O Festim dos Goblins - Parte II - A Situação em Kartakass

A viagem foi relativamente tranquila, mas o que vimos foi o suficiente para sentir os horrores da guerra entre gundarakitas e barovianos.

Vimos casas destruídas, pessoas correndo na direção oposta tentando fugir desse caos e é claro, sentimos o cheiro nauseante de cadáveres insepultos.

Assim que chegamos a Harmonia, vimos que esta cidade se encontrava totalmente diferente daquela vez que atravessamos pra chegar a Forlorn.

Havia agora um verdadeiro campo de refugiados na parte principal da cidade onde existia ainda muita sujeira ao redor tendo como consequência disso a rápida degradação de uma cidade que tanto admirei por sua boa música.

Roubos, brigas, assassinatos, estupros e uma guerra de gangues parecida com a de Steadwall estavam ocorrendo em larga escala em Harmonia tudo abastecido pelo ódio profundo entre barovianos e gundarakitas.

Ao menos, Nikolai ainda arranjou tempo pra se divertir um pouco com uma jovem refugiada gundarakita antes de entregar uma moeda a ela.

Aquele baroviano safado até mesmo voltou a sorrir e a contar piadas.

Isso foi até ótimo para nos dar ânimo nesta missão tão complicada e trágica.

Após uma rápida reunião, Vareen decidiu que usaremos a diplomacia para falar com o prefeito. Caleb, no entanto, advertiu ao clérigo que caso isso falhasse, ele não hesitaria em usar a força pra resolver essas questões.

Tínhamos que agir depressa.

A situação em Kartakass estava indo de mal a pior.

E o meu palpite foi certeiro.

Era hora de irmos a Gortz em busca de respostas.

* * *

A cidade tinha 2500 habitantes e estava em um estado de calamidade pública devido ao caos reinante provocado pela guerra entre barovianos e gundarakitas.

Vareen e Caleb tiveram a ideia de convocar na praça principal membros dos dois povos para esclarecer a situação e também tentar descobrir quem são os líderes das duas facções que aterrorizam Kartakass.

E no meio de nossa investigação, descobrimos que alguns moradores ouviram falar de certa bruxa chamada Radaga citando ainda um misterioso artefato que ela procurava incessantemente.

Os resultados dessa busca foram pouco promissores e o desânimo era grande, com Caleb e Vareen mostrando sua insatisfação ao olhar furiosamente para mim.

Mas eu não queria desistir de jeito nenhum da busca por informações e tive ali uma estranha sensação de que estávamos na pista certa.

Assim que chegamos a cadeia de Gortz, Nikolai teve a honra de usar suas táticas intimidadoras para interrogar o bandido preso em uma das celas e a partir daí, descobrimos quem eram os líderes destas duas facções.

Uma delas era liderada pelo capitão Andrej, um baroviano que se enveredou para o mundo do crime em busca de riqueza e glória e a outra facção era liderada por Lucca, um gundarakita que desertou do exercito para se tornar uma pessoa temida e respeitada por todos.

Na cela ao lado, contudo, havia um rosto muito familiar.

E que nos deu aquele seu olhar cínico e seu sorriso costumeiro.

Era Giovanni Attore.

* * *

Parece que nosso bom “amico” estava numa encrenca daquelas.

Foi a taberna jogar uma partida de pôquer e acabou preso por espionagem e por incitar uma briga dentro da taberna, se essa acusação ridícula fosse suficiente para pegar um homem como Attore.

Nós o libertamos da cadeia e ele se prontificou em nos ajudar a trazer a paz e o mínimo de estabilidade a Kartakass bem como capturar Lucca, que foi o responsável por denunciá-lo a polícia local.

Assim que entramos em uma taberna próxima, (se é que aquela espelunca pode ser chamada de taberna!!) Nikolai começou a fazer sua festinha.

Primeiro, empurrou o cantor pra fora do palco e depois usou seu olho vermelho para intimidar os outros bandidos que saíram correndo da taberna feito baratas tontas.

Apenas Lucca ficou parado feito estátua e daí foi mais fácil prendê-lo.

E não foi apenas isso que fizemos.

Levamos um saco de dinheiro no processo e em seguida o jogamos na cela onde Attore estava não sem antes nosso “amico” dar um belo soco nas fuças do gundarakita.

Lucca já foi e agora restava apenas Andrej.

Mas esse certamente nos daria muito trabalho por que ele, ao contrário de Lucca, era bem mais organizado.

E organização significava perigo para nós.

* * *

Assim que entramos na taberna de Andrej, este reconheceu Caleb e Nikolai e tentou passar uma conversa nos dois lembrando o fato de serem compatriotas e lutadores de uma causa nobre e justa e blá-blá-blá.

É a mesma historinha em qualquer lugar.

Mas com aqueles dois ali não tinha conversa. Nikolai não teve nenhum problema em usar mais uma vez seu olho vermelho para intimidar e prender Andrej e Caleb apenas usou a ponta da espada para ameaçá-lo caso tentasse qualquer coisa.

Só lamentei que isso foi resolvido rapidamente porque estava a fim de uma boa briga pra testar minhas habilidades.

Após levar Andrej para a prisão e após um “amigável” interrogatório, ambos finalmente resolveram abrir a boca e contar tudo sobre Radaga.

No fim das contas, eu estava certo em ir a Kartakass para conseguir informações sobre estes estranhos eventos.

E descobrimos muitas coisas importantes sobre Radaga.

Ela estava planejando algo terrível na marca e, graças a crucial “contribuição” de barovianos e gundarakitas que estão se matando em uma guerra onde o sangue corria solto trazendo caos em Kartakass e Gundarak, o plano dela de formar um poderoso exército estava tendo êxito até o momento.

E no processo capturamos os dois líderes das facções que aterrorizavam Kartakass trazendo um pouco de paz pra região e salvamos Attore de um destino cruel.

Agora nós já sabemos de nossa verdadeira missão.

Ir a tal marca e acabar com Radaga de uma vez por todas.

* * *

Finalmente Caleb e Vareen deram o braço a torcer e reconheceram que ir a Kartakass não foi uma perda de tempo e energias.

Fomos a estalagem para tentar dormir após um dia bastante agitado e a noite foi boa pra nós a não ser Nikolai que acordou chorando.

Nós o acalmamos para que não tivesse uma recaída daquele trauma horrível de Forlorn.

No dia seguinte, acordei ouvindo gritos de desespero e da janela do quarto, vi pessoas correndo rumo a saída da cidade.

Chamei Caleb, Vareen e Nikolai e desci junto com eles até a rua principal onde mais pessoas corriam em direção oposta a nossa.

Eram refugiados barovianos e gundarakitas fugindo de dois vilarejos na fronteira entre Kartakass e Gundarak que foram atacados e destruídos por Radaga e seu poderoso exército de mortos-vivos e outras pavorosas criaturas vindas da marca.

William nos trouxe informações importantes e pelo que conseguimos com ele, nossa próxima missão seria em Cortton, uma cidade dominada pelos gundarakitas.

Não tínhamos mais tempo a perder e William se prontificou em nos ajudar a chegar a Cortton o mais rápido possível usando as brumas.

E talvez lá tenhamos a esperança de desvendar este mistério.

MarioGayer
Enviado por MarioGayer em 13/02/2019
Código do texto: T6574077
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