragos de orgias e perdição humana, seus olhos belos e claros como águas sadias, agora era um poço de sangre pisado, seus dentes de marfim, agora estava carcomido. Acheguei até e o envolvi em um abraço com os olhos cheios de lagrimas , não importava seus grunhidos e suas tentativas de me machucar , suportei suas mordidas e seus gestos de fúrias tentando escapar, até que seu grunhido mudou de tom, era mais um choro contido e num crescendo se transformou em apelos de ajudas de choros e suplicas ali nós dois enrodilhados no meio da floresta sentimos como que abençoados , quando uma tempestade cai sobres nós, era um chuva forte, mas doce, pude senti ela quente em meu corpo, olhei para aquele ser perdido e notei que, a chuva o estava purificando, seu corpo outrora feio e ressequido agora recobrava seu vigor seu olho de um vermelho de sangre voltou a ser claro, sua asa desgastada e seca voltou a ser majestosa e sublime. De repente seus olhos se esbranquiçou, sua pele tornou-se seca e dura, eu em meu desespero abracei com força, mas ali diante meus olhos ele se desfez em cinzas escorrendo entre meus dedos, sem crer vi suas cinzas sendo levada pelas correntezas, ergui as mão para o céu em suplicas, mas eu como outros tolos não percebi a mutação daquela figura angelical, corri desesperado por não sei quanto tempo embaixo daquele temporal, depois de tanto chorar e correr cai desfalecido, fiquei não sei quanto tempo, acordei com o som de uma musica suave e deliciosa, senti alguém me acariciando os cabelos, abri os olhos, e lá estava ele meu anjo, em sua mais esplendorosa beleza, não saltei de espanto, apenas olhava para ele e sorria, aquela musica e o perfume do local me acalmava , levantei-me e olhei em volta, estava completamente nu, minha pele estava ora dourada, ora azulada, no céu azul um sol brando banhava um belo campo com flores azuis, borboletas brincava juntamente com o suave zumbido das abelhas, olhei para trás e vi o anjo acompanhado de outros, ele me olhou fez um gesto em minha direção e uma estrada de terra se abriu em minha frente, caminhei agora já vestindo uma túnica azul, pássaros brincavam comigo durante o trajeto, segui feliz e desapareci em meio a flores azuis.

Natal Cardoso
Enviado por Natal Cardoso em 20/04/2018
Código do texto: T6314333
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.