A PARTIDA

Naquela manhã o Major Faustino acordou apreensivo, pois era o dia da partida do menino para a Europa, a Naus do Capitão Henrique já deveria ter carregado e só estaria à espera do ilustre viajante, seu filho que iria estudar balé na capital Inglesa. Do alto da sua fortaleza, o Maj. via a Naus do Inglês, deveria ter umas cem braças pensava o Maj., que embarcação admirável, matutava o Maj. – Josefina, Josefina, gritava o Maj., acorda, está na hora da partida do menino, avexe que Gaulês não gosta de esperar, gaulês, Inglês, tudo era farinha do mesmo saco. Chegando ao porto de Aracati, às margens do Jaguaribe, o capitão já estava esperando com uma cara que não agradou muito o Maj.. Dê um abraço amigo, falou o Inglês, o Cel. abraçou o amigo com restrições, pois não tinha costume desse ato, olhou pra Josefina que estava chorando pelos cantos, e foi logo reclamando, - pare com essa besteira que o menino não vai pra guerra contra Napoleão não, vai é dançar balé em Londres, e daqui a pouco já volta, pare com isso já mandei. Todo a capatazia do porto zombava do menino meio que afeminado como corria a boca miúda. O capitão presenteou o Maj. com um revolver de repetição Colt 45, a ultima novidade vinda do novo mundo, é pro senhor espantar os espíritos em grupo, riu o Inglês, - estou mesmo precisando, tirando um punhado de pedras preciosas do bolso, pois se alguém vir esse presente que estou te dando, aqui nesse local, com certeza vai ter que usar o seu presente pra defender o meu, riu o Maj. Já na subida da rampa, quando o ultimo era o capitão a subir a naus, o Maj. sussurrou no ouvido do capitão, - em nenhuma hipótese volte com o menino, ou volte para Aracati, siga em frente, que depois acerto as contas com vossa mercê. O capitão não entendeu o recado, ficou perplexo mais continuou com a ordem para a partida. O menino na popa da embarcação acenava para a mãe, que aos prantos se embalava nos ombros do Maj. – já falei pra você parar com isso, falou irritado o Major. Já se passara cinco horas depois da partida da nau e o menino não tinha nem dado o ar da graça na cabine do capitão, - esse menino é doido como o pai, pensou o capitão. Já era boca da noite, quando o encarregado gritou para o capitão, veja aquilo na proa da embarcação, o capitão olhou e viu o menino nu na ponta do mastro. Va já lá e traga esse doido aqui, que loucura é essa, isso não é normal, pensou o capitão. Quando o encarregado tentou chegar perto do menino, ouviu um grito, - homem ao mar, homem ao mar, era o menino que tinha pulado do barco e em poucos minutos sumira nas águas. O encarregado chegou à cabine e deu a péssima noticia, capitão o menino pulou nu no mar e desapareceu, lamento informar mais acho que morreu. O Capitão ficou louco, corria de um lado pra outro do convés sem saber o que fazer, quando se lembrou das palavras do Maj., por nada volte pra Aracati, siga viagem. O capitão pegou sua luneta e observou à costa, que estava próxima, meia légua no máximo, passou uma vista na praia e avistou uma grande fogueira, que o deixou mais intrigado ainda, o que uma fogueira estaria fazendo ali numa hora dessas, aprumou mais as lentes e avistou índios, e canoas na praia. Vamos pra Fortaleza de Nossa Assunção, é isso que o Maj. queria e é o que vou fazer, esse menino não sei.......

Fred Coelho
Enviado por Fred Coelho em 08/05/2018
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