Hipocrisia versus verdade.

A minha mãe sempre me dizia, com um ar muito sério:- jamais fui igual às moças da cidade, aquelas que aquele boêmio do teu pai gostava! Eu ria muito com as minhas risadas escandalosas que incomodavam muito a minha progenitora honesta e hipócrita na maioria das vezes. Para a grande chateação da mamis, eu era uma típica moça da cidade, rueira e boêmia como o meu pai. Eu bebia muito, fumava um baseado na boa, vivia na noite, adorava perdidamente uma festa entre amigos e ficava/namorava muito. Segundo ela, eu trocava de homens como se troca de roupas, isso nunca me incomodou, pois queria ser o oposto dela: uma santa triste, hipócrita e beata, já eu uma perdida feliz da cidade grande. Para a grande ironia da mamis( um deserto do Saara em amor), ao final da vida, foi descoberto que ela foi igual às mocas da cidade. Surgiu uma filha bastarda!! Sabem aqueles programas de televisão que procuram a família de pessoas abandonadas? Foi assim, com muitos holofotes, brilhos e câmeras que a santa mãezinha se revelou uma moça da cidade. Já eu, criei as minhas quatro filhas, está certo, era uma de cada homem que passou pela minha vida. Mas, não fingi nem abandonei nenhuma delas. Eu era uma típica moça da cidade: bem sacana e feliz.

Marisa Piedras
Enviado por Marisa Piedras em 07/11/2018
Reeditado em 10/06/2020
Código do texto: T6496820
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